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Mastite ambiental: conhecendo melhor esta doença

POR BRUNO BOTARO

E MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 08/09/2008

8 MIN DE LEITURA

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O que é mastite ambiental?

A mastite ambiental é causada por agentes cujo principal reservatório é o ambiente em que a vaca vive, principalmente onde há acúmulo de esterco, urina, barro e camas orgânicas.

Ao contrário da mastite contagiosa, grande parte das infecções ocorre durante o período entre as ordenhas, embora também haja ocorrência de novos casos durante a ordenha, especialmente em situações nas quais há problemas de funcionamento do equipamento.

Visto que os patógenos ambientais estão disseminados por todo o ambiente da vaca, é praticamente impossível erradicar esse tipo de mastite, ao contrário de alguns agentes contagiosos passíveis de erradicação.

Além disso, dada a grande disseminação desses agentes ambientais, todas as categorias animais estão sob risco: vacas em lactação, vacas secas e novilhas.



Quem são as bactérias causadoras das mastite ambiental?


As bactérias causadoras de mastite ambiental mais frequentes são os estreptococos (exceto o Streptococcus agalactiae) e as Gram negativas, principalmente os coliformes.

Streptococcus uberis e Streptococcus dysgalactiae são as espécies de estreptococos mais associadas à mastite. As bactérias Gram-negativas são a Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Enterobacter aerogenes, Serratia spp., Pseudomonas spp. e Proteus spp. O Arcanobacterium pyogenes, Nocardia spp., Bacillus spp., fungos, leveduras e algas também são microrganismos ambientais causadores de mastite.

Em virtude da grande diversidade de agentes ambientais causadores de mastite, a discussão a seguir se concentra nos estreptococos ambientais e nos coliformes, uma vez que tais patógenos são responsáveis pela maioria das infecções ambientais.



Quais as características da mastite ambiental?

Geralmente, a mastite ambiental é de curta duração quando comparada a mastite contagiosa, com maior tendência a evoluir para um quadro clínico que para a forma subclínica. A maioria das infecções por estreptococos ambientais tem duração menor que 30 dias, e sua prevalência em qualquer período do ano raramente excede 10 a 15% do total de quartos de um rebanho.

Entretanto, em rebanhos com Contagem de Células Somáticas (CCS) maior que 750.000 céls./mL podem ser acometidos por alta prevalência de infecções causadas por estreptococos ambientais. Cerca de 20% das infecções por estreptococos ambientais persistem por mais de 100 dias e evoluem para uma mastite crônica não responsiva ao tratamento com antibióticos, sendo que 40 a 50% delas apresentam sintomas clínicos, frequentemente moderados e raramente graves.

Mais da metade das infecções intramamárias causadas por coliformes duram menos de 10 dias. Devido a essa curta duração, raramente a prevalência da mastite por coliformes acomete mais de 1 a 2% dos quartos em qualquer momento que se analisa um rebanho e causa alta CCS de tanques.

Os sinais clínicos da mastite por coliformes durante a lactação estão presentes em aproximadamente 90% dos casos, sendo que a maioria deles são afecções moderadas e 10% graves.

Alguns estudos demonstram que de 30 a 40% dos casos de mastite clínica são isolados coliformes nos rebanhos mais tecnificados e, sobretudo, nos confinados. Entre as mastites por coliformes, as causadas pela Escherichia coli são as mais comuns, entretanto é a bactéria menos prevalente entre os casos crônicos de infecções intramamárias por coliformes.

A mastite por Klebsiella spp. acomete geralmente rebanhos manejados em camas de serragens, com evolução crônica, podendo permanecer no animal mesmo após a secagem. Serratia spp., Pseudomonas spp., Proteus spp. e Citrobacter spp. tendem a ser de duração mais longa que as mastites causadas por Escherichia coli e são geralmente isoladas em menos de 10% dos casos clínicos nos rebanhos.

Ocasionalmente um rebanho pode ter problemas mais complexos por mastites causadas por uma das bactérias desses gêneros, e geralmente a fonte de contaminação desses patógenos é a água ou as soluções dipping contaminadas.

A bactéria Actynomices pyogenes está presente em menos de 1% dos rebanhos, sendo um problema particular na Inglaterra e países do norte europeu, causando infecções conhecidas como "mastite de verão".

