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Análise da água na produção leiteira

POR JOÃO LUIS DOS SANTOS

GESTÃO DA ÁGUA

EM 27/05/2021

5 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 26/05/2021

Para analisar a água precisamos de um ponto de referência quanto a qualidade. Afinal o que esperar da análise da água?

A qualidade da água pode ser reduzida com altos níveis de bactérias, produtos químicos, matéria orgânica e minerais presentes na mesma.

Infelizmente, às vezes o que uma norma ou legislação diz ser um nível tolerável de contaminação ainda prejudica a vaca. As vacas são geralmente mais sensíveis do que as pessoas aos problemas de qualidade da água.

Mais pesquisas são definitivamente necessárias nesta área. Devido a falta de informações precisas, caso o produtor suspeite que a qualidade esteja comprometendo a ingestão de água, recomendamos tentar uma fonte alternativa de água por uma ou duas semanas e avaliar a resposta do leite.

Se as vacas produzirem mais com leite no novo suprimento de água, então é hora de gastar dinheiro em análises intensivas, sistemas de purificação ou um novo poço. Se suspeitar de contaminação bacteriana ou de que os níveis de minerais podem estar causando problemas reprodutivos, então, é claro, uma análise básica da água deve ser feita imediatamente.

Ao coletar amostras de água para análise, colete a amostra no mesmo local onde a vaca a beberia. Retire do bebedouro de água da vaca e não da saída do poço. O manuseio adequado da amostra é essencial. Use recipientes fornecidos pelo laboratório de teste de água. As amostras a serem analisadas quanto a bactérias devem ser mantidas resfriadas (no gelo) e entregues ao laboratório em 6 horas.

Recomenda-se que a análise completa seja realizada pelo menos uma vez por ano, independentemente dos problemas percebidos. (*recomendamos quatro análises por ano.) Mantenha bons registros de análise da água de ano para ano para que saiba quando a contaminação ocorreu, se necessário.

Alto teor de sulfato e ferro são problemas comuns. O alto teor de sulfato cheira a ovos podres. O ferro pode dar à água um sabor metálico. Esses minerais podem reduzir a palatabilidade e reduzir a absorção de outros minerais da dieta, principalmente cobre, zinco e selênio. As reduções na disponibilidade desses oligoelementos podem resultar em desempenho reprodutivo insatisfatório em vacas, às vezes sem qualquer efeito no consumo de água

O alto teor de sulfato de água combinado com baixos níveis de cobre na dieta pode causar polioenfalomalacia (PEM). Esta é uma doença caracterizada pela deficiência de tiamina que é evidenciada por fraqueza e perda de coordenação. A cabeça do animal pode pender para trás e pode ocorrer a morte. É mais comum em bezerros.

Filtros podem ser instalados para remover altos níveis de minerais da água por meio de processos de troca iônica ou desmineralização. Uma alternativa à filtragem seria adicionar mais minerais, de preferência os minerais orgânicos mais disponíveis, à ração. Provavelmente, a longo prazo, a filtragem é mais econômica.

Os redutores de dureza da água removem o cálcio e o magnésio. (*um sistema de troca iônica eletroquímico remove a dureza com baixo custo)

O ferro pode ser removido com um sistema amaciante de água, mas danifica o mesmo em níveis acima de 2 ppm de ferro. Um filtro de areia verde pode remover quantidades moderadas de ferro oxidado (até 12 ppm). (*pré-cloração para oxidação seguido de filtração pode remover o ferro presente na água)

As bactérias, tanto coliformes fecais quanto as ambientais, podem ser um problema. Bactérias que decompõem ferro ou enxofre também podem ser um problema. O cloro deve ser usado para matar bactérias, mas tome cuidado para não exagerar. Níveis de 0,3 a 0,7 ppm de cloro livre são eficazes para o controle bacteriano. Muitos agricultores testemunharam perdas de leite com cloro acima de 1,0 ppm na água. Alguns profissionais especulam que esse nível de cloro pode inibir os micróbios do rúmen e reduzir a digestão das fibras. (*mas em níveis de até 1 ppm isso seria impossível e é altamente seguro) Os produtores de laticínios tiveram problemas até mesmo com a água clorada da cidade.

Outro meio de controlar bactérias na água é por radiação ultravioleta. (*no Brasil esse produto é muito caro e precisa de grandes investimentos em reservatórios). O pH da água deve estar pelo menos entre 5,5 e 8,5. Quanto mais próximo de 7.0, melhor. O pH da água fora dessa faixa pode causar acidose ou alcalose (sintomas semelhantes à acidose). O pH da água pode ser corrigido instalando sistemas de neutralização.

Altos níveis de nitrato (NO³) na água podem resultar em envenenamento por nitrato. O nitrato é convertido em nitrito no rúmen. Uma vez que o nitrito é absorvido pelo rúmen, ele pode diminuir a capacidade do sangue de transportar oxigênio. Isso pode eventualmente matar a vaca. Fertilizantes ou matéria fecal (tanto humana quanto animal) podem causar problemas de excesso nitrato na água. É difícil tratar a água contaminada com nitrato. Muitas vezes é mais fácil corrigir o problema de contaminação ou encontrar uma nova fonte de água.

 

Análise de Água

Valores acima dos limites representados abaixo, podem representar problemas para o gado: 

Bactérias totais / 100 ml > 1.000.000
Coliforme Total / 100 ml > 1, bezerros; > 15-20, vacas
Coliformes fecais / 100 ml > 1, bezerros; > 10, vacas
Estreptococo fecal / 100 ml * > 3, bezerros; > 30, vacas

Adaptado de Ruppel (1994), Adams (1986), Grant, Beede (1992), Mancl (1995)
 

Os coliformes fecais serão mais elevados do que estreptococos fecais se a poluição for de humanos. Haverá mais estreptococos do que coliformes se a poluição for de animais.

A palatabilidade da água pode ser reduzida quando a água contém alguns minerais em níveis mais altos do que o considerado seguro para consumo.

De acordo com Manci (1995), os níveis dos seguintes minerais ou produtos químicos podem causar problemas de sabor ou cheiro: cloreto (250 ppm), ferro (0,1 ppm), fenol (0,001 ppm), sólidos totais dissolvidos (500 ppm), surfactante (sabão) (0,5 ppm) e zinco (5 ppm).

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Encerramos aqui esta série de três artigos que são uma livre tradução do artigo Water, publicado em 29/12/2020 no site milkproduction.com (DeLaval). O link para acesso ao texto original em inglês está no fim desta página. Ressaltamos que mais de 90% do exposto no artigo original está em acordo com tudo que temos exposto nesse canal. Os 10% restantes ficam por conta de opiniões pessoais que não mudam o conteúdo ou mesmo de recomendações que não são adequadas a nossa realidade. Todo texto entre chaves e com um asterisco (*xxx) são observações da Especializo.

Confira aqui os outros dois artigos da série: 

 

Fonte original
https://www.milkproduction.com/Library/Scientific-articles/Housing/Water/

JOÃO LUIS DOS SANTOS

Mestre em engenharia agrícola pela Unicamp/Feagri na área de concentração de águas e solo. Atua a mais de 15 anos no desenvolvimento de soluções e tecnologias para tratamento da água na produção animal. Diretor e fundador da Especializo.

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