Marcadores epigenéticos no DNA estão ajudando a revelar divergências no sistema imunológico do gado entre diferentes raças, o que pode levar a uma melhor resistência a doenças.
Os pesquisadores revelaram variações importantes nesses marcadores químicos encontrados ligados ao DNA que provavelmente influenciam a atividade do gene no sistema imunológico do gado. O estudo das mudanças nesses marcadores químicos, conhecidos como epigenética, em populações de bovinos pode ajudar a entender como seus sistemas imunológicos são regulados.
As descobertas de um estudo liderado por cientistas do Instituto Roslin da Universidade de Edimburgo indicaram extensa divergência nesses marcadores em células imunes de diferentes subespécies de gado, sugerindo que eles podem influenciar como as respostas imunes do gado diferem.
Melhorar a resistência a doenças do gado
Pesquisadores afirmam que os resultados têm implicações importantes para permitir pesquisas representativas das populações globais de gado e podem informar os esforços para melhorar a resistência a doenças do gado.
A equipe do The Roslin and The Royal (Dick) School of Veterinary Studies criou conjuntos de dados que incluem 150 amostras derivadas de células imunes pertencentes a 3 raças diferentes de gado no Reino Unido (Holstein, Friesians, taurina europeia), N'Dama (Quênia, taurina africana) e Nelore (Brasil, zebuína).
Os pesquisadores testaram um método para calcular a proporção de diferentes tipos de células imunes em amostras de sangue, com base nos marcadores químicos encontrados no DNA. Eles fizeram isso observando marcadores químicos exclusivos de certos tipos de células. Esses marcadores não afetam a sequência do DNA, mas podem afetar o funcionamento dos genes, ativando-os e desativando-os.
Eles usaram 4 tipos diferentes de tecnologias para analisar os marcadores de células imunes nas diferentes raças de gado para ajudá-los a entender como e onde esses marcadores variam. Embora a pesquisa existente tenha identificado diferenças genéticas subjacentes entre raças de gado, pouco se sabe sobre essas modificações químicas no DNA, que podem ser responsáveis por diferenças em sua resposta imune.
Os dados foram compilados em um banco de dados público online onde os cientistas podem acessá-los para estudos futuros.
Comentando sobre a pesquisa, Jess Powell, pesquisador de pós-doutorado no The Roslin Institute e Royal (Dick) School of Veterinary Studies, disse: “As modificações químicas que podem influenciar a atividade do gene sem alterar a sequência do DNA são pouco estudadas em bovinos, especialmente em raças não europeias. Compreender a variação entre bovinos que respondem bem ou mal a infecções será essencial para a criação seletiva de animais com maior resistência a doenças”.
* A pesquisa foi publicada na revista Genome Biology e financiada por uma bolsa de doutorado da EASTBIO, o UK Biotechnology and Biological Sciences Research Council, a Bill and Melinda Gates Foundation e o UK Foreign, Commonwealth and Development Office sob os auspícios do Center for Tropical Genética e Sanidade Pecuária.
As informações são do Dairy Global, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.