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Carlos M.Fernandes, da Epagri/SC: "a maioria dos produtores não conhece seu custo de produção"

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 20/04/2018

8 MIN DE LEITURA

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Santa Catarina é atualmente o quarto produtor nacional de leite. O estado se destaca pela elevada taxa de crescimento da produção de leite, que nos últimos 10 anos, foi de 9,8% ao ano. A mesorregião Oeste Catarinense é a grande bacia leiteira do Estado, sendo responsável por 75,9% da produção, seguida pelas mesorregiões Sul Catarinense (8,2%), Vale do Itajaí (7,6%), Norte Catarinense (3,6%), Serrana (2,8%) e Grande Florianópolis (2,3%).

Algumas vantagens comparativas do estado de Santa Catarina na produção de leite:

Estrutura fundiária

A atividade leiteira se caracteriza por ser uma atividade de caráter familiar desenvolvida em pequenas propriedades. Em termos estatísticos, 83% da produção total de leite ocorre em propriedades com menos de 50 hectares. Ao analisar a estrutura fundiária e as condições de uso do solo das principais regiões produtoras de leite no estado, é constatado que 74% das terras são inadequadas para o cultivo anual de cereais, se caracterizando como áreas recomendadas para produção de pastos perenes (pecuária), fruticultura e/ou florestas.

Condições edafoclimáticas

Santa Catarina está em uma situação climática privilegiada para a produção de pastagens, apresentando duas caracterizações climáticas distintas: região característica de clima Cfa e outra com clima característico Cfb. Análises atuais dos sistemas de produção, baseadas em pastagens perenes de verão, de alto potencial produtivo, consorciadas com leguminosas e/ou sobressemeadas com pastagens de inverno, permitem a construção de sistemas produtivos com alta capacidade por área. O estabelecimento de espécies forrageiras anuais de inverno em áreas formadas por pastos perenes de verão apresenta como principal vantagem: a melhor distribuição da produção das pastagens com melhoria do valor nutritivo dos pastos, tendo como consequência, a menor necessidade de alimentos conservados e concentrados.

Fertilidade dos solos

O estado é um importador de nutrientes em função da alta dependência de cereais para produção de suínos e aves, gerando assim, uma grande produção de dejetos, que quando bem manejados e distribuídos de forma adequada no solo, permite a melhoria da fertilidade e a agregação de matéria orgânica (carbono) de forma econômica. Isto se evidencia pelo fato da principal bacia leiteira do estado ser também a principal região produtora de carne suína e de frango.

Capital humano

É estimado que a cadeia produtiva do leite envolva cerca de 80 mil agricultores familiares e se constitui na principal fonte de renda para 60% das propriedades com área total menor que 20 hectares. Entretanto, mesmo em pequenas áreas e com solos declivosos, estes produtores se destacam devido a sua vocação para a produção agropecuária, sua vontade de vencer e qualificação da mão de obra.

Com relação aos principais desafios a serem enfrentados em relação a melhoria da produtividade e rentabilidade, Carlos Mader Fernandes, Coordenador Estadual de Pecuária da Epagri/SC opina: “Todos os pontos de estrangulamento da pecuária em nível de propriedade estão relacionados de uma forma ou outra com o baixo nível de conhecimento técnico dos produtores e da baixa capacidade gerencial, refletindo no desempenho técnico e econômico das atividades. A falta de acompanhamento técnico-econômico se constitui num dos principais gargalos da pecuária. A grande maioria dos produtores não realiza nenhum tipo de anotação ou controle, fundamental para adequada tomada de decisão. Vale a pena lembrar que o custo de produção é uma variável desconhecida pela imensa maioria dos produtores”, destacou.

Segundo ele, com exceção de pouquíssimos produtores mais tecnificados, muitos ainda não sabem o quanto estão lucrando, se estão obtendo prejuízos ou que ajustes podem ser feitos para reduzir custos e melhorar a rentabilidade de suas propriedades. “Em cima disso, o principal desafio é a profissionalização e a especialização do produtor, com a finalidade de obter melhorias constantes na produtividade, com diminuição de custos relativos, maior rentabilidade por área e melhoria da qualidade e segurança alimentar. A falta de gerenciamento adequado da propriedade e a pouca profissionalização do produtor são tidos como fatores decisivos na incidência dos baixos índices técnicos e econômicos gerais do setor e da pequena competitividade comparada com os produtores de outros países”.

Carlos Mader Fernandes será um dos palestrantes do Interleite Sul 2018 e o tema da sua palestra discorrerá sobre “A visão e os resultados práticos da Epagri/SC”. A sua apresentação faz parte do painel “Assistência técnica visando o novo contexto da produção de leite no Sul do país”.

Conceitos básicos utilizados pela Epagri

No estado de Santa Catarina, a pecuária está baseada em sistemas tradicionais de produção, com baixa produtividade e rentabilidade. Consequência do uso de pastagens de baixo potencial produtivo e de menor qualidade, com intenso revolvimento e/ou compactação do solo, do alto uso de concentrados e alimentos conservados, da utilização de animais de baixo mérito genético, da pequena escala de produção e dos altos custos de produção, que por sua vez inviabilizarão a permanência dos agricultores familiares na atividade.

