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Níveis de Inserção de Tecnologia em Sistemas de Produção de Leite

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/11/2012

5 MIN DE LEITURA

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Vamos, então, reproduzir as palavras do professor naquela tarde: “Tecnologia - é o conjunto de medidas e práticas aplicadas num sistema de produção que promovem aumento de produtividade com redução de custos”. A tecnificação, por sua vez, estaria associada ao nível e quantidade e qualidade de equipamentos e ou maquinários utilizados dentro de um sistema de produção. O primeiro conceito está associado à eficiência. O segundo, não necessariamente. O uso de máquinas e equipamentos avançados pode promover mudanças. Nem sempre elas acontecem. Dependendo do nível tecnológico e custos dos equipamentos utilizados, caso os mesmos não promovam as melhorias planejadas dentro de um sistema de produção os resultados são extremamente catastróficos.

Quando avaliamos sistemas de produção de leite qual deve ser nossa primeira preocupação? Se fizermos uma pesquisa, na forma de enquete, dentre inúmeras opções de respostas passíveis de serem formuladas, qual seria a resposta? Não me arrisco a sugerir uma preocupação única, mas sim um foco de atuação. Arriscaria posicionar produtores para um foco de trabalho voltado para produção de alimentos (forragens em geral) e distribuição de rebanho (ou estrutura de rebanho como classificam alguns profissionais).

Atualmente e, cada vez mais estamos acessando resultados de pesquisa e trabalhos científicos que elucidam e apontam para novos desafios associados à nutrição, sanidade, conforto, bem-estar e comportamento animal. Trabalhos envolvendo manejos de pastagens, níveis de adubação, lotações e curvas de resposta em termos de produção de leite e crescimento de forrageiras. Níveis desejáveis em termos de energia e proteína para cada categoria animal e para cada fase de desenvolvimento dos mesmos em diferentes sistemas e condições climáticas ou de manejo. Cada vez mais temos acesso à informação, seja por meio de cursos presenciais ou mesmo à distância. Com o boom da internet acessamos, em tempo real, e com qualidade fontes seguras de conhecimento, como o portal MilkPoint (por exemplo).

Isso tudo é muito interessante e importante, mas temos que ter cautela. Em muitos casos, fazendo uso do jargão popular: “as mãos são trocadas pelos pés”, ou seja, medidas e decisões são tomadas precipitadamente. Podemos citar inúmeros exemplos. No caso de um sistema de produção à pasto, com baixa produtividade e baixa lotação. Muitos colegas têm visitados propriedades com essas características e erroneamente tem apresentado como saída e opção para o produtor a implantação de um sistema irrigado. Nada contra irrigação de pastagens, muito pelo contrário, sou amplamente favorável, desde que façamos avaliações fundamentadas em critérios adequados. Por quê irrigar? Quando irrigar? Como irrigar? Onde irrigar? Perguntas simples precisam ser respondidas. Pensemos apenas na primeira. Devemos irrigar para aumentarmos a produtividade. Correto. Então lanço outra pergunta: o produtor domina o manejo da sua pastagem? Seu solo está corrigido? Sua V% proporciona capacidade de resposta à adubação nitrogenada? A altura de resíduo do seu manejo é adequada/controlada? Em que região do Brasil vai ser implantado esse projeto? Qual será o incremento em termos de lotação gerado pela irrigação? Sabendo que o fotoperíodo em SP por exemplo é fator limitante para o crescimento de forrageiras tropicais qual deve ser o custo limite para implantarmos um pacote tecnológico, termos respostas positivas e pagarmos nosso equipamento? O produtor está apto para manejar um sistema mais complexo? O manejo da irrigação vai facilitar o complicar sua vida? Eu, particularmente, me preocupo primeiro com as condições básicas de manejo. Com o domínio do sistema. Se o produtor apresentar eficiência máxima num sistema sem água, então eu ofereço uma nova possibilidade.

O mesmo raciocínio pode ser aplicado para sistemas confinados. Quando construir um free-stall? Um free-stall resolve os problemas de um sistema com animais lotados de barro num confinamento a céu aberto? A dieta fornecida manualmente é menos eficiente do que o manejo com um vagão total mix? Perguntas que parecem ter respostas óbvias, infelizmente, não refletem os quadros que encontramos no campo. Antes de ser proposto ou pensarmos em free-stalls, vagões, precisamos pensar em alimentos. O produtor é um bom agricultor? Sabe plantar? Produz volumoso com qualidade e quantidade suficiente o ano inteiro? Como propor um sistema de free-stall para um péssimo agricultor. Como propor a compra de um vagão sem volumoso constante?

