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Fibra efetiva x fibra fisicamente efetiva: qual a diferença?

EDUCAPOINT

EM 05/09/2019

5 MIN DE LEITURA

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O papel primário da fibra vegetal em dietas para ruminantes é fornecer substrato para atuação dos microrganismos, que por meio da fermentação produzem ácidos graxos voláteis que são as principais fontes de energia para os ruminantes. A fibra vegetal também é essencial para estimular a mastigação e ruminação, visando manter a saúde ruminal e a porcentagem de gordura do leite.

O estímulo à mastigação de um ruminante é resultado da efetividade da porção fibrosa do vegetal, a qual é representada pela fibra em detergente neutro (FDN), também designada de carboidratos fibrosos, entidade esta composta pelas frações da celulose e da hemicelulose em associação com a lignina.

Pesquisas têm sido conduzidas no intuito de atribuir valores mínimos de oferta de FDN na formulação de dietas para vacas em lactação, para manutenção da atividade mastigatória, por conseguinte da porcentagem de gordura no leite. Desta forma existe a necessidade de conferir valores de efetividade aos alimentos, através metodologias laboratoriais
e biológicas.

O tamanho das partículas dos alimentos presentes na ração dos ruminantes pode ser determinante na qualidade/quantidade de nutrientes que estarão disponíveis a estes animais. A modificação da forma física do alimento pode alterar sua efetividade e alterar o tempo de retenção, perfil de fermentação ruminal, pH do rúmen, entre outros.

FDN efetiva e FDN fisicamente efetiva

Pesquisas com vacas leiteiras demonstram que a quantidade de fibras longas na dieta possui efetividade física necessária para manter as funções ruminais, devido este componente promover atividade de mastigação e secreção de saliva, resultando em valores de pH adequados. Acrescido a aspectos de saúde ruminal, é sabido que a presença de fibras afeta a ingestão de matéria seca, a digestibilidade, a quantidade e composição do leite e que essas respostas animais podem ser alteradas em função da quantidade de FDN e também do seu processamento.

Pesquisas mostram que a inclusão de subprodutos fibrosos contribuem para o atendimento da FDN total das dietas, porém estimulam a mastigação em proporção menor do que forragens processadas grosseiramente, diminuindo o volume de saliva produzido para tamponar o rúmen. Nesta situação, pode haver redução do pH ruminal, relação acetato:propionato, digestibilidade da matéria orgânica e diminuição do tempo de retenção da dieta.

Com base nessas observações, a expressão fibra efetiva foi conceituada para atender a exigência mínima de FDN que proporcionaria mudanças sobre o percentual de gordura. Alguns pesquisadores sugeriram que a resposta em mastigação é importante característica dos alimentos e que as vacas leiteiras tem exigência mínima para sua atividade de mastigação. Desta forma, a pesquisa evoluiu no sentido de estabelecer conceitos e valores possíveis de serem incluídos em programas de formulação de rações.

Portanto, o fracionamento da fração fibrosa pode ser feito na forma de FDN efetiva (FDNe) e FDN fisicamente efetiva (FDNpe). O primeiro conceito foi definido como a soma da habilidade total da FDN de um alimento derivado industrial em substituir a FDN de uma forragem, de maneira que a percentagem de gordura do leite seja mantida.

Já a FDNpe está relacionado com as características físicas do alimento (principalmente tamanho de partícula) que influenciam a atividade mastigatória e a estratificação do conteúdo ruminal (partículas maiores na porção superficial e partículas menores distribuídas mais ao fundo). Ambos os fatores variam de 0 a 1, porém no FDNpe baseia-se na atividade mastigatória, sendo 0 correspondente quando a FDN não é capaz de estimular a atividade mastigatória e 1 quando o FDN possui grande capacidade de estimular a atividade mastigatória; já a FDNe baseia-se na porcentagem de gordura do leite, sendo 0 equivalente ao momento em que a fibra não consegue manter o teor de gordura no leite e 1 quando a fibra mantém inalterado o teor de gordura no leite.

Uma das principais diferenças entre FDNe e FDNpe está no fato que a primeira inclui fontes de carboidratos não fibrosos que influenciam no teor de gordura do leite, como a presença e tipo de gordura e carboidratos solúveis, ao contrário da segunda. Portanto, a FDNe pode ser um valor maior que a FDN da ração, porém o mesmo não pode ocorrer com a FDNpe como ilustrado na Figura 1.



A incorporação do conceito de efetividade física é um importante componente para avaliação da fibra, porém não é único e por vezes pode restringir sua utilização, na forma de FDNpe, por estar relacionada apenas com a resposta animal correlacionada com tamanho de partícula.

Neste sentido, pesquisadores propõem que uma avaliação mais completa dos carboidratos da dieta, na forma de um fator de efetividade aplicado ao FDNe, pode gerar variáveis respostas mais confiáveis, pois as resposta animais (variáveis) estariam melhor correlacionadas com fatores físicos e não físicos do alimento. Entretanto, a variável resposta porcentagem de gordura no leite não parece ser um melhor indicador de função ou saúde ruminal, devido a observações que dietas mal formuladas podem manter inalterado o teor de gordura do leite. Devido ao exposto, a efetividade da fibra demonstrada pelo FDNe pode ser um indicador menos sensível que FDNpe.

Se quiser saber mais sobre formulação de dietas de vacas leiteiras, acesse o conteúdo completo do curso Formulação de dietas para vacas leiteiras, que tem duas partes: Parte 1 e Parte 2.

Neste curso, o Professor da Universidade Federal de Lavras e especialista em nutrição, Dr. Marcos Neves Pereira, ensina como formular uma dieta de forma simples e fácil, levando em consideração as exigências nutricionais de acordo com o estágio fisiológico, os fatores que interferem no consumo e o metabolismo dos alimentos.
 
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Telefone: (19) 3432-2199
WhatsApp (19) 99817- 4082
 
Fonte consultada:

Artigo baseado em: FIBRA EFETIVA E FIBRA FISICAMENTE EFETIVA: CONCEITOS E IMPORTÂNCIA NA NUTRIÇÃO DE RUMINANTES, de Silva, M. R. H. e Neumann, M. em FAZU em Revista, Uberaba, n.9, p. 69-84, 2012 (https://www.fazu.br/ojs/index.php/fazuemrevista/article/viewFile/491/406)

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SERGIO BRAZ

MATEUS LEME - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/09/2019

Bom dia, eu uso um pouco de cana moida com particulas um pouco maiores como forma de estimular a ruminação de minhas vacas alimentadas com silagem de milho, uso 2 kg de cana e 1 kg de caroço de algodão por dia, e o restante é silo.. Pergunto a vc,s, a cana pode ser usada neste contexto como fonte de FDNfe, para estimular a ruminação e para ser usada mesmo em confinamentos com vacas de alta produção..substituindo o feno por exemplo.. obrigado..

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