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"Há um importante mercado a ser desbravado para quem pensa e faz as coisas de forma diferente"

RAQUEL MARIA CURY RODRIGUES

EM 24/04/2019

4 MIN DE LEITURA

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Pomerode Alimentos nasceu com o nome de Laticínios Pomerode em 2002. Ela foi fundada pelo Sr. Nelson Ziehlsdorf, para voltar a produzir um tradicional queijo fundido produzido na cidade de Pomerode, em Santa Catarina, no passado, pela extinta Cia Weege. Esse queijo se chamava Kraeuterkaese (tradução: queijo com ervas), e foi sempre envasado em bisnagas de alumínio de 90 g. O pai do Sr. Nelson era funcionário da Weege, e foi responsável pela produção do Kraeuterkaese por muitas décadas.

queijos fundidos da Pomerode Alimentos

No ano de 2013, a família Mendes, que fundou também em 2002 a cervejaria Eisenbahn, adquiriu integralmente a Pomerode.

A empresa fica na cidade de Pomerode, conhecida como ‘a mais alemã do Brasil’. Quando a empresa foi adquirida, em 2013, tinha em linha 10 produtos. Atualmente expandiu o portfólio para a produção não apenas de queijos fundidos, mas também de queijos de mofo branco como brie e camembert, totalizando hoje ao todo 45 opções de produtos.

“Oferecemos uma linha de queijos fundidos de alta qualidade, já que usamos apenas queijos nobres como parmesão, gorgonzola e brie, fundidos a alta temperatura, sem uso de conservantes e qualquer tipo de espessantes. Nossos produtos são compostos de queijo de verdade, sem nenhum aromatizante. Temos creme de gorgonzola, parmesão, brie, gruyere, gouda e provolone”, comentaram em entrevista exclusiva ao MilkPoint os irmãos Juliano e Bruno Mendes, sócios e diretores da Pomerode Alimentos.

Pomerode Alimentos diretores
Irmãos Mendes, Juliano e Bruno

Além da linha de queijos fundidos e cremosos, a empresa também oferece queijos da linha Vermont, que inclusive, é a que traz maior crescimento para a empresa. “Fomos estudar fora do Brasil para entender o processo e trouxemos um dos melhores consultores do mundo, um francês, para fabricarmos queijos com técnica francesa, com mais sabor do que outros encontrados no Brasil. Assim, conseguimos adicionar no portfólio queijos como o Saint-Marcellin e o Tomme Vaudoise, que são caracterizados pelo mofo branco suíço. Também temos o queijo tipo brie, tipo camembert e como temos à disposição leite de ovelha, produzimos um produto muito saboroso com ele, também utilizando o mofo branco”, acrescentaram.

linha Vermont da Pomerode Alimentos

Captação de queijos e leite

Para os produtos fundidos, a empresa compra queijos de parceiros e para a linha de mofo branco – que está apenas a um ano em operação – são processados 5 mil litros de leite por dia. Segundo os irmãos, em um mercado estimado de 200 toneladas por mês, a Pomerode já participa com 10 toneladas.

“Nosso leite de vaca vem majoritariamente de uma região que fica aproximadamente a 70 km de Pomerode. O leite de ovelha vem do sul do estado. Para o tipo de leite que precisamos na produção de queijos muito finos e especiais, precisamos de leite de alta qualidade. Temos parceria com uma cooperativa, que seleciona a melhor matéria-prima da linha deles para a nossa produção. A maior prova da qualidade do nosso leite está no sabor e textura dos nossos queijos”, comentaram.

queijos fundidos da Pomerode Alimentos

Os mercados de maior volume para a Pomerode Alimentos são na região Sul e Sudeste, com maior volume em SC, RS, PR, SP e RJ.  “Estamos presentes em alguns pontos de venda também em outros estados. No momento não estamos buscando exportar, mas abertos e atentos às oportunidades. Em um período muito curto já estamos presentes nas gôndolas de boa parte dos melhores e maiores varejistas dessas regiões, como Pão de Açúcar, St. Marche, Zaffari, Angeloni, Zona Sul, Muffato, Festival, entre outros importantes varejistas”.

queijos fundidos da Pomerode Alimentos

Para os Mendes, o grande desafio no mercado de queijos é educar o consumidor. “Ainda há poucos conhecedores das variedades de queijos existentes no mundo. O consumidor brasileiro também não teve acesso - em sua maioria - a queijos de sabores mais intensos, como os produzidos na Europa. Há uma certa crença de que o brasileiro não gosta de queijos fortes e com aromas intensos. Não acreditamos nessa ‘verdade estabelecida’”.

Segundo eles, se isso fosse verdade, o consumidor de cerveja não estaria migrando hoje para cervejas muito mais fortes e amargas do que as que consumiam no passado.

“O crescimento de mercado das cervejas especiais, um dos que mais cresce no mundo, serve de grande lição para os laticínios. Vai se diferenciar quem oferecer algo novo e mais especial. Produtos autênticos e não adaptados a este 'suposto paladar brasileiro'. Não é fácil e há resistência no início, mas não vemos outro caminho. Nós estamos trazendo ao mercado queijos diferentes dos que existiam antes e estamos sendo recompensados com um rápido crescimento. O brasileiro ainda consome pouco queijo e é preciso democratizar esses produtos”.

queijos fundidos da Pomerode Alimentos

Para eles, esse quadro pode melhorar à medida que o mercado oferece novidades, queijos de verdade e queijos mais saborosos. Já na linha dos processados, a Pomerode enfrenta uma concorrência grande de produtos de baixa qualidade, feitos com pouquíssimo queijo, aromas artificiais e muito espessantes.

“Fazer com que o consumidor entenda e valorize essas diferenças é um desafio. É claro que a crise faz crescer a oferta de produtos de baixa qualidade e muito baratos. E esse movimento atrapalha quem faz produtos de maior qualidade”.

queijos fundidos da Pomerode Alimentos

Juliano e Bruno assumiram uma empresa bastante adormecida, em vias de encerrar as atividades. Para isso, remodelaram todas as embalagens e a identidade visual da empresa. “Também lançamos novos produtos e reforçamos a distribuição. Com a linha Vermont impulsionamos bastante o nosso crescimento, pois desde que entramos na empresa, ela já cresceu mais de 10 vezes e - em 2019 - fechamos janeiro e fevereiro com crescimento de 40%, comparando com os mesmos meses do ano passado. Sabemos que estamos na contramão do mercado, pois ainda há uma forte estagnação no consumo. Isso reforça nossa crença de que há um importante mercado a ser desbravado para quem pensa e faz as coisas de forma diferente”, concluíram.

RAQUEL MARIA CURY RODRIGUES

Zootecnista pela FMVZ/UNESP de Botucatu.

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ROSANE

SEROPEDICA - RIO DE JANEIRO - PESQUISA/ENSINO

EM 24/04/2019

Parabéns. Excelente matéria. Acho que o futuro passa por aí. Só como exemplo, há alguns anos fizemos alguns trabalhos de pesquisa com o aproveitamento do macho de rebanhos leiteiros (vitelo e bezerrão). Os resultados foram ótimos (carne de excelente qualidade), mas esbarrou justamente na comercialização . O mercado não estava preparado para estes produtos porque o brasileiro prefere carnes com maior cobertura de gordura.

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