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Prejuízos econômicos causados pelos carrapatos

POR RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/10/2001

2 MIN DE LEITURA

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Os carrapatos são os ectoparasitas mais importantes para a pecuária de leite, sendo que cerca de 75% da população bovina mundial é atingida por este parasitismo. As regiões tropicais e subtropicais apresentam condições favoráveis para o desenvolvimento dos carrapatos, os quais vivem nestes países em condições naturalmente endêmicas. O ciclo do carrapato tem duração variável de acordo com a estação do ano; constando das fases de ovo, larva, ninfa, adulto macho e fêmea (Fig. 1 e Tab. 1).

Os prejuízos causados por este ectoparasita estão associados à perda de peso, baixa conversão alimentar, redução na produção de leite, perdas na qualidade do couro, toxicoses, lesões de pele que favorecem à ocorrência de miiáses, anemia e transmissão de agentes patógenos que provocam graves enfermidades. Todavia, este último fator é o que ocasiona os mais altos prejuízos indiretos, destacando-se a diminuição na produção de leite, redução da natalidade, consumo de carrapaticidas, investimentos em banheiros e aspersão, perda de peso, mão-de-obra e morte do animal.

Na Argentina, as perdas econômicas devidas ao carrapato bovino superam os 100 milhões de dólares anuais. No México, calculou-se as perdas anuais em 30 Kg de carne por animal/ano; e uma redução na produção de leite num valor estimado de 303,75 milhões de pesos mexicanos. Já na Austrália, observou-se perdas de 182 litros de leite/ animal/ ano ou o equivalente a 5300 toneladas anuais de manteiga. Em Cuba, além das perdas associadas à produção, foi relatado que 22% das fêmeas diminuem a apresentação de cio e o índice de natalidade é reduzido em 20%.

O carrapato, ao se alimentar, pode introduzir no organismo do hospedeiro alguns agentes patogênicos. A lista de agentes infecciosos capazes de serem transmitidos pelos carrapatos é bastante extensa, compreendendo vírus, protozoários, bactérias, espiroquetas, ricketisias e até mesmo filárias. Dentre as doenças mais importantes, pode-se salientar a anaplasmose e a babesiose, comumente denominadas Tristeza Parasitária Bovina.

A anaplasmose é uma enfermidade bovina causada pelo Anaplasma marginale, parasito microscópico que se desenvolve nos glóbulos vermelhos do sangue ocasionando anemia, icterícia, febre e depressão. A anaplasmose é principalmente transmitida por insetos hematófogos, como moscas do gênero Tabanus e mosquitos.

A babesiose é causada por parasitos do gênero Babesia, sendo a Babesia bovis e a Babesia bigemina espécies de grande difusão e impacto econômico. A Babesia bovis é transmitida aos bovinos pela larva dos carrapatos, já a Babesia bigemina é transmitida aos bovinos tanto na fase ninfal, quanto na etapa adulta. A babesiose provoca febre, depressão, anemia, icterícia e urina de cor vermelha escura.

Babesioses e anaplasmoses podem ocasionar sérias perdas quando os animais suscetíveis aos carrapatos e às enfermidades que eles transmitem, principalmente os adultos, são deslocados de áreas livres para uma zona infestada por carrapatos. Infelizmente, esta prática acontece com freqüência e exige uma prévia imunização, que apresenta elevados custos e riscos de perda de uma percentagem dos animais durante o processo.

É lamentável que vários países da América do Sul, Central, Caribe e África, que convivem com os significativos prejuízos ocasionados pelos carrapatos na produção de alimentos de origem animal, ainda não disponham de programas estabelecidos de controle. Na seqüência deste raciocínio, os organismos internacionais deveriam estimular o desenvolvimento de programas emergentes para reduzir as perdas e acelerar a formação de quadros especializados que abordem esta problemática.
Figura 1) Ciclo do carrapato bovino (Boophilus microplus)


Fonte: Cepa CAMCORD. Boophilus microplus, Cuba, 1989.

Tabela 1) Duração das diferentes fases do Boophilus microplus)


Fonte: Cordoves, C. O. Carrapato - controle e erradicação, Guaíba: Agropecuária, 1997, 176p.

RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

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CECÍLIA JOSÉ VERÍSSIMO

NOVA ODESSA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 19/10/2001

Já existem muitos estudos sobre o controle do <i>B. microplus</i> no
Brasil; os principais e mais aplicados estudos dizem respeito ao controle
estratégico do carrapato.

Sou pesquisadora do Instituto de Zootecnia, especialista em <i>Boophilus microplus</i>, e qualquer coisa estou à disposição para escrever sobre esse tema tão importante.

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