Caro leitor, quando parei para produzir esse conteúdo a você, fiquei pensando em como unir todos os assuntos que mais vem sendo falados pelo setor. Embora não seja tarefa fácil, acredito que podemos traçar as perspectivas para o restante do ano a partir do texto abaixo.
Para começar, vamos falar dos preços internacionais. Após consecutivos eventos em desvalorização, os preços internacionais dos principais derivados lácteos voltaram a apresentar um resultado positivo no leilão GDT, ou seja, aquele cenário de preços mais baratos lá fora, parece já estar mudando, com alguns reajustes positivos acontecendo nos preços praticados no Mercosul para as vendas ao Brasil, por exemplo. E o que vem na mente do produtor é: “ufa?”, “será que as importações irão cair?”.
Primeiro, é importante lembrar que nos últimos meses, observamos um expressivo aumento nas importações vindas do Mercosul, totalizando 1,4 bilhão de litros (em equivalente leite) de janeiro a agosto deste ano, valor 125% maior do que o mesmo período no ano anterior.
A produção interna de leite, que foi divulgada pelo IBGE a partir da Pesquisa Trimestral do Leite no início de setembro, também cresceu em relação ao mesmo período de 2022. Os resultados definitivos para captação de leite no segundo trimestre de 2023 totalizaram 5,72 bilhões de litros captados, ficando 4,0% acima da captação no mesmo trimestre do ano anterior. O que resultou, certamente, em maior oferta do leite por aqui.
No entanto, a demanda dos compradores brasileiros por produtos importados tem diminuído, isso porque o mercado já se mostra abastecido, principalmente para a categoria dos leites em pó, que são os principais produtos lácteos importados pelo Brasil. Além disso, para os próximos meses, podemos também ter como um fator de desestímulo às importações esta recente alta nos preços internacionais – monitoraremos!
Também segundo o IBGE, a taxa de desemprego no Brasil continua sua tendência de queda, atingindo 7,9% no trimestre encerrado em julho de 2023, com uma diminuição de 0,1 ponto percentual em relação ao mês anterior. Esse é o índice mais baixo desde 2014, fortalecendo as perspectivas positivas para a economia e o consumo para o restante de 2023.
Somado a isso, a queda que já vem sendo observada nos preços dos lácteos no varejo também colocam expectativas mais positivas para o consumo no restante de 2023. Segundo dados divulgados pela FIPE referentes ao mês de agosto, o UHT apresentou uma deflação tanto no comparativo mensal, quanto no comparativo anual, ficando cerca de 22% abaixo dos preços vistos no mesmo período do ano passado. E para a muçarela, também observamos esse mesmo comportamento: uma deflação de 12% no comparativo anual, o que tende a estimular o consumo. E aí pensamos novamente: “importações possivelmente caindo, taxa de desemprego é a menor desde 2014, preços caindo para o consumidor... será que o mercado irá melhorar?”.
Mas só quem vive o leite diariamente, sabe como é ter de lidar com inúmeras variáveis, e que mudam a todo momento. Ter informação é o começo da jornada - onde você coleta as suas, produtor?
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