O faturamento do setor de lácteos durante o primeiro semestre de 2021 registrou alta de 14% com colocações mais elevadas e melhores preços em relação ao mesmo período de 2020, confirmou o Instituto Nacional do Leite (Inale).
Foram exportadas 68,5 mil toneladas de leite em pó integral por US $ 228,9 milhões, com valor médio de US $ 3.752. O preço subiu 6%, o volume ficou 9% e o faturamento 16%. É o principal produto de exportação do Uruguai.
O crescimento no volume exportado de leite em pó desnatado foi mais expressivo (13%), com 5,3 mil toneladas exportadas. Nessa área, o faturamento cresceu 20% — sempre nas mesmas datas da comparação anterior — e atingiu US $ 15,6 milhões. O preço médio da tonelada foi de US $ 3.376 (alta de 15%), segundo estatísticas do Inale.
Paralelamente, foram vendidas 12,2 mil toneladas de queijos por US $ 49,6 milhões. Nessa área, o preço médio da tonelada exportada foi de US $ 4.282.
Outro produto com forte crescimento foi a manteiga. Foram embarcadas 5,4 mil toneladas que geraram US $ 20,7 milhões. O volume vendido caiu 5%, mas o faturamento compensou essa queda, com um aumento de 14%. O preço médio da tonelada ficou em US $ 4.118, valor que marca um aumento de 19%.
O mercado mundial de lácteos segue apresentando sinais de recuperação, principalmente impulsionado pela China. O gigante asiático é um dos dois maiores produtores de leite do mundo, mas, embora tenha aumentado sua produção de lácteos, está longe de ser autossuficiente. Portanto, não pode atender sua demanda por lácteos.
A pandemia da Covid-19 acentuou essa demanda, quando a população pode perceber as vantagens do consumo de laticínios para manter um bom nível imunológico. De acordo com informações do Food Navigator publicadas pelo portal MilkPoint, o governo da China promove o consumo de laticínios e aconselha o aumento da ingestão diária. As diretrizes oficiais de consumo publicadas pelas principais associações locais recomendam 300 gramas em diferentes formatos.
Por sua vez, segundo informações do Edairy News, no ano passado a China produziu 34 milhões de toneladas de leite que abastecerão apenas 70% da demanda interna. É um grande desafio para as indústrias de laticínios da China.
Este grande importador mundial tem buscado soluções internas e externas para fazer frente à defasagem da produção de leite em relação à demanda. Entre as opções que os chineses vêm adotando para a produção em escala estão o aumento da produção por animal, contam com genética e manejo, mas principalmente, buscam aumentar o rebanho leiteiro, importando bezerros vivos.
O Uruguai é um exportador tradicional de bezerros Holandês de até 15 meses. Muitos animais já estão produzindo nas fazendas leiteiras chinesas e o bom resultado faz com que a genética uruguaia continue sendo exigida. A seriedade dos exportadores e as certificações pesam muito.
As informações são do El País, traduzidas pela Equipe MilkPoint.