 

Onde estão esses patógenos?

O principal reservatório dessas bactérias é o ambiente da vaca, de modo que o número de infecções intramamárias por estes patógenos está relacionado à exposição e à contaminação dos tetos. O esterco, barro, locais de permanência da vaca onde se formam poças são fontes da bactéria ambiental.

A cama de repouso também se torna uma fonte importante, uma vez que os tetos estão em contato frequente e prolongado com ela. Tanto os coliformes quanto os estreptococos sobrevivem e se desenvolvem em camas de material orgânico, as quais são normalmente usadas em sistemas de estabulação.

Camas de palha têm se mostrado um importante reservatório de Streptococcus uberis. Já a serragem, maravalha, o esterco sólido reciclado e os resíduos sólidos aproveitados de biogeradores, material que vem sendo bastante utilizado em rebanhos norte-americanos e europeus, geralmente aumentam a exposição dos tetos à Escherichia coli e Klebsiella spp..

Normalmente as populações de estreptococos ambientais e coliformes estão em menores quantidades em camas de material inorgânico, como areia e calcário.

Instalações mal planejadas contribuem para a maior incidência da mastite ambiental, uma vez que não priorizam o conforto dos animais. As construções devem minimizar o estresse e as injúrias físicas sofridas pelos animais durante todas as estações do ano. Em sistemas de estabulação, a ventilação e o declive muitas vezes não são suficientes para manter seco o ambiente e diminuir o estresse entre os animais.

Já em sistemas de criação em pastejo, onde geralmente se pressupõe a menor prevalência de mastite ambiental, locais em que se verificam o sobre-pastejo ou a permanência excessiva dos animais, principalmente nas estações mais chuvosas do ano, podem expor os tetos ao risco de contaminação com agentes ambientais com igual ou maior intensidade da que ocorre em sistemas de confinamento.

Mastites ambientais também podem ser causadas pela inoculação da bactéria por meio de seringas, cânulas e sondas contaminadas. Sendo assim, as técnicas inadequadas de aplicação de bisnagas intramamárias, associados à limpeza e desinfecção deficientes do orifício do teto no momento da aplicação dos produtos também podem introduzir o patógeno ambiental na glândula.


O que contribui para o acometimento do animal?

Muitas infecções intramamárias por patógenos ambientais se originam no período seco, e geralmente as taxas de mastite ambiental nessa fase são maiores que durante a lactação. A taxa de infecção ambiental não é constante no decorrer do período seco da vaca, mas se eleva nas duas primeiras semanas pós-secagem e nas duas semanas do pré-parto.

São raros os novos casos de mastite por Escherichia coli que surgem no meio do período seco, mas a grande maioria dos casos da doença que aparecem na lactação se originam nos 10 últimos dias antes do parto.

Já as mastites causadas pelas outras bactérias Gram-negativas parecem estar igualmente distribuídas entre o início e o final do período seco. No primeiro mês de lactação, a incidência de casos clínicos de mastite ambiental é alta, decrescendo à medida que a lactação avança. Nessa fase, são mais pronunciadas as infecções intramamárias ocasionadas por coliformes que pelos estreptococos ambientais.

A mastite ambiental geralmente acomete mais frequentemente as vacas mais velhas do que as novilhas, inclusive durante os períodos pré-parto e de lactação desses animais.

A prevalência da doença é maior em rebanhos confinados que em animais manejados em sistemas de pastejo. Entretanto, nas situações em que se verifica o acúmulo de lama ou a aglomeração de vacas em busca de sombra aumentam a exposição dos tetos do rebanho aos patógenos ambientais, especialmente nos meses mais quentes e úmidos do ano, período de maior desenvolvimento das bactérias no ambiente.



Como combater a mastite ambiental?

Visto que os patógenos ambientais estão disseminados por todo o ambiente da vaca, torna-se óbvio que é praticamente impossível erradicar esse tipo de mastite, ao contrário de algumas bactérias causadoras de mastite contagiosa.

É evidente, portanto, que o controle da mastite ambiental é conseguido pela diminuição da exposição do teto ao risco de ser contaminado e, para isso, deve-se atentar para todos os aspectos relacionados ao ambiente do animal, desde o local onde se alojam as vacas secas, os piquetes de parição, o ambiente dos animais em lactação e a sala de ordenha.

