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Características reprodutivas da raça Holandesa no Brasil

POR TIMOTHEO SOUZA SILVEIRA

E CLAUDIO NAPOLIS COSTA

A.B.C.B.R.H.

EM 30/09/2021

7 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 30/09/2021

Sistemas de produção de leite eficientes são caracterizados por rebanhos com vacas saudáveis, de alta produção e elevado desempenho reprodutivo, atributos que sinergicamente contribuem para uma longa vida produtiva.

No contexto da eficiência reprodutiva, o baixo desempenho aumenta os custos devido a intervenções com tratamentos, inseminações múltiplas, período de serviço e consequente intervalo de parto prolongados, além de alta taxa de reposição devido ao descarte involuntário de animais problemáticos.

Nesse sentido, práticas de manejo e seleção são essenciais para promover o desempenho reprodutivo dos animais em níveis desejados e economicamente sustentáveis.

As características reprodutivas têm baixa herdabilidade e, portanto, são mais dependentes de ações de manejo do que da seleção genética direta para a sua melhoria contínua e alcance de um desempenho elevado. Por outro lado, é fundamental sua inclusão nos objetivos de seleção, para evitar o comprometimento de níveis desejados, particularmente pelo seu antagonismo genético com as características produtivas, que em geral recebem maior atenção nos programas de seleção.

O reconhecimento de sua importância econômica tem motivado a sua inserção efetiva nos sistemas de avaliação genética para obtenção dos indicadores de mérito genético, seja para a seleção direta ou inclusão nos índices de seleção para a identificação de animais de maior eficiência, que terão um impacto direto no desempenho do rebanho e na rentabilidade da atividade leiteira.
 

Taxa de Gestação (TG)

A Taxa de gestação (TG) é um dos indicadores de eficiência reprodutiva. Como proposto e definido por VanRaden et al. (2004)2 é a percentagem do número de ciclos estrais (que biologicamente se repetem de 21 em 21 dias) após um período voluntário de espera (60 dias) no pós-parto, que foram necessários para a vaca ficar gestante.

A taxa de gestação está associada ao período de serviço, pois é calculada pela sua transformação linear [TG = 0.25 x (233 – período de serviço].

Neste processo, uma condição é que os registros tenham, no mínimo, 250 dias após o parto para serem utilizados no cálculo da TG. Observa-se que a maior TG ou maior eficiência reprodutiva está inversamente relacionada ao Período de serviço; cada 1% da TG corresponde a uma diminuição de 4 dias no Período de serviço.
 

Base de Dados

Oitocentos mil e duzentos registros reprodutivos (datas de parto, de acasalamento, sexo da cria, tipo de parto, etc.) e de genealogia foram disponibilizados pela ABCBRH para a Embrapa Gado de Leite.

Os registros zootécnicos de genealogia (ano de nascimento, ascendência no pedigree e origem) e do desempenho reprodutivo (datas de acasalamento e de parto) dos três primeiros partos foram editados para ano de nascimento (1992 - 2018), ano de parto (1994 - 2021), idade ao parto em conformidade com a ordem da lactação, tamanho do rebanho e grupo contemporâneo de ano do parto, no rebanho.

Na sequência das edições, tais registros foram avaliados para cada lactação, idade e dias de período de serviço, resultando em 195.515 registros. Foram também eliminados registros cujas data de acasalamento e respectivo parto não resultassem em período de gestação definido por um intervalo entre 265 e 290 dias.

Após estas edições, a TG foi obtida pela linearização do período de serviço de 111.191 vacas, progênie de 2.232 touros, com registros de partos em 946 rebanhos. A matriz de parentesco incluiu 217.892 animais. As médias e respectivos desvios-padrão para a Taxa de gestação e o Período de serviço foram 28,1 ± 13,2 por cento e 120,5 ± 52,8 dias. Na Figura 1 é apresentada a tendência fenotípica da TG de vacas nascidas entre 2010 e 2018. No período, a TG apresentou uma consistente melhoria, de 27,0 para 37,8%; aproximadamente um por cento a cada ano, o que corresponde a uma diminuição anual de 4 dias no Período de serviço.
 

Modelo estatístico e metodologia de análise

A análise da Taxa de gestação foi realizada pela metodologia de melhor previsão não-viciada (BLUP), com estimativas dos componentes de variância obtidas por DFREML com um modelo estatístico que incluiu os efeitos fixos de estação de parto e a idade da vaca ao parto como covariável, e os aleatórios de rebanho-ano de parto e animal. 

As estimativas dos componentes de variância genética e residual foram, respectivamente, 8,22 e 153,72, resultando na herdabilidade igual a 0,05 para a TG. As predições dos valores genéticos (VG) de cada animal são apresentadas em PTA (VG/2), após ajuste, por diferença, para a base genética definida pela média dos valores genéticos de vacas nascidas no ano de 2015.
 

