A Straus Family Creamery, empresa de laticínios orgânicos da Califórnia, e a fabricante de suplementos de algas marinhas, Blue Ocean Barns, reduziram as emissões de metano entérico das vacas leiteiras em uma média de 52%, e, em alguns casos até 90%, ao suplementar seus rebanhos com algas marinhas na composição da dieta.
Os resultados da redução foram parte do primeiro teste comercial nos Estados Unidos usando a alga vermelha, Asparagopsis taxiformis, em uma fazenda de gado leiteiro.
O fundador e CEO da Straus Family Creamery, Albert Straus, recebeu aprovação do Programa Orgânico Nacional do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e do Departamento de Alimentos e Agricultura da Califórnia (CDFA) para conduzir o teste em sua fazenda de leite orgânico na Califórnia. Este é o maior e mais longo estudo sobre o suplemento de algas vermelhas para vacas leiteiras.
As emissões entéricas de metano de 24 vacas da fazenda foram testadas quatro vezes por dia para determinar o impacto da adição de cerca de aproximadamente 113 gramas de alga vermelha por dia à sua dieta regular de 20,4 quilos por um período total de 50 dias em agosto e setembro.
Durante o teste, as emissões de metano entérico foram reduzidas em média 52% e, em alguns casos, a redução foi de até 90%. Cinco toneladas de emissões equivalentes de dióxido de carbono foram evitadas em sete semanas a partir dessas 24 vacas. A fermentação entérica é responsável, em média, por 35% do total das emissões de gases de efeito estufa nas fazendas dos EUA por vacas leiteiras e pela produção de seu suprimento de ração.
As vacas expelem gás metano como parte normal do processo digestivo. Mas o metano é um gás de efeito estufa 34 vezes mais potente do que o CO2. Uma vaca holandesa produtiva arrota quase as mesmas emissões do tubo de escape de um carro, cerca de uma tonelada de CO2e a cada três meses.
“Se conseguirmos obter uma redução de até 90% nas emissões de metano ao alimentar as vacas com algas vermelhas, este é um grande salto para nós na criação de um sistema de agricultura sustentável que é benéfico para o planeta e nossas comunidades,” disse o fundador da Straus Family Creamery, Albert Straus.
“A alga vermelha também é a próxima etapa crítica de que precisamos para alcançar nossa meta de modelo agrícola neutro em carbono em 2023 na fazenda leiteira Straus. Este modelo demonstrará que a pecuária leiteira e os animais são uma das soluções essenciais para a mudança climática de que precisamos, ao mesmo tempo que fornecemos alimentos orgânicos de alta qualidade.”
A Califórnia é o maior produtor de leite dos Estados Unidos e responsável pela maior parte das emissões de fazendas leiteiras. O estado deve reduzir o metano lácteo em 40% em relação aos níveis de 2013 até 2030 para cumprir suas metas climáticas. “As algas vermelhas reduzem imediata e radicalmente as emissões de metano entérico - e uma solução imediata e radical é o que o planeta precisa agora”, disse Joan Salwen, co-fundadora e CEO da Blue Ocean Barns.
“Precisamos instalar postos de recarga de veículos elétricos em todo o país e substituir as usinas a carvão por energia mais limpa. Mas a solução de algas marinhas Blue Ocean Barns está pronta agora, vai trabalhar na mudança climática imediatamente e é econômica.”
As informações são do Dairy Reporter, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.
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