A Fazenda Boa Fé, em Conquista, MG, produz cerca de 10.500 litros de leite por dia, com 380 vacas em lactação. Segundo Jônadan Ma, engenheiro agrônomo e gerente da propriedade, a Boa Fé vivenciou várias fases para se tornar uma das maiores produtoras de leite do Brasil. Hoje, o trabalho é direcionado para a seguinte meta: a produção de 40 mil litros/leite/dia em 2023.
“Nosso objetivo foi pensado minuciosamente e teve uma data muito bem definida. Esse crescimento será orgânico (isto é, sem alavancagem financeira e utilizando o caixa da própria atividade). Nós integramos a pecuária, a agricultura e a indústria e essa integração nos direciona a ganhos, com vantagem competitiva na produção de alimentos e na utilização dos resíduos animais”.
A ideia é que até o final deste ano, a produção de leite expanda para 13 mil litros/dia e em 2019, alcance 15 mil. Os sistemas de produção escolhidos são o free stall e o compost barn e, na cria e recria, os animais são criados em piquetes em uma área de pastagem de Tifton irrigada. Também, há 38 hectares dedicados à integração lavoura-pecuária-floresta desenvolvidos recentemente.
“O projeto de integração lavoura-pecuária-floresta da Fazenda Boa Fé nasceu dentro de um conceito muito importante, alinhado com a missão da propriedade, que é produzir alimentos, genética e tecnologias, transformando vidas e proporcionando - de forma longeva e sustentável - a qualidade de vida para as pessoas”, explicou Jônadan, que também ressaltou a grande importância e atenção dadas ao bem-estar dos animais.
“O principal ativo da atividade leiteira é a vaca e por isso, precisamos proporcionar uma ótima qualidade de vida para ela, o melhor tratamento possível e um ambiente saudável. Só assim ela retornará com aquilo que esperamos para a sociedade, que é a produção de alimentos. Além disso, com essa mesma visão, temos uma imensa preocupação com a terra, com a conservação do solo, as práticas sustentáveis e conservacionistas, o plantio direto, o mínimo revolvimento do solo e o menor uso de agroquímicos possíveis. Esses itens estão todos interligados na condução da produção animal. Resumidamente, buscamos uma lavoura bem conduzida, sustentável e também, animais felizes, bem criados e que sejam integrados com a nossa missão”.
Jônadan Ma faz parte da grade de palestrantes do Interleite Brasil 2018 e a sua palestra – que integra o painel ‘Bem-estar animal: na teoria e na prática’ – falará sobre ‘A visão da Agropecuária Boa Fé’. Não deixe de conferir a programação do evento, que está incrível!
Para aplicar ferramentas e modelos de gestão na área de bem-estar animal, a Boa Fé participa de um programa com especialistas em bem-estar animal – como Mateus Paranhos e Lívia Magalhães – que supriu a fazenda com informações, ferramentas e conhecimento para que os conceitos fossem aplicados.
“Quero um animal feliz sim, mas, que também produza muito mais e melhor, gerando renda, receita e retorno para a empresa. Temos uma enorme satisfação em adotar um sistema bem equilibrado entre o ambiente e as pessoas. Todo esse conceito nos fez implantar e investir em bem-estar. Não é uma ação isolada, mas, sim integrada com a missão da empresa, que envolve, pessoas, solo, plantas, ambiente e claro, animais”.
Confira o vídeo gravado com Jônadan Ma:
Bem-estar animal e a gestão de mão de obra
Um outro ponto reforçado por Jônadan foi a estrita relação existente entre a gestão de mão de obra e o bem-estar animal. De acordo com ele, há uma constante busca em manter os funcionários motivados e entendendo os porquês de eles estarem ali.
“Buscamos que a equipe reflita como o trabalho impacta nas suas vidas e na vida dos consumidores. O conceito de bem-estar animal é muito mais amplo que um animal feliz e com sombra, que são os itens mais visíveis. A etapa não visível está realmente nas pessoas e no resultado que nós colhemos a cada dia. As nossas vacas são ordenhadas a cada oito horas, o leite será processado e consumido por alguém em poucos momentos após o nosso trabalho. Sem dúvida, a qualidade do leite também reflete como esse animal foi tratado”.
A dica dada por Jônadan foi a seguinte: ‘não adianta implantar um programa de bem-estar animal sem pensar antes nas pessoas que trabalham na fazenda’.
“O bem-estar animal só terá um bom resultado se as pessoas também estiverem em bem-estar e para isso, deixo aqui três sugestões fundamentais:
a) Promova o bem-estar das pessoas, deixando-as motivadas a trabalhar no lugar que estão. Isso não se faz apenas com salário, mas, pela perspectiva que enxergam no local agora e no futuro;
b) Se preocupe com a parte física das pessoas. Mantenha os descansos semanais e as férias remuneradas. A produção de leite é extenuante e as vacas não dão feriado e nem dias vagos, por isso, a sua mão de obra merece descanso e férias;
c) E por último, e não menos importante, treine, capacite e desenvolva seus funcionários sem medo de perdê-los para a concorrência. Para o negócio, é necessária uma mão de obra competente. Todos devem estar com a cabeça, o espírito e o físico equilibrados”.
Venha conosco aprender o que os melhores do leite estão fazendo e para onde eles estão indo! O Interleite Brasil 2018 está de portas abertas para você e toda a sua equipe. Se tivéssemos uma dica para te dar agora seria: não perca o melhor evento do setor leiteiro no Brasil!
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