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Resíduos sólidos na indústria de laticínios: geração, gestão e tratamento

INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 22/06/2020

4 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 21/09/2022

Autores do artigo:

Luiz Antônio Rocha, Lilian Bechara Elabras Veiga, Simone Lorena Quitério de Souza, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de  Janeiro (IFRJ), Departamento de Alimentos.

Apesar da alta relevância econômica e social da indústria de laticínios é preciso avaliar os aspectos ambientais responsáveis por gerar impactos ambientais negativos em suas atividades, seja no processo produtivo ou no setor administrativo e instalação auxiliares. Gradualmente essas indústrias vêm considerando a sustentabilidade em suas atividades. De fato, a melhoria do desempenho ambiental, obtida através da redução do uso de recursos naturais e redução da poluição (resíduos sólidos, emissões atmosféricas, ruídos e efluentes) precisa integrar a estratégia de negócios das empresas. Como resultado temos um processo mais eficiente, redução nos custos, maior competitividade e acesso a novos nichos de mercado. Neste contexto, este artigo, aborda, especificamente, a questão dos resíduos sólidos na indústria de laticínios: geração, gestão e tecnologias para tratamento.

A geração de resíduos na indústria de laticínios está associada, principalmente, ao processo produtivo, proveniente das operações e atividades relacionadas à produção industrial. Porém, não se limita à linha de produção, ocorrendo também no setor administrativo e instalações auxiliares, como escritórios, instalações sanitárias e refeitórios. Para minimizar e/ou não gerar resíduos é necessário inicialmente conhecer o processo produtivo, realizando um diagnóstico de cada etapa, identificando as entradas (água, energia, matéria-prima), tecnologias, resíduos gerados, suas características e fontes de geração.

No Brasil, a hierarquia na gestão dos resíduos, prioriza a não geração, o que pode ocorrer através da modificação do produto, modificação do processo produtivo, modificação tecnológica e/ou substituição de insumos, seguida da redução na geração. 

Para o resíduo gerado, a prioridade é o reuso, ou seja, reintrodução do resíduo no ciclo produtivo como insumo dentro da própria indústria ou em outra indústria, prática essa denominada de simbiose industrial. A próxima alternativa é a reciclagem. Caso não sejam viáveis as quatro alternativas anteriores, o resíduo é tratado para posterior disposição final, a partir do qual é denominado rejeito. Para todas as alternativas, deve-se realizar uma análise de custo/benefício.

Os resíduos gerados devem ser segregados na fonte geradora, ou seja, na indústria e armazenados temporariamente em um depósito, preferencialmente localizado na própria planta industrial. Do armazenamento, os resíduos são encaminhados para empreendimentos habilitados a realizar o tratamento e disposição final do rejeito. Destaca-se ainda a importância do gerenciamento adequado dos resíduos, minimizando assim, os impactos ambientais, causados pelo descarte inadequado dos rejeitos 

A Norma ABNT NBR 10.004:2004 classificou os resíduos sólidos quanto aos riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, diferenciando os resíduos perigosos dos não perigosos, sendo os segundos subdivididos em inertes e não inertes. Tal classificação abrange a identificação do processo ou atividade que deu origem ao resíduo, constituintes e características, e comparação destes constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente seja conhecido.

Quanto às tecnologias para tratamento e destinação dos resíduos sólidos, deve-se considerar à identificação dos resíduos gerados no processo ou atividade industrial (origem do resíduo, constituintes e características) e a solução técnica, econômica, legal e ambientalmente mais adequada. Os processos de tratamento de resíduos podem ocorrer em três rotas, subdividias em alternativas:

  • Rota térmica: secagem, incineração, co-processamento, pirólise, gaseificação, plasma, geração de Combustível Derivado de Resíduos (CDR);
  • Rota biológica: compostagem, digestão anaeróbia;
  • Rota química: hidrólise ácida e despolimerização catalítica.

Percebe-se assim a importância de adoção de medidas de controle da poluição, cabendo à indústria de laticínios no que diz respeito aos resíduos sólidos a responsabilidade de um gerenciamento adequado. Esse gerenciamento pode ocorrer a partir da adoção - pela indústria - de instrumentos da gestão ambiental associados ao processo produtivo, bem como o uso das técnicas de tratamento.

Neste contexto sugere-se a utilização de alguns desses instrumentos de gestão ambiental: a produção mais limpa (P+L), a ecoeficiência, a avaliação do ciclo de vida (ACV), o ecodesign e a rotulagem ambiental dos produtos. Essas medidas precisam integrar a estratégia de negócios das empresas, resultando, consequentemente, em uma melhor saúde financeira.

Referências bibliográficas

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10.004:2004 Resíduos Sólidos – Classificação. Brasil. 2004.

BARBIERI, J.C. Gestão Ambiental Empresarial: Conceitos, Modelos e Instrumentos. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

ELABRAS-VEIGA, L.B.; SOUZA, S.L.Q. Inovações e avanços em Ciência e Tecnologia de leite e derivados. In: Gestão Ambiental no processamento de leite e derivados.1 ed. São Paulo: Setembro, v.1, p. 69-112, 2019.

FEAM. Fundação Estadual do Meio Ambiente. Plano de ação para adequação ambiental das indústrias de recepção e preparação de leite e fabricação de produtos de laticínios no Estado de Minas Gerais: relatório final / Gerência de Produção Sustentável. 2011.

FIRJAN. Manual de Gerenciamento de Resíduos. Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro Firjan. - Rio de Janeiro. 2019. 35 p.

GTAIL - Guia Técnico Ambiental da Indústria de Laticínios. Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais – FIEMG. Fundação Estadual de Meio Ambiente – FEAM. 2014

LEITE, A.I.N.; ALVES, R.C.; SOARES, F.D.; OTENIO, M.H.; PAULA, V.R. de. Caracterização dos resíduos sólidos gerados em laticínios. Revista Instituto de Laticínios Cândido Tostes, 73(2), 73-81. 2018.

MAGANHA, M.F.B. Guia técnico ambiental da indústria de produtos lácteos. Série P + L. CETESB. São Paulo, 2006. Disponível em: <https://www.cetesb.sp.gov.br>. Acesso: setembro de 2016.

MAGRINI, A., ELABRAS VEIGA, L.B. Ecologia Industrial: desafios na perspectiva da Economia Circular. Rio de Janeiro. Editora Synergia, 2018.

SANTOS, F.F.; QUEIROZ, R.C.S de; ALMEIDA NETO, J.A. de. Avaliação da aplicação das técnicas da Produção Mais Limpa em um laticínio no Sul da Bahia. Gestão e Produção, 25, 117-131. 2018.

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MARCO ANTÔNIO MALBURG

ÁGUA BOA - MATO GROSSO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/06/2020

Complicado para os pequenos lacticínios (processam no máximo 80.000 Litros/dia) é o custo dos processos de simbiose ou reuso dos efluentes gerados do processo. Existem possibilidades, mas a preços proibitivos.

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