EUA: exportações de lácteos aumentam 7% em setembro

As exportações de lácteos dos EUA permaneceram em ritmo recorde em setembro, registrando outro forte mês de crescimento.

O volume de exportação aumentou 7% (+13.784 toneladas) com base em sólidos de leite equivalentes. Soro de leite (+18%, +8.897 toneladas), queijo (+5%, +1.719 toneladas) e lactose (+32%, +10.135 toneladas) estabeleceram novos máximos em setembro, enquanto os embarques de manteiga aumentaram 49% (+1.598 toneladas) em o que pode ser um dos últimos meses fortes para a gordura este ano.

As exportações de leite em pó desnatado (NFDM/SMP) dos EUA caíram pelo 10º mês consecutivo em setembro (-7%, -4.953 toneladas), e NFDM/SMP continua sendo um dos poucos produtos em que as exportações estão abaixo do ano anterior. Os declínios foram impulsionados pela disponibilidade limitada de produtos e pela contínua ausência da China, juntamente com uma retração mais recente no Sudeste Asiático (SEA).

Enquanto a China continua com queda nas importações gerais de laticínios, as exportações de soro de leite dos EUA para o país aumentaram significativamente (+41%, +8.626 toneladas) em setembro, graças ao crescimento do permeado, provavelmente impulsionado pelo aumento dos preços da carne suína que incentiva o aumento do uso de soro na alimentação de suínos.

As exportações para o México foram particularmente impressionantes em setembro, com o volume de NFDM/SMP subindo 22% (+6.138 toneladas) e o queijo 11% (+969 toneladas).

No geral, as exportações de lácteos dos EUA tiveram outro ótimo mês. Com a retomada da produção de leite. A expectativa é de que os números de receita permaneçam fortes até o final do ano.

Exportações fortes de manteiga, mas desafios pela frente

Apesar do mercado de manteiga apertado levando a preços excepcionalmente altos, os EUA continuaram aumentando suas exportações de manteiga em setembro. Os embarques de manteiga aumentaram 49% (+1.598 toneladas) no mês, com fortes ganhos para o Canadá (+126%, +1.451 toneladas), embora os embarques para o México também tenham dobrado – apesar de a partir de uma linha de base baixa (+106%, +164 toneladas).

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Ambos os países ficaram para trás na produção de leite nos últimos 18 meses e se voltaram mais para os EUA para ajudar a preencher a lacuna. Os preços competitivos da manteiga nos EUA no início do ano incentivaram o crescimento das exportações, bem como as compras antecipadas dos importadores.

No entanto, desde meados do ano, os preços da manteiga nos EUA têm tendência bem acima dos preços do GDT e ultrapassaram temporariamente os preços europeus para se tornar a manteiga mais cara dos principais exportadores no mercado spot - mesmo que os futuros fossem mais favoráveis para as exportações.

Então, na semana passada, os preços spot dos EUA despencaram. Os preços da manteiga no CME caíram 59 centavos de US$ 3,20 em 21 de outubro para US$ 2,61 em 3 de novembro. A dramática correção de preços provavelmente decorre de fatores como o relatório de armazenamento a frio que mostrou uma queda menor do que a esperada nos estoques e os varejistas garantiram compras antes da temporada de festas.

Globalmente, a manteiga da UE teve uma queda dramática semelhante no preço, o que a colocou no mesmo nível dos EUA, mas tanto a UE quanto os EUA ainda estão com preços bem acima do GDT (aproximadamente 30% mais alto).

Com os preços dos EUA sem o desconto que desfrutaram na maior parte dos últimos 18 meses, podemos esperar que as exportações de manteiga dos EUA diminuam no último trimestre de 2022 e no início de 2023. Isso é especialmente verdadeiro porque a Nova Zelândia continua transferindo mais leite para a produção de manteiga enquanto os EUA e a UE continuam registrando ofertas apertadas.

