A M. Dias Branco, maior fabricante de biscoitos e massas do Brasil, dona de 19 marcas - incluindo Vitarella, Richester, Fortaleza, Piraquê, Isabela, Estrela e Adria -, apresentou aceleração no ritmo de crescimento ao longo do segundo trimestre. Para o terceiro trimestre, a tendência se mantém, disse Fabio Cefaly, diretor de novos negócios e relações com investidores da companhia.
“Mesmo com a reabertura do varejo e de restaurantes em muitas cidades do país o consumo dentro do lar segue forte. Não estamos perdendo tração”, afirmou Cefaly. No segundo trimestre, a companhia registrou um lucro líquido de R$ 152,4 milhões, em alta de 51,5% em relação ao mesmo intervalo de 2019.
A receita líquida cresceu 22,2%, atingindo R$ 1,89 bilhão, um valor recorde para a companhia. No período, a fabricante teve aumento médio em preços de 2,9% e alta de 19% em volume vendido, para 536,1 mil toneladas - outro recorde. As vendas de biscoitos aumentaram 14,2% e as de massas avançaram 37,4%. A M. Dias lidera o mercado de biscoitos, com 34,5%, e o mercado de massas, com 34,9% de participação, segundo a Nielsen.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou R$ 225,6 milhões, com crescimento de 23,5%. A margem Ebitda avançou 0,2 ponto percentual, para 12%. Já a margem Ebitda da marca Piraquê chegou a 23,7%, a maior patamar da companhia.
Expandir as vendas da Piraquê, ainda muito concentradas no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, são foco da M. Dias Branco. A fabricante apresentou no trimestre crescimento de 21,9% nas vendas para as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, tendo como destaque a Piraquê.
Nas regiões Nordeste e Norte, onde a companhia tem participação de mercado próxima de 60%, as vendas cresceram 16,2%. “Ainda há muito potencial de crescimento no Nordeste”, afirmou Cefaly.
A M. Dias Branco também começou a vender mais farinha de trigo no Sudeste, com a operação do moinho de Bento Gonçalves (RS). “Teremos mais linhas novas em breve”, disse o diretor.
Em julho, a M. Dias Branco começou a reajustar preços em 6%. Cefaly disse que o aumento será feito em fases e deve ser concluído até setembro. “Estamos fazendo movimentos de preço com muito cuidado para ter um bom equilíbrio”, afirmou.
No segundo trimestre, a companhia sofreu pressão em custos com a alta do dólar, com destaque para alta nos custos com trigo de 12,1%, alta de 59,3% no custo médio do óleo vegetal e alta de 15% no preço do açúcar. “O câmbio do segundo semestre deve ser maior do que no primeiro semestre”, disse Cefaly. A fabricante espera compensar essa pressão adicional em custos com ganhos de produtividade e aumento nas vendas da Piraquê.
No mercado internacional, a M. Dias Branco ampliou as exportações em 526%, para R$ 93,3 milhões. Cefaly disse que o desempenho foi puxado por encomendas nos Estados Unidos (onde produz para marca própria de varejistas) e na América Central.
A companhia atingiu esses resultados sem precisar queimar caixa, segundo Cefaly. A M. Dias Branco terminou o segundo trimestre com caixa operacional de R$ 492,4 milhões, montante 116,8% maior do que o reportado um ano antes. A empresa encerrou o trimestre com caixa de R$ 1,4 bilhão, em comparação a R$ 512,7 milhões no segundo trimestre de 2019.
De abril a junho, a M. Dias fez captações e emissões de notas promissórias que totalizaram R$ 465,8 milhões. “Fizemos captações para proteger o nosso caixa dos efeitos da pandemia. Mas por fim fechamos o trimestre gerando caixa novo”, disse Cefaly. A companhia reduziu seu endividamento líquido para R$ 332,8 milhões, ante R$ 627 milhões um ano antes.
As informações são do jornal Valor Econômico.