Após oito semanas consecutivas em queda, o preço do milho voltou a subir no interior do país. Puxada pela valorização do cereal nos portos, a saca de 60 quilos chegou a R$ 83,72 na sexta-feira passada em Campinas (SP), alta de 1% em relação à semana anterior, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).
De acordo com pesquisadores do Cepea, em Santos (SP) e Paranaguá (PR), as cotações avançaram na esteira do fortalecimento do dólar, especialmente no início da semana passada, e do aumento dos contratos futuros na bolsa de Chicago.
No interior, os produtores se afastaram do mercado spot nacional, à espera de aumento dos preços. Os agricultores também estavam receosos quanto às chuvas em novembro, que poderiam prejudicar o desenvolvimento da safra de verão, afirma o Cepea, em nota.
A demanda também caiu no período, indicando que os compradores estão abastecidos - a baixa liquidez na comercialização limitou a recuperação dos preços. Além disso, a redução da umidade ao longo de novembro não trouxe danos às lavouras.
Para a soja, uma equipe de analistas da Consultoria TF Agroeconômica aponta uma série de questionamentos que podem influir nos rumos e tendências dos preços no mercado internacional. “Conversas entre os presidentes dos EUA e da China, vão impulsionar a demanda? Incidência de altos custos de insumos interferirá na decisão de plantio nos EUA? Por quanto tempo durará a crise de energia? Em que medida os aumentos das taxas do Fed afetariam? O dólar poderia se fortalecer? A China vai retomar o ritmo de importação do início do ano? Como ficará o clima na América do Sul?”. Confira os fatores de alta e baixa que podem mexer no preço da soja:
Fatores de alta:
- Os aumentos do mercado de farelo e óleo seguem fazendo subir os preços.
- Corte de Fundos 1,74 MT. sua posição líquida vendida.
- Soja de janeiro em Chicago quebrando o canal de baixa de junho de 2021.
- As exportações semanais de soja norte-americana foram de 1,38 milhão de tons, aumentando em relação à semana anterior, situando-se dentro das expectativas dos analistas.
- Novas vendas para destinos desconhecidos por 420.000 tons na última semana.
- No Brasil, a possibilidade de alta do dólar diante dos ruídos de um ano eleitoral, embora estejam sendo contornados com a aproximação de Bolsonaro com o Centrão, o que coloca limite nesta alta.
Fatores de baixa:
- Embora o USDA tenha revisto para baixo os rendimentos e a produção esperados, à medida que a demanda de exportação caiu ainda mais, o estoque cresceu em relação ao relatório anterior.
- A relação estoque/consumo ficou em 7,8%, acima dos 7,3% do mês passado e bem acima da projeção.
- Dólar americano subindo semana a semana é negativo para as exportações americanas.
- O final da safra nos Estados Unidos, chega a 95%, em níveis médios.
- Os preços do óleo vegetal cairiam em todo o mundo durante 2022, antes de uma recuperação da produção, após a alta dos preços estimular o plantio de oleaginosas.
- O plantio na Argentina está 28% acima da safra anterior e, no Brasil, o plantio já está 84%, acima do mesmo período do ano passado e da média.
- As chuvas recentes na Argentina são favoráveis.
As informações são do Valor Econômico e do Agrolink, adaptadas pela equipe MilkPoint.
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