A produção de manteiga da Nova Zelândia aumentou constantemente ao longo do ano, à medida que o mix de produção do país transferiu mais leite para o fluxo de manteiga em face da menor demanda de leite em pó integral da China. A produção de manteiga da Nova Zelândia aumentou 5,5% no acumulado do ano (janeiro-agosto) em comparação com os EUA caindo 2,2% no acumulado do ano. Esse aumento da oferta na Nova Zelândia ajudará a manter o preço da manteiga neozelandesa abaixo dos EUA, o que cria um obstáculo adicional para as exportações dos EUA terminarem o ano.

Exportações de soro de leite atingem dois dígitos novamente

O ressurgimento contínuo dos embarques de soro de leite dos EUA que começaram em junho continua alimentando as exportações gerais de lácteos dos EUA. Setembro marcou o quarto mês consecutivo de ganhos de dois dígitos com relação ao ano anterior, com o volume aumentando 18% para 58.117 toneladas (+8.897 toneladas).

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Quando se aprofunda nas subcategorias de soro de leite, nota-se que a imagem varia. Por exemplo, o concentrado de proteína de soro de leite (WPC) exportado sob o código HS 0404.10 registrou o maior aumento em setembro, +49% (+5.051 toneladas), e tem sido um dos principais impulsionadores da recuperação dos embarques de soro de leite dos EUA em 2022. Mas o WPC foi enviado sob O código HS 3502.20 (o que chamamos de WPC80+) continua abaixo do desempenho do ano anterior, caindo 9% (-492 toneladas) em setembro e 8% (-4.100 toneladas) no acumulado do ano.

As diferentes trajetórias para cada código HS podem ser rastreadas até a China.

A China é o comprador nº 1 do WPC dos EUA sob 0404.10 (representando cerca de 45% das vendas dos EUA no ano passado) e, até recentemente, era o maior comprador do WPC80+ dos EUA sob 3502.20 (recebendo cerca de 50% das exportações dos EUA em 2021).

As exportações de WPC dos EUA para a China sob 0404.10 aumentaram 154% em setembro (+5.204 toneladas) e aumentaram 33% (+16.627 toneladas) nos três primeiros trimestres de 2022. Ao contrário do permeado de soro de leite ou soro doce, que são fortemente impulsionados pelo mercado de carne suína na China, o ganho em WPC é mais curioso

A demanda chinesa pela maioria dos outros ingredientes lácteos de alto valor sofreu no ano passado. As remessas dos EUA de WPC80+ para a China abaixo de 3502,20, por exemplo, caíram 63% (-656 toneladas) em setembro e caíram 44% (-5.596 toneladas) nos três primeiros trimestres.

No geral, mesmo com a imprecisão de alguns códigos HS de dados comerciais, as exportações combinadas de WPC dos EUA sob ambos os códigos HS estão crescendo para a China e outros lugares - e é uma das razões por trás dos ganhos de exportação de soro de leite dos EUA este ano.

Embora o WPC tenha impulsionado as remessas gerais de soro desde março, a longo prazo, as exportações americanas de soro modificado (em grande parte permeado) tiveram um desempenho ainda melhor - mesmo durante a desaceleração nas exportações gerais de soro dos EUA que começaram no final do verão de 2021 e terminaram em fevereiro de 2022 .

Desde o início de 2021, as exportações de soro de leite modificado dos EUA cresceram 25% (+70.081 toneladas). Atribui-se essa sequência de crescimento de longo prazo em parte aos compradores que se voltaram para o permeado como uma alternativa acessível ao soro doce, pois os preços do soro doce aumentaram e os preços mais altos da carne suína incentivaram o aumento da utilização de ingredientes lácteos pelos produtores de suínos para aumentar a velocidade de comercialização.

No mesmo período de 21 meses em que as vendas de soro modificado aumentaram 25%, as vendas de soro desidratado nos EUA (predominantemente soro doce) ficaram estáveis.

Com os preços do soro doce nos EUA caindo, a expectativa é começar a ver um crescimento mais equilibrado. Isso pode já ter começado. Em relação ao ano anterior, os embarques de soro modificado dos EUA cresceram 1% (+206 toneladas) em setembro, enquanto as exportações de soro doce dos EUA cresceram 22% (+4.132 toneladas).

As informações são do USDEC, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.