Para isso, de modo geral, a manutenção de ambientes limpos e secos é a chave para o sucesso de um programa de controle da mastite ambiental, uma vez que a bactéria necessita de alimento, umidade e temperatura apropriados para sobreviver e se multiplicar.

O manejo e o sistema de ordenha também influenciam a instalação da doença no rebanho, de modo que o funcionamento inadequado dos equipamentos predispõe ao aparecimento de novos casos de mastite ambiental por meio de flutuações de vácuo na ponta do teto.

Isso pode ser decorrente do mau dimensionamento do sistema de ordenha, mau funcionamento de regulador de vácuo ou pulsadores, e da ordenha de vacas com tetos sujos e úmidos. Durante a ordenha, é fundamental que as teteiras sejam colocadas em tetos secos e limpos. Uma estratégia bastante eficiente de controle de mastite ambiental é a desinfecção dos tetos antes da ordenha (pré-dipping).

A terapia da vaca seca apresenta efeito limitado sobre o controle da mastite ambiental, especialmente nos casos que surgem nas duas semanas pré-parto, mas é bastante eficaz na prevenção de novas infecções causadas por estreptococos ambientais no período de duas semanas pós-secagem.

Uma das formas de aumentar a resistência da vaca contra os patógenos ambientais é o fornecimento de dieta balanceada, especialmente em termos de minerais como o selênio, cobre e zinco, vitamina A e vitamina E.

Outra estratégia de controle da mastite ambiental é o aumento da resistência da vaca contra coliformes por meio da vacinação. Estudos demonstraram que o uso correto da vacina à base de uma cepa de Escherichia coli denominada J5, reduziu a incidência de mastite clínica nos 100 primeiros dias de lactação de 12,8%, em animais não vacinados, para 2,6% em animais vacinados.

Além da redução de 70 a 80% da ocorrência de casos clínicos, a vacina permite a diminuição da gravidade dos quadros clínicos e redução dos riscos de morte dos animais com sintomas agudos de toxemia.

Sendo assim, quando a incidência de mastite clínica causada por coliformes ultrapassa 1% do rebanho, pode-se afirmar que o uso dessa vacina é economicamente viável. No caso dos estreptococos ambientais, ainda não há vacinas disponíveis para melhorar a resistência da vaca contra esses patógenos.

Em resumo, o controle da mastite ambiental deve basear-se principalmente em métodos preventivos, especialmente em técnicas de melhoria da higiene, ambiência e conforto dos animais.

Além disso, as medidas tradicionais de controle são relativamente efetivas, tais como correto manejo e higiene na ordenha (pré-dipping e ordenha de tetos limpos e secos). Cabe destacar o papel importante desempenhado pelo sistema imune das vacas e, neste particular, o correto balanceamento da dieta e a utilização da vacinação.

Fontes:

Smith & Hogan NMC Regional Meeting Proceedings, 2008.

Santos & Fonseca. Estratégias para o controle de mastite e melhoria da qualidade do leite, 2006.

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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JUSSARA PANIGAZ

ARROIO TRINTA - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/06/2020

Gostaria de saber sobre a mastite ambiental, tenho uma vaca que está em tratamento a 2 dias com soro, anti inflamatório e antibiótico, perdeu a locomoção no segundo dia de tratamento, sendo tratada com soro levantou, cerca de 2 horas após perdeu locomoção e desde então foi aplicado soro novamente e continuado com o tratamento, porém não observado melhora na sua locomoção ela tenta levantar, mas não consegue, tem algo a mais que possa ser feito? A mesma tem apetite, se alimenta bem.
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 30/06/2020

Prezada Jussara, nesta situação, de mastite grave é necessário ter o atendimento de um veterinário que possa avaliar a vaca e decidir sobre quais os tratamentos mais recomendados, pois a vaca corre risco de morrer. Não é possível fazer qualquer indicação sobre o que poderia ser feito em termos de tratamento, atenciosamente, Marcos Veiga
DAVID MARKIS

