EUA: exportações de lácteos aumentaram em abril, apesar da Covid-19

Durante o mês de abril, as exportações de lácteos dos EUA foram surpreendentemente positivas, pelo oitavo mês consecutivo. Esse impulso se deve, em grande parte, pelas exportações recordes de ingredientes secos para o Sudeste Asiático, além de soro de leite para a China.

Em abril de 2020, as exportações foram US$ 150 milhões superiores em relação ao ano passado. Isso representa aproximadamente 50.000 toneladas a mais de produto vendido este ano, de acordo com dados do Conselho de Exportação de Lácteos dos EUA (USDEC).

"Certamente, notícias inesperadas, mas obviamente bem-vindas", disse Tom Vilsack, presidente e CEO do USDEC. "O Sudeste Asiático e a China são extremamente importantes para esses números".

No sudeste da Ásia, o crescimento pode ser atribuído a alguns fatores, segundo Vilsack. “Antes de tudo, estamos lidando principalmente com ingredientes em pó. São países que lidaram com o vírus de forma muito agressiva desde o início, então suas economias se abriram um pouco mais rapidamente do que a nossa”, disse ele. “A segunda explicação é que éramos muito competitivos em preços em um mercado muito difícil. E a terceira explicação é que nós realmente aprofundamos nossa presença recentemente no sudeste da Ásia em termos de indústria. Agora temos um centro de excelência em laticínios em Cingapura. Estamos fazendo muito mais promoções. Estamos lá fora, para que as pessoas estejam cientes das oportunidades trazidas pelos lácteos dos EUA.”

Na China, as importações de produtos dos EUA foram impulsionadas em grande parte pelo permeado de soro de leite. Segundo Vilsack, a explicação é bem simples: a China está reconstruindo seu rebanho suíno.

Preços dos queijos pesam nas vendas globais

As exportações para o México, cliente número 1 de lácteos dos EUA, foram menores no mês de abril. Vilsack atribui isso a uma combinação de coisas, incluindo o coronavírus. Além disso, as vendas de queijos foram menores em geral.

"Como vimos um aumento dos preços do queijo, acho que nos tornamos menos competitivos no mercado mundial", diz Vilsack. “Mas no México estamos vendo um enfraquecimento em grande parte por causa do preço do petróleo tão baixo. Eu acho que existem vários motivos para preocupação com esse mercado.”

Esperamos que a ratificação e implementação do Acordo EUA México Canadá (USMCA) ajude a preservar o mercado, mas Vilsack acha que essa situação é um bom lembrete da importância de ter clientes geograficamente diversificados.

"Os preços do queijo aumentaram", disse ele. "Agora estamos bem acima do preço global e, por isso, será um pouco mais difícil para nós em termos de contratos futuros". Ainda assim, ele observa que a boa notícia é que os preços mais altos acabam chegando aos produtores de leite.

Perspectivas para o segundo semestre de 2020

O cenário das exportações de laticínios para o restante do ano depende em grande parte da economia global, de acordo com Vilsack.

"Se virmos uma recessão global por causa do vírus, isso obviamente afetará as vendas", disse ele. “Estávamos otimistas ao entrar em 2020 com um acordo da Fase Um na China, o acordo comercial da Fase Um no Japão, a USMCA entrando em vigor e novas oportunidades potenciais no Canadá. Continuamos um pouco otimistas e esperançosos no final de 2020, mas podemos ter algumas correções difíceis de agora em diante.”

As informações são do Farm Journal & MILK Magazine, traduzidas pela Equipe MilkPoint.