“É possível aumentar consideravelmente a produção de leite e carne por área (produção por hectare), com aumento de renda por área e com redução dos custos de produção, viabilizando economicamente e ambientalmente as atividades pecuárias. O uso de sistemas de produção baseados em pastagens perenes de alto potencial produtivo, manejadas de forma adequada, com recursos genéticos adequados aos sistemas de produção à base de pasto, permite obter alta produtividade por área, com menor dependência de recursos externos à propriedade, minimizando os impactos ambientais”, comenta Carlos.

Estratégia de trabalho da Epagri

O projeto está estruturado nos âmbitos estadual, regional (UGT) e municipal. No âmbito estadual, o projeto apresenta um grupo técnico envolvendo pesquisadores e extensionistas com o objetivo de fortalecer a interação entre pesquisa e extensão, a estruturação da rede de pesquisa participativa, promover a capacitação técnica e o conhecimento.

Em nível de Unidade de Gestão Técnica (UGT), as equipes técnicas estão constituídas por um responsável e corresponsáveis, envolvendo as UGTs Oeste, Meio Oeste e Extremo Oeste, Planalto Norte e Região Serrana, Alto Vale do Itajaí, Litoral Sul e Alto Vale do Rio do Peixe, e por um responsável em nível municipal.

Na estratégia de trabalho desenvolvida pela Epagri, o uso de Unidades de Referência Tecnológicas com acompanhamento técnico e econômico da atividade leiteira é fundamental na geração de indicadores técnicos e econômicos no sentido de justificar e consolidar sistemas produtivos eficientes e rentáveis.

De acordo com Carlos, associado ao trabalho com as URTs, a capacitação técnica gerencial é fator fundamental para assegurar a permanência dos agricultores familiares no processo produtivo, fortalecendo o conhecimento técnico, gerencial e intensificando a organização ao longo da cadeia produtiva. Isso, objetivando melhorar a eficiência e a produtividade, a redução de custos, a agregação de valor e, consequentemente, melhorando as margens de lucro e a apropriação da renda ao longo da cadeia produtiva.

A melhoria do sistema produtivo por meio do uso de pastagens perenes de verão consorciadas com leguminosas, o uso do sistema de pastoreio racional Voisin e seus princípios no planejamento do sistema e no manejo das pastagens, o efetivo uso do controle leiteiro visando o manejo nutricional das vacas, bem como a gestão da atividade leiteira em uma planilha de acompanhamento técnico e econômico, permitiu:

  • Aumentar a lotação das pastagens de 1,5 para 2,4 vacas por ha;
  • Melhorar a produtividade das vacas de 12,4 para 14,8 litros de média por dia;
  • Diminuir o uso de alimentos concentrados de 3,2 para 2,4 kg por vaca por dia;
  • Melhor relação leite:ração de 3,85 para 6,1 kg de leite produzido por kg de ração consumida;
  • Aumento da produtividade por hectare útil de 3.285 para 8.760 litros por ha por ano e;
  • Margem bruta por hectare.

Hoje, são 242 URTs assistidas com planilhas eletrônicas de acompanhamento técnico econômico. “Estas URTs encontram-se em diferentes estágios de desenvolvimento. As mais evoluídas se destacam por seus índices técnicos, com produtividade por área de 12 a 15 mil litros de leite por hectare. Destaco que este leite é produzido exclusivamente em pastagens”.

produção de leite em Santa Catarina

A partir das URTs e seu acompanhamento, foi realizada uma série de eventos técnicos. Em 2016, 13.946 produtores participaram dos 838 eventos grupais realizados no estado, como seminários municipais, excursões, oficinas, cursos, dias de campo, entre outros.

No ano de 2017 cerca de 33 mil produtores receberam assistência técnica da Epagri, através de vistas técnicas (14.308) e 18.146 produtores participaram dos 758 eventos grupais realizados no estado, como seminários municipais, excursões, oficinas, cursos, dias de campo etc.

Além destes eventos, cabe destacar os eventos técnicos macrorregionais, com a realização de 17 seminários e a participação de 2.805 produtores, destacando-se que - em seis destes eventos - aconteceram conjuntamente dias de campo estrategicamente planejados nas URTs com foco nos dados de produtividade e lucratividade.

produção de leite em Santa Catarina

produção de leite em Santa Catarina

No período 2018 a 2021, a Epagri tem no seu planejamento a estruturação de diversos projetos de pesquisa, a intensificação de ações no projeto leite sustentável, a estruturação do novo projeto SC RURAL II, bem como, a elaboração de projetos de pesquisa participativa envolvendo 32 produtores destaques das Unidades de Referência Tecnológicas (URTs).

Outra ação importante e de destaque para os próximos anos será a implantação do Centro de Referência tecnológico em Campos Novos, com recursos do MAPA, Epagri e Secretária de Agricultura e Pesca do Estado.

Este centro de referência em produção de leite com base agroecológica se constituirá em um importante centro de avaliação técnica e econômica das diferentes tecnologias, bem como, na difusão das mesmas, tendo como objetivo básico à capacitação de técnicos e produtores.

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