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Perfil de ácidos graxos no leite: como essa nova ferramenta vai ajudar sua fazenda a aumentar a produção e diminuir custos

POR PAULO FERNANDO MACHADO

CLÍNICA DO LEITE/AGRO+LEAN

EM 20/10/2023

5 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 19/01/2024

O perfil de ácidos graxos no leite permite que sejam feitos:

  1. Ajustes mais precisos na dieta das vacas
     
  2. Monitoramento do período de transição das vacas
     
  3. Detecção de alterações na qualidade das forragens
     
  4. Identificação de competição entre os animais no cocho e excesso de animais no lote
     
  5. Otimização das práticas de manejo alimentar
     
  6. Detecção de falhas no conforto das vacas e no acesso ao alimento

Com isso é possível aumentar a produção das vacas, o teor de gordura e proteína do leite resultando em menor custo de produção e maior lucro para o produtor e indústria.

Os primeiros trabalhos relatando alteração no perfil de ácidos graxos do leite e seu teor de gordura datam da década de 70 com os escoceses Steele, Noble e Moore. Há cerca de 10 anos o professor Barbano, da Universidade de Cornell, publicou trabalhos relacionando o perfil de ácidos graxos do leite, analisados por meio de equipamentos de grande eficiência (FTIR), com o teor de gordura e de proteína do leite, agrupando-os em ácidos graxos De novo, Mistos e Pré-formados. Ele, também, mostrou que fatores da dieta, assim como ambientais, interferiam no perfil de ácidos graxos e no teor de gordura do leite.

Mais recentemente, nos últimos 5 anos, os pesquisadores do Lactanet do Canadá, liderados pela Dra Débora Santschi, começaram a oferecer relatórios com o perfil de ácidos graxos para que seus nutricionistas pudessem melhor balancear a dieta dos animais e melhorar o manejo alimentar, o que resultou em maior produção de leite com maior teor de gordura das vacas.

Aqui, na Clínica do Leite, começamos a trabalhar com esse tema há cerca de dois anos. Observamos, inicialmente, que os resultados relatados em outros países eram semelhantes aos nossos, o que nos encorajou a realizar vários trabalhos que culminaram no desenvolvimento de ferramentas (relatórios) acionáveis e na criação do curso MDA – Nutrição, para que os técnicos e os produtores pudessem aprender como ajustar a dieta dos animais e reduzir o custo de alimentação, e, ao mesmo tempo, aumentar a receita da fazenda.

Um pouco de ciência

No leite existem mais de 400 tipos diferentes de ácidos graxos. No entanto, cerca de 20 ocorrem em maior concentração e são mais relevantes nutricionalmente. Esses 20 podem ser agrupados em 3 grandes grupos – De novo, Mistos ou Pré-formados.

Os De novo são sintetizados na glândula mamária a partir de ácidos graxos de cadeia curta (C2 e C4) produzidos pelas bactérias que habitam o rúmen quando degradam fibra. Os Pré-formados são provenientes dos ácidos graxos de cadeia longa da dieta que passam pelo rúmen e são absorvidos no intestino delgado chegando à corrente sanguínea ou de reservas corporais, quando mobilizadas. Os Mistos, como o próprio nome indica, são em parte produzidos a partir dos ácidos graxos do rúmen e em parte da dieta. Para fins de entendimento do metabolismo animal, por ora, vamos trabalhar somente com os De novo e os Pré-formados.

Podemos expressar a concentração dos ácidos graxos de duas formas, como percentagem do leite ou como percentagem dos ácidos graxos. Assim um leite com 4,10% de gordura teria as concentrações ilustradas na figura abaixo:

Composição da gordura do leite

Em condições ótimas de fermentação ruminal, quando há alta degradação de fibra, a concentração dos ácidos De novo aumenta, elevando o teor de gordura e de proteína do leite, como é exemplificado na figura abaixo:

Já o teor de Pré-formado tem menor relação com a gordura do leite, mas tem alta relação com a mobilização de gordura ou fornecimento de gordura protegida na dieta.

De posse dessas informações, sempre que estivermos frente a um teor de gordura no leite abaixo de 4,0% deveríamos procurar entender o que está acontecendo com os animais quanto à dieta, ambiente e manejo. As possíveis causas podem ser visualizadas na figura abaixo:

Causa de alterações nos teores de ácidos graxos


De volta para o campo

Um exemplo de situação em uma fazenda associada com a Clínica do Leite é apresentado a seguir. Em julho foi aberto um silo com menos de 60 dias de fermentação e com tamanho de partículas muito pequeno. O resultado na gordura do leite e no perfil dos ácidos graxos foi imediato como mostram as figuras abaixo.

Evolução da concentração de gordura

Foram, então, pesquisadas as causas raízes do problema levando em consideração o relatório abaixo que mostra a relação do teor de gordura com a concentração, na base leite, dos ácidos graxos De novo.

Causas do baixo teor de gordura e proteina do leite

Na figura acima observa-se que o lote 4 é o que possui a maior indicação de acidose ruminal. Foram, então, pesquisadas as condições das fezes dos animais, a transição, o manejo alimentar, o conforto, os ingredientes da dieta e o balanceamento da dieta. As observações no campo mostraram que as fezes dos animais estavam bastante soltas, havia superlotação e, como ingrediente da dieta, havia a presença de DDG.

O teor de gordura da dieta era da ordem de 4,5%, com mais de 3,5% de ácidos graxos insaturados (RUFAL). Como ações imediatas, foi reduzido o número de animais nos lotes, adicionado palha de trigo picada na dieta e retirado o DDG. Os resultados melhoraram, como pode ser observado na figura abaixo, indicando melhores condições ruminais refletindo em maior degradação dos alimentos. O produtor reportou aumento de 2,5kg de leite por vaca. A gordura do leite, no entanto, ainda está muito baixa. A completa reversão para os 4,0% de gordura originais somente será observada quando for aberto um novo silo, com uma forragem mais adequada.

Evolução do perfil de gordura e ácidos graxos

Esse é um exemplo de como o perfil de ácidos graxos pode ser uma ferramenta bastante útil para a gestão da nutrição das vacas em lactação. Com ela o produtor poderá ter um custo de alimentação menor e maior valor do litro de leite graças ao aumento no teor de sólidos, com consequente aumento no lucro do negócio.

 

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JOÃO JACOB ALVES SOBRINHO

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/10/2023

Gostaria de ter mais informaçoes sobre este produto ACIDOS GRAXOS.
Fico no aguardo
Obrigado
PAULO FERNANDO MACHADO

PIRACICABA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/10/2023

Olá, João. Essa é uma análise que pode ser feita no leite do tanque e/ou das vacas, individualmente. Ela pode ser realizada na mesma amostra enviada pela indústria ou nas amostras enviadas para análise de CCS. Você poderia consultar o laboratório da RBQL que faz suas análises para verificar a disponibilidade. No nosso caso, Clínica do Leite, já estamos oferecendo essas análises para nossos clientes. Abraço.

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