PASSOS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/02/2020

Queria saber se vc sabe que tipo de bactéria faz a vaca secar da noite para o dia estamos com 25 vacas em tratamento.e hoje mais duas entraram .estamos sem saber o que fazer nem um tipo de antibiótico faz efeito de todas que foram infectads não recuperamos uma se quer metade do gado leiteiro já está contaminado.nao sei o que fazer nunca vimos um bactéria tão resistente.
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 07/02/2020

Prezado David, não é possível identificar a bactéria pelos sintomas. Neste caso, para conhecer a causa da mastite é necessário realizar a cultura microbiológica em laboratório especializado (o Qualileite USP tem este serviço: www.qualileite.org), mas a amostra de leite deve ser coletada antes do tratamento, pois a presença de antibiótico causa resultado falso negativo.

Além disso, quando a vaca não responde ao tratamento, pode ser que a mastite seja causada por um microrganismo que não seja bactéria e sim por alga (Prototheca) ou leveduras, as quais NÃO respondem aos tratamentos com antibióticos, atenciosamente, Marcos Veiga
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 04/04/2019

Prezado Eduardo, obrigado pelo contato. Na minha opinião, eu não tenho recomendado o uso de antibiograma, pois os resultados in vitro não tem relação com os resultados in vivo. O que temos recomendado e usado de forma bastante intensiva é o uso de diagnósticos microbiológicos na fazenda (cultura microbiológica) para identificação do agente causador e tomada de decisão sobre o protocolo de tratamento ou manejo a ser usado. De qualquer maneira, é sempre bom compartilhar as informações que são obtidas na rotina das fazendas, obrigado, atenciosamente, Marcos Veiga
EDUARDO TEIXEIRA

EM 04/04/2019

Olá Bom Dia, meu nome é Eduardo, sou Médico Veterinário e venho dar depoimento, minha propriedade há algum tempo sofria muito com mastite, tanto subclínica, clinica e ambiental, até que passei realizar CMT em todas as vacas e Cultura e Antibiograma do Leite nas com CMT alto todo mês, além de "acabar com problema de mastite" consegui diminuir em 69% o uso de antibióticos na fazenda, é um diagnostico viável, que compensa demais, além de diminuir gastos, diminui problemas futuros com resistência de antibióticos, visto que no antibiograma, me fornece quais Antibióticos tem Resistência e quais são Sensíveis.
Professor, há alguma dica a mais para agregar?
GUSTAVO GRANDO

EM 18/03/2019

Bom dia professor. Estou na minha propriedade tem aparecido o seguinte problema a mesma vaca incha o ubre do dia para noite e faz um pouco de secreção de grumos brancos no dia seguinte ja esta praticamente desinchado e volta aou normal dali 4, 5 dias acontece a mesma coisa. E rara mente acontece com outros animais do revanho o mesmo sintomas. Tudo me leva a crer que pode ser E. Colli. O senhor saberia me dizer se a mesma faz ocorrer esses sintomas e qual seria o traramento ?
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 29/03/2019

Gustavo, somente pelos sintomas visuais não é possível indicar o tipo de agente causador, pois não existe relação direta entre a bactéria causadora e o tipo de agente causador. O mais indicado é a coleta de amostra de leite para identificação do agente. a recomendação geral é o tratamento de mastite clínica leve com antibiótico intramamário e quando há inchaço o tratamento com anti-inflamatório não esteroidal (ex., meloxicam).

Atenciosamente, Marcos Veiga
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 23/02/2018

Prezada Marciana, a contagem de células somáticas é um teste que deve ser usado somente para diagnosticar a mastite subclíncia (sem sintomas do úbere ou leite). No seu caso, pela sua descrição, a vaca apresenta mastite CLÍNICA. O teste de CCS não irá ajudar você a tomar uma decisão. Neste caso, o recomendável é o tratamento com antibiótico, sob recomendação de um médico veterinário. Atenciosamente, Marcos Veiga
VIVIAN ZILLES

EM 23/02/2018

Olá!
Temos uma vaca que não produz mais leite a quase um ano e está apresentando sintomas de mastite.
Mesmo não tendo mais leite é possível apresentar mastite?
Desde já agradeço
Obrigada
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 23/02/2018

Prezada Vivian, a mastite é uma inflamação da glândula mamária, que pode ocorrer também em vacas secas (sem produção de leite). Atenciosamente, Marcos Veiga
VIVIAN ZILLES