Produtores trocam de empresas de núcleos minerais em busca de profissionais competentes que possam formular uma “dieta miraculosa” que eleve sua produção... Vou comprar o sal daquela empresa porque depois que meu vizinho começou a trabalhar com a mesma seu leite aumentou e ele me disse que o nutricionista é muito bom. Não estou aqui, de forma alguma banalizando o papel do nutricionista ou a importância da qualidade de um núcleo mineral tecnificado, com aditivos, probióticos, etc. Estou tentando esclarecer que a nutrição, os insumos, são apenas peças dentro de um contexto global. Muitos produtores assistem palestras sobre nutrição e recebem a informação de que biotina é importante para a saúde dos cascos. De fato, os resultados científicos são interessantes e seu uso pode ser interessante. Seus problemas de casco não serão sanados, entretanto se o produtor tiver uma “nutrição de precisão” com mega produtos, um excelente profissional prestando assistência se sua mão-de-obra, por exemplo, não for controlada. Um núcleo mineral pode ser barato se inserido corretamente numa dieta, mas passará a ser extremamente caro se for comprometido por problemas de manipulação, por exemplo.

Outro dia conversando com um grande professor, o mesmo disse algo que concordo plenamente. Disse que é impressionante a voracidade, necessidade e vontade de produtores em trocar constantemente suas dietas em busca de maior produção. Sua recomendação: “Cheque a dieta de uma fazenda, verifique se não há nenhum grande erro. Preste atenção no manejo. Eleja seus pontos fracos e fortes. Discuta os mesmos com o proprietário. Escute. Escute sobre seus problemas, suas necessidades e anseios. Avalie a propriedade como um todo. Corrija a dieta, se necessário, claro e mantenha a mesma, se possível ao longo do ano. Direcione seu trabalho na gestão da empresa e pessoas. Verás que atingirás melhores índices do que com eventuais ajustes e trocas mensais de dietas”. Na veia. Perfeito!

Acredito que antes de ajustarmos o “micro”, é necessário avaliarmos o “macro”. Ajustes finos são fundamentais e garantem resultados em sistemas estabilizados, à pleno vapor. Ajustes finos em sistemas comprometidos, ineficientes, são inócuos e onerosos. Voltando às prerrogativas iniciais do nosso post, tecnologia nem sempre está associada a gastos. De nada adianta comprarmos um saleiro de concreto maravilhoso se locarmos o mesmo de modo ineficiente sem que o gado consiga consumir mineral adequadamente. Se colocarmos sal mineral em pedaços de pneu cortados em locais corretos, obteremos mais resultados, com custo mais baixo, mais eficiência e mais tecnologia, conseqüentemente. É impressionante como existe a associação do gasto com eficiência. Isso é um problema sério, que deve ser esclarecido e elucidado. Não é difícil chegarmos a conclusões e avaliações corretas quando assessoramos sistema de produção de leite. Desde que sejamos humildes, tenhamos a capacidade de escutar (do patrão ao empregado). Desde que haja bom senso.

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VALTER JOSÉ DA SILVA JUNIOR

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/08/2013

Sr,. Guilherme Alves, favor entrar em contato OK

advalterjunior@ig.com.br; valtinhotkd@hotmail.com ou ainda, advalterjunior2013@gmail.com
CARLOS BRAGA

BARREIRAS - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/08/2013

" QUE AS FRUSTAÇÕES DE ALGUNS SIRVA APENAS COMO ALERTA, NÃO COMO DESESTÍMULO "
MICHEL KAZANOWSKI

QUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 18/01/2013

Caro Ronaldo,

Sabes que estou sempre a disposição para trocarmos "figurinhas' sobre produção e sistemas de produção.

Cordial abraço

Michel Kazanowski
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/01/2013

Prezado Michel,

Não faltam trabalhos provando que a vaca utiliza nutrientes que poderiam ser convertidos em leite para gerar energia para o deslocamento, o quanto se utiliza para tal vai variar muito em função da distancia da ordenha até os piquetes, de quantas ordenhas se faz, do tamanho do rebanho, etc. No quesito manejo, a disponibilidade de água nos piquetes e a sombra não tem relação direta com o uso dos nutrientes para a movimentação, enquanto que a qualidade do pasto tem relação com o total de nutrientes disponibilizados para a produção. O que eu quis mostrar quando falei sobre isto que não existe nada de graça a não ser o ar e a chuva. Tudo tem custo, mesmo quando não enxergamos ele diretamente.
Quando citei a Fazenda Figueiredo foi para fazermos um comparativo entre o sistema confinado e o sistema a pasto com suplementação de concentrado da Leitissimo.
Meu amigo, compararmos nós dois não é o mesmo que comparar as fazendas que eu citei, você não produz leite a pasto. O que diferencia seu sistema do meu? O simples fato que suas vacas depois de comerem silagem e concentrado no cocho vão ao pasto? Minhas vacas secas e novilhas estão no pasto hoje, apenas as bezerras com menos de 12 meses recebem um pouco de silagem para complementar o pasto. Só as vacas em lactação é que não vão ao pasto. Sua comparação não é de sistema, é uma disputa pessoal, que pode ser muito benéfica para os dois ou não. Se Deus me der vida e saúde em 10 anos nós vamos debater nossos dados sim.

Um abraço

Ronaldo
JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 28/12/2012

Prezado Guilherme Alves de Mello Franco,

Obrigado pelos votos e pela participação assídua em nossos debates.

