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Tendências em leite e derivados: o que esperar para 2024?

KENNYA SIQUEIRA

EM 10/01/2024

4 MIN DE LEITURA

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Mesmo em um cenário com melhorias em importantes indicadores econômicos, como PIB, desemprego e índice de confiança das famílias, o aumento no custo de vida dos consumidores leva a mudanças de comportamento. Com isso, para muitas famílias brasileiras, o principal desafio para 2024 é simplesmente encontrar os alimentos de que necessitam a um preço acessível.

Assim, para fazer as pessoas gastarem mais com lácteos em 2024, é importante entender as macrotendências que afetarão o consumo de modo a identificar oportunidades de mercado. Um levantamento realizado em diversos institutos de pesquisa permitiu identificar 3 macrotendências que vão influenciar não só o mercado de lácteos, mas também o de alimentos como um todo. São elas:

  • Foco na prevenção
  • Busca por sustentabilidade
  • Indulgência acessível

Como em todos os anos pós pandemia, a preocupação com a saúde continua em alta, mas, agora o foco é na prevenção de doenças. A busca por benefícios adicionais à saúde tem implicado em crescente demanda por um estilo de vida fitness e por bem-estar. Nesse sentido, duas vertentes se sobressaem.

Uma delas é que a demanda por produtos plant based continua, mas uma vez que já existe uma ampla gama de produtos alternativos ao leite no mercado, o foco agora deve ser em inovações em queijos vegetais. Mas, outro produto que tem atraído bastante atenção, pelo menos nas redes sociais, é a manteiga de nozes.

Além disso, é importante mencionar o crescimento de 8% ao ano de refeições prontas veganas ou a base de plantas, entre 2020 e 2023, o que indica a busca por praticidade associada a esse tipo de alimentação mais saudável. As empresas, especialmente as locais, já visualizaram este mercado e têm oferecido refeições prontas que economizam tempo dos consumidores, com pratos mais populares em versões alternativas veganas ou vegetarianas, como por exemplo lasanha de lentilha.

No entanto, o mercado alternativo encontra dificuldades para crescer mais, muito impactado por questões de sabor, preço acessível e atributos de saúde. No continente europeu, o mercado plant based se estabilizou e a maioria dos consumidores afirma que nunca desistiria completamente de consumir produtos lácteos, além de afirmarem ter receio de que seus filhos sejam privados de nutrientes essenciais se migrarem dos lácteos para as proteínas alternativas.

A segunda vertente dentro do foco na prevenção de doenças são os lácteos funcionais e nutricionais, que incluem probióticos, vitaminas (principalmente cálcio e vitaminas A, C, D e E), minerais (ômega 3), etc.

Na perspectiva de que prevenir é melhor do que remediar, os consumidores estão redefinindo seu conceito de valor na busca de um produto mais completo que traga saciedade, indulgência, nutrição e previna doenças. Assim, está havendo uma sobreposição entre alimentação e autocuidado e cresce o interesse por saúde óssea e doenças cardiovasculares.

Neste âmbito, já tem empresa oferecendo sorvetes funcionais à base de plantas com infusão de probióticos para tratar alergias e doenças crônicas. Outras empresas estão resgatando bebidas que existiam há 30 anos, ricas em vitaminas ACE, mas que agora descobriu-se que são importantes para a imunidade e também para a saúde da pele.

Ainda nessa linha, parece haver uma migração do rótulo limpo, ou seja, aquela ideia que há anos foca na lista de ingredientes a serem evitados, para uma imagem do alimento mais completo, com a adição de ingredientes que promovam a saúde, como ocorria na década de 90.

A macrotendência de busca por sustentabilidade segue no radar dos consumidores, com o bem estar do planeta ultrapassando o interesse com o bem estar pessoal. Mas, com o aumento do custo de vida em praticamente todo o mundo, a importância da sustentabilidade como motivador na hora da compra perdeu a força. No entanto, ainda é considerada pelos consumidores.

Na balança entre preço e sustentabilidade, os consumidores estão medindo mais as ações e alegações das empresas. De acordo com pesquisa da Mintel, 60% dos consumidores norte-americanos acreditam que a maioria das empresas está apenas fingindo ser sustentável e 52% dos alemães não confiam que as empresas sejam honestas sobre seu impacto ambiental. Por outro, a pesquisa afirma que os consumidores confiam nos produtores. Quase duas vezes mais canadenses consideram os produtores mais confiáveis do que as empresas sobre informações sobre o impacto ambiental. Isso pode ser uma oportunidade de marketing e popularização do conhecimento para os produtores de leite no Brasil mostrarem seu dia a dia e desmistificarem muitos conceitos.

Nos Estados Unidos, 76% dos consumidores afirmam que estariam dispostos a mudar as suas marcas preferidas por outras que compensassem as emissões de carbono. Com isso, algumas empresas estão investindo em formas inovadoras de reduzir as emissões de GEE e mitigar o seu impacto ambiental, como por exemplo, desenvolvimento de embalagens mais sustentáveis e aditivos alimentares que reduzem as emissões de metano do rebanho.

Os estudos têm mostrado que nem sempre é preciso falar sobre pegada de carbono. Muitas empresas já começaram a investir em agricultura regenerativa como formar de enfatizar para os consumidores a sua conexão com a natureza e meio ambiente.

Mas, em se tratando de Brasil e povos latinos, a indulgência continua como motivador de compra. Assim, apesar de priorizar a prevenção e se preocupar com o meio ambiente, em um cenário de custo de vida maior, a indulgência acessível aparece como uma macrotendência para 2024. Esse termo indulgência acessível refere-se à busca do consumidor por que sejam ao mesmo tempo saborosos e de baixo custo. É o famoso BB: bom e barato.

Portanto, o derivado lácteo perfeito de 2024 deve ter quatro ingredientes principais: um ingrediente funcional que previna doenças; uma alegação ecológica; um sabor contagiante e um preço acessível a todos os bolsos.

KENNYA SIQUEIRA

Pesquisadora da Embrapa Gado de Leite

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MARCELO GODINHO MIAZATO

ITAJUÍPE - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/01/2024

Bom bonito e barato. É o sonho de consumo, mas a realidade no campo é outra, que os ESGs urbanos da Faria Lima se cansam só de imaginar

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