EM 23/02/2018

Boa noite!
Tenho uma vaca que não produz mais leite, a mais de um ano e apresenta sintomas semelhantes a mastite. Mesmo não tendo mais leite isso pode ocorrer?
Desde já obrigada
MARCIANA ZUCCO DE JORGI

MEDIANEIRA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/09/2014

boa tarde!!! tenho uma vaca que esta com o ubere inflamado e inxado e duro... ja fiz exames de contagem de celulas para ver qual tipo de mastite que a vaca tem... mas no exame nao deu nada!!! oque sera que ela tem??? e esta quase vindo a furo!!!
FERNANDA

GUARUJÁ DO SUL - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/08/2014

Boa noite!

Estou com problemas de mastite ambiental, animal com 30 dias de lactação. A analise laboratorial deu-se por Staphylococcus Aureus. Qual o tratamento indicado?
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 07/05/2014

Prezado Luiz, nesta situação o mais adequado seria a assistência de um veterinário que possa avaliar a situação do animal, e com base nos sintomas fazer a recomendação de um tratamento mais adequado.



Infelizmente, eu não teria como fazer esta avaliação ou sugerir algum tipo de procedimento sem uma completa avaliação da vaca.



Atenciosamente, Marcos Veiga
LUIZ FRAGATA DOS SANTOS

TRÊS BARRAS DO PARANÁ - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/05/2014

  Eu  estou com um problema parecido com esses que comentarão, a vaca teve febre, perda de apetite, repetir o cio , e teve inchaço em duas mamarias, fiz tratamento  por duas semanas , o inchaço terminou mas continua com secreção nos quatro tetos , o que devo fazer para resolver esse caso, continuo com o tratamento injetável ou paro, faço aplicação nas tetas.

                 ATT LUIZ



  MANDE RESPOSTA NO EMIL luizfragatah@hotmail.com
LAURO ADIELSOM DE SOUZA CAMPOSANO

OURO VERDE - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 28/05/2012

o  mesmo teste   do  pre dipping pode passar de uma vaca para outra? Podera transmitir mastite??
DEBORA

MARINGÁ - PARANÁ - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 22/09/2011

primeiramente parabens pelo artigo , mastite é a  preocupação de muitos produtores, trabalhos com eles no dia a dia e infelizmente vejo muitos produtores perdendo dinheiro, com o descarte de leite , sendo que hoje em dia a HOMEOPATIA que funciona muito bem tanto na dose curativa quanto na dose preventiva .com um bom manejo e a homeopatia da para fazer um bom controle da mastite.
LUCAS BRUNELLI DE SOUZA

AMPARO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/10/2009

Ilmo.
SR. Marcos Veiga,
Primeiramente gostaria de parabeniza-lo pelo ótimo artigo, e também gostaria de saber se o melhor tratamento para a mastite ambiental seria mesmo com tetraciclinas e AINES(tratamento sistêmico) ou se o senhor recomenda outro protocolo.
atenciosamente,
Lucas.

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Lucas Brunelli de Souza,

O tratamento da mastite ambiental deve ser feito com base nos sintomas: febre, depressão, falta de apetite, desidratação e risco de septicemia. Desta forma, geralmente, indica-se o uso de um antibiótico sistêmico de amplo espectro (quinolona, cefalosporina), um antinflamatório não esteriodal e fluidoterapia.

Atenciosamente, Marcos Veiga
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/09/2008

Prezado Marcos

Precisamos entender que a mastite, seja no estágio subclínico, seja no clínico, não é uma questão, apenas e tão somente, de higiene, mas, sim, de sanidade do rebanho. Explico: mesmo em sistemas mais desenvolvidos,em que o processo de higienização do ambiente acontece com constância e vigilância, os casos são inevitáveis, fruto de uma utilização desenfreada de antibióticos, há longo tempo desencadeada. É, portanto, uma doença crônica, com a qual temos que aprender a conviver.

Podemos, quando muito, minorizar seus efeitos. Até a alimentação dispensada ao rebanho tem interferência em seu aparecimento. Já utilizei, com e sem sucesso, a vacina J5. Volta e meia, um ou outro caso sempre desabrocha. Minha higiene é de ISO 9001, meu manejo sanitário, também, mas sou uma vítima periódica do problema.

