Para fechar com chave de ouro o Dairy Vision 2022, o quinto painel trouxe o empreendedorismo e suas aplicações para dentro da cadeia láctea. Otto Guarnieri e Antonio Neto, Co-fundadores da MaisMu iniciaram a tarde enfatizando a importância do posicionamento e da comunicação diferenciada e personalizada “O mercado mudou e nós somos parte dessa mudança”, enfatizou Otto.
A conexão com o público também foi ressaltada, destacando a importância de humanizar a marca. “Fazer as pessoas se sentirem diferentes, afinal, não é sobre o que a gente quer vender, mas sim sobre o que as pessoas querem comprar”, destacou Neto.
Também falando sobre mudanças e inovações, Fred Gelli, CEO na Tátil Design, levantou o questionamento sobre a origem das inspirações e enfatizou a importância de observarmos a natureza. “Temos que ter novas ideias e a inteligência natural tem muito a nos ajudar. A vida está evoluindo a 3,8 bilhões de anos, existem 15 milhões de espécies prototipando soluções. Devemos nos inspirar”, salientou.
Além da comunicação, reinventar em outras frentes também é necessária. A sustentabilidade foi apontada por Gelli como uma frente de reinvenção “O lixo é uma invenção humana - não existe lixo na natureza, na natureza tudo é reutilizado”, disse. “A marca tem que gerar valor para todo o ecossistema que faz parte, não somente para os acionistas”, concluiu o CEO.
Aliada à narrativa e agregação de valor, nos novos tempos a tecnologia e a digitalização estão cada vez mais inseridas no cotidiano das pessoas. Neste contexto, Cezar Taurion, Partner e head of Digital Transformation da Kick Corporate Ventures, trouxe alguns cenários do metaverso. “Atualmente estamos vivendo em um mundo que o digital faz parte do dia a dia e a pandemia acelerou muito isso”, destacou.
Taurion enfatizou que essa realidade ainda é um pouco distante e apontou que embora as possibilidades sejam imensas, alguns pontos negativos ainda são uma barreira. “O alto custo, o cansaço visual, a necessidade do uso de baterias, a aceitação social e a limitação na interação social ainda são pontos negativos dessa inovação”, pontuou.
Os lácteos do futuro são uma combinação de todas essas frentes. Para Fábio de Mello, Gerente de Desenvolvimento de Negócios da Kerry, os extremos se conectam, ao passo que existe uma convergência de voltar à vida fora de casa, e, ao mesmo tempo, redefinir o conforto, o lar e o aconchego.
O consumidor mudou, e suas preferências e necessidades também. O iogurte do presente não será o mesmo do futuro. "Continua com a mesma base proteica e com frutas, mas começa a mudar pela necessidade do consumidor de meios naturais, mais fibras, proteínas funcionais, probótiocos, bioativos e ômegas, mas com a redução de açúcar e gordura." Mello explicou que são os processos tecnológicos que permitem essas adições, e completou dizendo que "todos os produtos do portfólio tem que ser benéficos para o ser humano."
Camilla Gurgel, Diretora Executiva & Partner na Deboo, reforçou a importância da mudança na forma que interagirmos com o mundo, salientando a aproximação com o cliente no seu próprio ambiente, mas ponderou que a tecnologia por tecnologia não é inovação, é necessário criar valor e aplicabilidade. "O que precisamos olhar é como essas tecnologias podem me beneficiar, como podem beneficiar o meu negócio e como podem beneficiar o ecossistema que estou inserida."
Durante o debate, conduzido por Marcelo Carvalho, CEO do MilkVentures, foi questionado se é possível e como metaverso pode alavancar o customer experience no setor de alimentos, em especial dos lácteos.
Para Cezar, "no fundo, estamos vendo mais uma evolução da tecnologia. Os componentes que fizeram o iPhone já existiam, só foram juntadas. Quando falamos de metaverso, estamos juntando tecnologias já existentes. A questão é quando isso vai ser aceito. As mudanças da sociedade impulsionam a tecnologia." Camilla complementou: só vai existir algo se houver uma aplicação real a uma necessidade do ser humano, se não cairá vai "cair por terra".
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