Com os novos estudos e atualizações do NRC (2021), houve uma mudança na recomendação para as formulações das dietas.
Agora a recomendação é estimar a Energia Liquida de Lactação (ELL), ao invés de calcular os Nutrientes Digestíveis Totais (NDT), e para chegar a essa variável é necessário calcular a energia digestível (ED) e a energia metabolizável (EM), sendo importante levar em consideração os novos fatores de correção.
A partir dessa atualização de estimativa, a ED dos alimentos apresentou um aumento em torno de 10%, comparada aos valores de 2001. Observe abaixo a equação recomendada para estimar a ED.
Nessa estimativa observamos na equação valores de proteína bruta metabólica fecal (PBef) e matéria orgânica residual endógena fecal (MORef), isso ocorre porque em ruminantes não é possível mensurar a massa fecal endógena.
No entanto, estimando esses valores de PB e MOR é possível chegarmos aos valores endógenos, uma vez que, essas variáveis sofrem interferência de bactérias e resíduos de bactérias do organismo.
O NRC (2021) considera para esse cálculo que a massa endógena deva ser multiplicada pelo valor energético da PB endógena e MOR, onde se considera os seguintes valores: 5,65 Mcal/kg PB e 4,0 Mcal/kg MOR. Em seguida, esse valor deve ser subtraído da Energia Digestível (ED) do alimento. Ou seja, nos cálculos do NRC (2021) para chegar à ED, a MORd será ajustada com a desconto da MORef, e a PBd com o desconto da PBef.
Realizada a estimativa de ED, o próximo passo é encontrar a energia metabolizável (EM), nesse caso, devemos desconsiderar a energia perdida na urina e gases (metano). Para encontrarmos essas variáveis precisamos levar em consideração as seguintes equações:
Com base nessas equações observamos que a EM leva em consideração a ED descontando a energia perdida da urina e energia perdida dos gases. É importante ressaltar que no NRC (2021) passou a considerar para os cálculos, a dieta total e não os alimentos individuais.
Calculada a ED e a EM, chegamos na estimativa de Energia Líquida de Lactação, onde utiliza-se o fator de conversão 0,66, como observado na equação abaixo, esse fator foi sugerido com base em estudos publicados dos últimos 20 anos.
No entanto, outra atualização do novo NRC, é que o valor de ELL não é mais apresentado nas tabelas de alimentos, atualmente é necessário realizar o cálculo, isso ocorre porque entende-se que para chegar a esse valor é necessário avaliar o conjunto de alimentos e a dieta como um todo e não o alimento de forma individual.
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Autores
CARDOSO, J.B - Mestranda em Zootecnia pela Universidade Federal de Pelotas
ROTTA, P.P - Profª. Adjunta no Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa
Referências
National Academies of Sciences, Engineering, and Medicine. Nutrient Requirements of Dairy Cattle: Eighth Revised Edition. 8° edição, Washington, DC: The National Academies Press, 2021.