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Dia Mundial das Zoonoses: conscientize-se!

POR LUMA MARIA SOUZA MACHADO

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 06/07/2023

5 MIN DE LEITURA

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Quando se pensa em zoonoses o medo é geral. Especialmente quando se pensa que se pode perder animais ou colocar sua família em risco. Brucelose e Tuberculose são as doenças que mais assustam, pois implica no sacrifício dos animais. O dia 6 de Julho é o Dia Mundial do combate à Zoonoses, um marco que faz referência à data que o cientista francês Louis Pasteur aplicou a primeira vacina contra raiva, conhecida como antirrábica, em um garoto de 9 anos que havia sido mordido por um cão infectado pelo vírus.

De fato, a saúde humana e animal estão indissoluvelmente ligadas. Nós humanos dependemos dos animais para a companhia, produção de alimentos e para desenvolver pesquisas e etc. Por isso o motivo desse dia ser importante, principalmente para aqueles que lidam com os animais diretamente. Basicamente, zoonoses são as doenças transmitidas pelos animais a nós humanos e precisamos de atenção neste assunto. 

Segundo a professora da Universidade de Lavras (UFLA) e médica veterinária Dra. Elaine Dorneles: “Quando se pensa em zoonose, é comum inicialmente pensar na raiva, por ser a doença de maior letalidade que se conhece. No entanto, existem inúmeras outras doenças zoonóticas igualmente importantes não só pela letalidade, mas em números de indivíduos acometidos e prejuízos causados à sociedade e à saúde pública. Nesse cenário temos a Brucelose , a Tuberculose, a Febre do Nilo, a Hantavirose e a Leptospirose, por exemplo.”

Brucelose ainda é um fantasma?

Elaine relata que: “Entre essas doenças, a que mais me dedico pesquisando o aspecto zoonótico é a Brucelose. O que encontramos em pesquisas recentes, é que a Brucelose é uma zoonose que acomete um grande número de pessoas, principalmente aqueles que têm o contato com os animais no dia a dia como retireiros, fazendeiros e técnicos como os veterinários. Assim, a doença pode ser considerada sim um fantasma, por atingir um grande quantidade de pessoas, mas é notada e sentida como uma doença de menor relevância pela população em geral. Isso acontece pelo baixo acesso ao diagnóstico, pela baixa taxa de suspeita clínica pelos médicos - uma vez que os sinais clínicos são pouco específicos e considerando que no Brasil, não temos a Brucella Melitensis - espécie que causa sinais clínicos mais severos - do que a Brucella abortus - espécie mais circulante aqui no país.”

Aumento da incidência de zoonoses

Algumas ações humanas podem aumentar o número de casos na população e “As que elevam a incidência de doenças zoonóticas estão relacionadas com o contato íntimo e direto com os animais, e em muitos casos, animais silvestres. O aumento do ecoturismo, a facilidade de viagens internacionais, o desmatamento, a maior interferência do homem em ambientes naturais, a criação de animais silvestres como pet e a produção intensiva dos animais de produção são alguns exemplos. Tudo isso favorece o surgimento de novos patógenos. Quando se trabalha com ações de biosseguridade, a gente consegue diminuir o efeito dessas ações, não cessar, mas diminuir. Quando a gente trabalha com, por exemplo, telagem, granjas, distanciamento de regiões silvestres, tudo isso diminui as chances do encontro dos animais domésticos com potenciais patógenos.” - explica Elaine.

Prejuízos à produção animal

Quando se pensa em prejuízos do ponto de vista da produção animal e em quais doenças podem levar ao sacrifícios dos animais, algumas dúvidas e medos podem surgir. A professora ressalta que: “Nós temos hoje especialmente a Brucelose e a Tuberculose bovina que são doenças zoonóticas que quando diagnosticadas vão implicar no sacrifício deste animal. As regras vão variar de estado para estado no Brasil, mas de maneira geral o Programa Nacional de Controle de Brucelose e Tuberculose, estabelece que o animal positivo para essas doenças precisa ser eutanasiado/abatido. No Brasil como um todo, não se tem muitas regras de compensação dos prejuízos aos produtores. Até existem algumas iniciativas de fundos que arcam com o prejuízo, mas ainda é incipiente. Então, o melhor a se fazer é melhorar a sanidade dos rebanhos no que diz respeito a essas doenças. Vale ressaltar que os animais que estão transitando com fins de reprodução, que vão para leilão, exposição, feiras precisam ser testados e testar negativo. Ainda, é importante que o produtor ao adquirir novos animais faça o teste.”

A vacinação é um caminho?

“Entre as zoonoses que podem ser evitadas com a vacinação, nós temos a Brucelose e a Leptospirose, como exemplo. Elas têm vacinas disponíveis no mercado e são eficientes. A vacinação contra Brucelose para os produtores tanto de leite quanto de carne é obrigatória. Para a Leptospirose a vacinação não é obrigatória, mas é recomendada. Para raiva também, nos estados em que ela é endêmica recomenda-se a vacinação a partir dos 4 meses com reforço anual. Então são essas as zoonoses que nós conseguimos evitar com a vacinação e infelizmente para Tuberculose não há vacinação para bovinos, mas para humanos sim.” - explica a professora. 

Manejo de novos animais

Comprei novos animais e agora? Para evitar que casos de zoonoses se espalhem no rebanho, Elaine afirma que “É importante sempre fazer os testes antes da aquisição de qualquer animal e de preferência que esses testes sejam feitos na origem, ou seja, lá na propriedade onde você pretende adquirir os animais. Depois, é importante que você refaça o teste quando os animais chegam a sua propriedade. Por que deveríamos fazer isso? Porque todas as doenças têm o que chamamos de período de incubação - que é o tempo entre o animal ter contato com o agente e ele desenvolver a doença. Então, se testar apenas uma vez pode ser que naquele dia o animal esteja no período de incubação e assim, não seja diagnosticado. O ideal é testar na origem quando compra e testar no destino na fazenda, quando ele estiver em quarentena. Sendo assim, é importante que a fazenda tenha um local separado (piquete, baia) para que possa testar antes de misturá-lo com outros animais. 

E se a gente encontrar um animal suspeito pra alguma dessas doenças, o que precisamos fazer? Primeiro passo é tomar cuidado com a manipulação desse animal. Animais suspeitos de raiva, por exemplo, precisamos tomar cuidado principalmente com a saliva e para qualquer outro animal tem que se ter cuidado e evitar contato com fluídos corporais, sangue, fezes, restos placentários, tudo isso é fonte de contaminação para os humanos. Assim, o ideal é se proteger usando equipamentos de proteção individual (luvas, máscaras, avental, roupa de manga comprida e botas) e claro, procurar ajuda de profissionais especialistas que te auxiliará na confirmação desse diagnóstico e te instruirá.”

As doenças aqui apresentadas são graves e por essa razão estão sob legislação no país. Logo, o mais inteligente é aquele que estuda e se previne para não viver assombrado com a possibilidade de alguma delas surgir no rebanho e implicar na perda de algum animal ou pior, no contágio do consumidor ou de alguém na fazenda. Há vacinas, há exames, há excelentes técnicos que podem te ajudar.

Portanto pessoal, proteja-se e proteja seu rebanho! 

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LUMA MARIA SOUZA MACHADO

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