Parabéns pelo trabalho, tão esclarecedor.
Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

<b>Resposta do autor:</b>

"Prezado Guilherme Alves de Mello Franco",

Obrigado pela sua mensagem e pela participação. Concordo que a ocorrência de mastite é sempre uma preocupação constante do produtor e que a doença não é passível de ser erradicada, em função da grande variedade de diferentes agentes causadores.

Sobre o uso da vacina J5, o seu foco de utilização não é uma proteção total, pois esse conceito de vacinação é sempre relativo para o controle de mastite. A vacina deve ser usada visando um controle auxiliar e pode ter redução de até 80% dos casos de mastite clínica ambiental e com principal vantagem a redução da gravidade dos sintomas dos casos agudos.

Outro ponto levantado de forma muito oportuna é a correta utilização dos antibióticos. Sem dúvida, que o uso dos tratamentos com antibióticos é uma ferramenta fundamental para o controle de mastite (em particular para tratamento de mastite clínica e para o tratamento de vaca seca), contudo não deve ser o único foco de controle e sim um deles.

Atenciosamente, Marcos Veiga
OLDONEI JOSÉ SANTIN

TRÊS PALMEIRAS - RIO GRANDE DO SUL - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 18/09/2008

Olá, gostaria de parabenizar mais uma vez por publicar este essunto de muita importancia, e que causa muito prejuizo para os produtores, trabalho com eles todo dia e sinto a difculdade de se tratar uma mastite com suspeita de ser ambiental, já que o colega Rogerio Groth sitou uma mastite com resistencia a quase todos os tipos de antibioticos.

Vou citar um ex que aconteceu em um de meus clientes. Um medico veterinario de uma cidade vizinha indicou p/ meu cliente uma vacina ( viva) p/ todo plantel, em uma semana cerca de 60% dos animais estavam com mastite subclinica forte. (Não estou afirmando que seja da vacina), foram feito farios tratamentos sem susesso. O medico do laboratorio fez uma visita em meu cliente e informou que: "em hipótese alguma se usa bisnaga intramamária. Jamais se trata vaca com mastite subclínica no período de lactação, somente tratar quando entrar no período seco.
Exemplo de tratamento no período seco: bisnaga vaca seca + antibiótico via muscular."

Agora pergunto: por que a bisnaga uso lactante não funciona, e a bisnaga vaca seca iria funcionar? Será que todo o trabalho e pesquisa de varios laboratorios seriam fraude? Como é que o produtor faz p/ descartar o leite de uma vaca que esta com mastite desde o inicio da lactação até o periodo seco onde iria tratar a mastite?

E por fim gostaria de ter mais comentarios sobre este assunto, quem esta com a razão, os laboratorios que fabricam a bisnaga ou este Médico Veterinário com uma nova ideologioa de se tratar mastite? Mais uma vez agradeço por esta oportunidade de manifestar minha opinião.

<b>Resposta do autor:</b>

"Prezado OLDONEI JOSÉ SANTIN",

Obrigado pela sua mensagem e pelos comentários. Tomando toda a situação de uma forma construtiva e respeitando a opinião diferente de outros colegas, tenho recomendado os seguintes procedimentos:

1) Vacinação contra mastite: não sei exatamente qual o tipo usado, mas seguramente não se usa vacina viva para prevenção de mastite. Não consigo estabelecer uma relação entre o uso de uma vacina e a ocorrência de 60% de vacas com mastite clínica, numa situação de uso adequado da vaca (via intramuscular ou subcutânea). Obviamente, que JAMAIS se recomenda o uso de vacina por via intramamária.

2) Os tratamentos para MASTITE CLÍNICA mais recomendados e mais usados são: uso de bisnaga intramamária durante 3-4 dias, associado ou não de tratamento injetável.

3) Em termos gerais não se recomenda o tratamento de mastite subclínica por uma questão econômica, pois na grande maioria das vezes o resultado em termos de cura não supera os custos de descarte do leite e do tratamento. No entanto, nas situações em que o produtor apresenta elevada ocorrência de casos de MASTITE SUBCLÍNICA causada por Strep. Agalactiae, o tratamento durante a lactação É RECOMENDADO, respeitando-se o período de carência do medicamento.