Valores genéticos para a Taxa de gestação

As PTAs para touros são apresentadas para aqueles nascidos após 1999, com progênie em mais de 4 (quatro) rebanhos, enquanto para vacas, somente para aquelas nascidas a partir de 2010 (Tabela 1). Além de apresentados em Tabelas, os resultados são também detalhados em relatórios individuais, mas exclusivamente para cada criador.

Esses relatórios são disponibilizados na aba Criadores, também no menu deste Website, após a inserção do login e senha do criador. O objetivo de seleção é aumentar a TG média do rebanho. Assim, os maiores valores identificam os melhores animais, ou seja, aqueles com maior potencial de promover a melhoria genética para a manifestação de cio e fertilização no pós-parto, com um menor período de serviço.

Idade ao Primeiro parto

Um dos principais indicadores de eficiência reprodutiva é a idade ao primeiro parto (IPP), que compreende o período que uma bezerra necessita para atingir a puberdade e realizar o parto ao final do período de uma gestação normal.

A IPP define o início da vida re(produtiva) do animal no rebanho e sua importância econômica está associada ao custo de produção das novilhas de reposição. O primeiro parto em idade mais jovem significa precocidade sexual, possibilitando maior potencial de reposição de vacas em produção e redução do intervalo de gerações.
 

Base de dados

Os registros para as análises da Idade ao primeiro parto foram obtidos das bases de dados utilizadas na avaliação genética das características produtivas, em cujo processo de edição foram selecionados os registros de primeira lactação.

Um total de 322.126 registros foram posteriormente editados para associação com os de genealogia (ano de nascimento, ascendência no pedigree e origem) e para consistência estrutural quanto aos anos de nascimento (1988 - 2019) e de parto (1991 - 2021).

Na sequência das edições, tais registros foram avaliados para idade ao parto em conformidade com a ordem da lactação, tamanho do rebanho e grupo contemporâneo de ano do nascimento, no rebanho e o mínimo de três progênies por touro, resultando em 276.016 registros de primeiro parto de vacas, progênie de 3.482 touros, obtidos em 1.280 rebanhos. A matriz de parentesco incluiu 386.183 animais. A média e respectivo desvio-padrão para a idade ao primeiro parto foram 27,15 ± 5,05 meses.

Na Figura 2 é apresentada a tendência fenotípica observada em vacas nascidas entre 2010 e 2019. No período, a IPP apresentou uma consistente redução, de 27,52 para 22,18 meses (aproximadamente um mês a cada dois anos). Entretanto, cabe observar que, em 2019, o número de registros de primeiro parto foi de apenas 2.465, enquanto em 2018, para 17.018 animais, a média foi 24,17 meses; portanto, uma estimativa mais robusta, estatisticamente.

Modelo estatístico e metodologia de análise

A análise da idade ao primeiro parto foi realizada pela metodologia de melhor previsão não-viciada (BLUP), com estimativas dos componentes de variância obtidas por DFREML com um modelo estatístico que incluiu os efeitos fixos de rebanho-ano e estação de nascimento e o aleatório de animal. As estimativas dos componentes de variância genética e residual foram, respectivamente, 0,43 e 14,44, resultando na herdabilidade igual a 0,03 para a IPP.
 

Valores genéticos para a Idade ao primeiro parto

As predições dos valores genéticos (VG) de touros e vacas são apresentadas em PTA (VG/2), após ajuste, por diferença, para a base genética definida pela média dos valores genéticos de vacas nascidas no ano de 2015.

Assim como para as demais características, as PTAs para touros são apresentadas para aqueles nascidos após 1999, com progênie em mais de 4 (quatro) rebanhos, enquanto para vacas, somente para aquelas nascidas a partir de 2010 (Tabela 2). Além de apresentados em tabelas, os resultados são também detalhados em relatórios individuais, mas exclusivamente para cada criador. Esses relatórios são disponibilizados na aba Criadores, também no menu deste Website, após a inserção do login e senha do criador.

É importante observar que o objetivo de seleção é reduzir a idade média ao primeiro parto das novilhas de reposição do rebanho. Para manter consistência na interpretação com as demais características, as estimativas das PTAs para a IPP foram ajustadas, e assim os maiores valores identificam os melhores animais, ou seja, aqueles com maior potencial de promover a melhoria genética para a precocidade sexual quanto a manifestação de cio e fertilização, com uma gestação normal.

TIMOTHEO SOUZA SILVEIRA

CLAUDIO NAPOLIS COSTA

Zootecnista, UFV 1977
MS Zootecnia, UFV 1980
Ph. D. Melhoramento Animal, Cornell University 1998
Pesquisador Embrapa Gado de Leite

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