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Agregação de valor ao leite fluido

VÁRIOS AUTORES

KENNYA SIQUEIRA

EM 09/10/2023

3 MIN DE LEITURA

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Que o leite fluido é o lácteo mais consumido do Brasil, já é de conhecimento geral. Com a entrada no mercado brasileiro da embalagem longa vida, o leite ultrapasteurizado se popularizou no país, sendo consumido de norte a sul.

Com isso, cresceu também o número de marcas de leite UHT disponíveis no mercado, de modo que a grande maioria das indústrias de laticínios tem a sua marca no mercado. Algumas têm até mais de uma marca disponível nos mercados brasileiros.

Assim, com tanta disponibilidade do produto no comércio, as margens da indústria com o produto são reduzidas. Mas, mesmo para o produto mais popular do setor lácteo, existe espaço para a agregação de valor. A Figura 1 apresenta as principais possibilidades de agregação ao leite fluido no Brasil e os valores praticados por estes produtos em mercados virtuais em maio desse ano.

Figura 1. Gráfico de caixa que mostra os preços pagos pelos diferentes tipos de leite no mercado virtual, em maio de 2023.


Fonte: Resultados da pesquisa.

Obs: O gráfico de caixa, ou boxplot, mostra na caixa 50% dos preços praticados. As hastes ou caudas se estendem até 1,5 vezes a altura da caixa (se houver dados). A linha reta dentro da caixa representa a mediana dos preços e o x representa a média dos preços para cada produto analisado.

A forma mais comum de diferenciação do leite UHT encontrado no mercado é por meio da variação do teor de gordura, no qual se tem o leite integral, o semidesnatado e o desnatado. O leite integral é o mais barato dos três enquanto o desnatado tende a ser o mais caro. Considerando uma coleta de preços realizada em maio de 2023 em mercados virtuais, em média, o leite desnatado estava cerca de 6% mais caro que o leite integral, e o leite semidesnatado 5% mais caro que o integral. Além disso, é interessante notar a maior variação, observada tanto pela altura da caixa, quanto pela altura das hastes, nos leites desnatado e semidesnatado.

Outro item que pode ser retirado do leite para diferenciação do produto é a lactose. Neste caso, o produto atende a um público intolerante ao açúcar do leite que paga, em média, 25% a mais para consumir o leite sem lactose, em comparação com o leite UHT integral.

Atualmente, algumas empresas têm preferido alterar o tratamento térmico do leite. Ao invés da ultrapasteurização, o processo de esterilização tem sido usado para agregar valor ao leite. Com isso, os consumidores têm pagado, em média, quase 50% a mais pelo leite esterilizado do que pagam pelo UHT integral. No entanto, as hastes na Figura 1 demonstram que existe também uma grande variação de preços para este produto no mercado.

Outra inovação recente da indústria de laticínios tem sido o leite A2A2 também voltado para um nicho específico de consumidores, que tem desembolsado 56% a mais para consumir este produto em comparação com aqueles que compram leite UHT integral. Com poucas empresas neste mercado e menor competição entre marcas, a variação de preços tende a ser menor para este produto do que para o leite esterilizado.

Por fim, tem-se o leite orgânico, nova vedete do momento no setor. Com média de diferença de preço 126% maior do que o leite integral, o leite orgânico desponta como o tipo de leite fluido mais caro do mercado brasileiro, apresentando também grande variação de preços entre marcas.

Portanto, os números mostram que é possível se agregar valor ao produto leite no mercado brasileiro e os consumidores estão pagando por essa agregação de valor. É importante lembrar que essa agregação de valor se destina a determinados nichos de consumidores, com perfis e objetivos diferenciados, assim como uma renda maior. Além disso, a indústria deve atentar que esses valores refletem apenas o preço pago pelo consumidor, não expressando os custos da indústria na diferenciação do produto.

 

Agradecimentos

Agradecimento à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG. 
Agradecimentos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq.

 

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KENNYA SIQUEIRA

Pesquisadora da Embrapa Gado de Leite

YGOR MARTINS GUIMARAES

Estudante de economia da UFJF.

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GILSON GONCALVES

ITABERAÍ - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/10/2023

Gostaria de ter uma ideia de volume consumido por cada tipo de leite. Alguma sugestão de onde conseguir esses dados? Obrigado
KENNYA SIQUEIRA

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 09/10/2023

Oi, Gilson, infelizmente não temos estatísticas oficiais de volume consumido por cada tipo de leite no Brasil. o IBGE divulga na POF, o volume total de leite fluido. O relatório anual da ABLV apresenta alguma discriminação por tipo de leite, mas não tem todos os tipos considerados neste artigo.

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