4) O tratamento durante a lactação tem uma menor taxa de cura que o tratamento de vaca seca, entre outras razões pelas diferenças de formulação (o tratamento de vaca seca permite manter níveis de antibiótico na glândula mamária por cerca de 40-50 dias).

Conforme disse, respeito opiniões diferentes, mas a recomendação geral é o tratamento imediato de mastite clínica na lactação com o uso de bisnaga intramamária e o tratamento de mastite subclínica na secagem, com as exceções que coloquei acima.

Atenciosamente, Marcos Veiga
GERONIMO MIRANDA DE OLIVEIRA

ENTRE RIOS DE MINAS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/09/2008

Ola,
eu gostaria de obter mais informações sobre a relação entre mastite e E. coli, principalmente sua relação com a mastite subclínica.

Obrigado!

<b>Resposta do autor:</b>

"Prezado Geronimo Miranda de Oliveira",

A E. coli é uma bactéria que causa mastite ambiental, com predominância de casos clínicos e de apresentação aguda. Não é comum a relação entre mastite causada por E. coli e forma subclínica da doença.

Atenciosamente, Marcos Veiga
ROGÉRIO GROTH

IPORÃ DO OESTE - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/09/2008

Saudações.

Nas últimas semanas tive sérios problemas em duas propriedades com a mastite ambiental. Em ambas, em duas vacas e as de maior produção. Logo entramos com antibiótico e antiflamatórios. Mas todos os casos sem sucesso. Todos os casos chegaram ao estado mais grave. Fizemos 3 tratamentos sem sucesso, por último para salvar as vacas que já estavam fracas sem conseguir se levantar, aplicamos soro e antiflamatório na veia.

Depois quando começaram a melhorar colocamos bezerros para mamar. Melhorou um pouco mais. Hoje as vacas estão num estado aparentemente bom, mas produzindo pouco e ainda com pelo menos um quarto afetado e seco. Mandei leite para um Laboratório e a análise acusou como bactéria causadora a Escherichia coli. Além disso, resistente á quase todos os antibióticos.

Eu gostaria de saber quais os tratamentos mais indicados no tratamento da mastite ambietal causada pele escherichia coli.

Atenciosamente,
Rogério Groth.

<b>Resposta do autor:</b>

"Prezado ROGÉRIO GROTH",

Esses casos de mastite aguda devem ser tratados principalmente tendo como foco os sintomas (desidratação, febre, choque, etc). O mais recomendado é o uso de antibiótico injetável e antiinflamatório não esteroidal, associado com hidratação (fluidoterapia). Sem dúvida que o principal é tentar salvar a vaca, pois em alguns casos podemos ter perdas de vacas por desidratação ou choque toxêmico.

Acredito que nessa situação seja amplamente favorável o uso de vacina J5 para reduzir a incidência e gravidade dos casos, obviamente na forma de prevenção para as demais vacas do rebanho.

Atenciosamente, Marcos Veiga
LUCAS ANTONIO DO AMARAL SPADANO

GOUVÊA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/09/2008

Muito bom o artigo, parabéns.

O 2º livro citado como fonte foi por mim adquirido há pouco e não tive ainda oportunidade para devorá-lo, mas pelo menos já sei que fiz boa compra.

No artigo acima, um pequeno detalhe me chamou a atenção:

Soluções de dipping contaminadas, serve este detalhe como um alerta importante, verificada a existência de mastite; ao que me parece, tanto no pré quanto no pós dipping as soluções devem ser indidualizadas e descartadas, sendo os frascos de aplicação sanitizados após o uso e reutilizados?

Agradeço a resposta.

<b>Resposta do autor:</b>

"Prezado Lucas Antonio do Amaral Spadano",

Sem dúvida que o uso de soluções desinfetantes com contaminação (principalmente de esterco ou barro) podem ser um das fontes de microrganismos, entre as outras . Durante a ordenha, a minha recomendação é que o resto (sobra) dos desinfetantes que ficam no aplicador, mas que tenham contaminação com esterco ou barro devem ser descartados para reduzir esse risco.

Atenciosamente, Marcos Veiga

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