Desejo tudo de bom para você, sucesso na produção de leite e um excelente começo de ano.

Um abraço, até!
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/12/2012

Prezado João Paulo Vieira Alves dos Santos: Desejo a você - e a todos os seus familiares - um Feliz Natal e um Novo Ano repleto de vitórias, grandes realizações e muito leite. Extendo estes votos a todos os debatedores e seus familiares.
Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 28/12/2012

Prezado Michel Valter Kazanowski,

Interessante o seu trabalho. Muitos acreditam que investindo em genética e/ou cocho podem ou serão capazes de produzir mais. No entanto, o investimento em fertilizantes pode trazer resultados interessantes como o seu relato, com bom custo x benefício.

Registrada a informação!

Um abraço, até!
MICHEL KAZANOWSKI

QUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 28/12/2012

Caro João,

Sem duvida o maior investimento, e de maior retorno, foi a correção e a elevação dos níveis nutricionais do solo da fazenda. Assim consegui dobrar minha produção anual de volumoso, reduzir os custos com suplementação concentrada e aumentar a minha taxa de lotação em 3 veses. Tenho total certeza que nenhuma outra tecnologia aplicada surtiria o mesmo efeito no quesito LUCRO.

Abraço

Michel Kazanowski
MICHEL KAZANOWSKI

QUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 28/12/2012

Caro Ronaldo,

A queda de produção das vacas que vão ao pasto realmente varia muito, principalmente quando elas tem que andar kms para chegar ao pasto, voltar o mesmo percurso para beber agua, ficar o dia todo ao sol sem um m2 de sombra, o pasto for de qualidade ruim, entre tantos outros motivos. Em sistemas bem conduzidos isso quase nunca acontece, sendo a variação minima.
Aceito ao desafio, porem comparando nao estas fazendas mas a sua e a minha. Pode ter certeza que daqui a dez anos estarei aqui ainda para debater.
Uma sugestão para o desafio. Após este prazo montamos um quadro comparativo com os dados das duas fazendas para que possamos comparar qual foi melhor sucedida em sua empreitada.

Abraço

Michel Kazanowski
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/12/2012

Prezado Michel,

Sobre os nutrientes que poderiam ser transformados em 3 litros por vaca dia, eu consegui este numero na literatura, levando em conta que encontrei autores que falam que pode chegar até a 5 ou 6 litros/vaca/dia. Agora se estes números estão desatualizados, se são mentirosos ou não eu já não sei te dizer, visto que sou produtor de leite, jamais trabalhei com pesquisa e nem tenho formação técnica. Como o João Paulo sugeriu vamos parar de debater sobre qual sistema é melhor, afinal temos a Leite Verde no pasto e a Fazenda Figueiredo no confinamento, ambos porjetos são relativamente jovens e bastante ambiciosos, se os dois forem bem sucedidos veremos que tanto faz pasto ou confinamento, se um deles quebrar vai mostrar qual é melhor. Daqui 10 anos a gente volta a discutir este tema.

Um abraço

Ronaldo
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/12/2012

Prezado João Paulo,

Sem sombra de duvidas a melhor coisa que eu fiz foi a construção do galpão para tratar das vacas 365 dias por ano, me livrou da queda de produção que variava de 4 a 5 litros por vaca dia quando saiam do cocho e passavam para o pasto. Sem contar que acabou a dor de cabeça que eu tinha com carrapatos.

Um abraço

Ronaldo
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/12/2012

Prezado João Paulo Vieira Alves dos Santos: Atendendo ao seu pedido, a melhor medida que implantamos, na Fazenda Sesmaria, foi a valorização e o treinamento da mão de obra, promovendo a educação profissionalizante dos trabalhadores, melhorando o ambiente do trabalho e valorizando o serviço executado com participações nos lucros, cestas básicas, planos de saúde, e tantas outras benesses que fazem com que os funcionários sejam amigos, colaboradores,e, principalmente, estejam sempre contentes. Sem eles e sem este sistema de valor social da mão de obra, tudo o mais que foi conquistado não teria sido possível. O colaborador é a "alma do negócio".
Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/12/2012

Prezado Michel Valter Kazanowski: Estude a composição genética e individual dos rebanhos confinados e verificará que existem indivíduos neles implantados, com valores produtivos individuais muito maiores que quarenta e seis quilogramas e meio por dia (muito acima de setenta).
O que acontece é que, em rebanhos pequenos, como o meu, a concentração de indivíduos de alta produção e a homogeneidade genética pode gerar médias muito mais significativas do que em situações de cem, duzentos, quinhentos ou mais indivíduos reunidos.
Por isso a média cai tanto quando se tem maior número de animais produzindo e, por isso, não tenho interesse em aumentar meu volume populacional. Isto é pesquisa, não chutômetro.
É simples a ideia - pegue os melhores indivíduos de cada rebanho e faça um rebanho composto só deles - a média será infinitamente mais alta do que você imagina.
Antes de ironizar, procure entender.
A Fazenda Sesmaria não serve de base para nenhum produtor que queira iniciar o negócio, se ele levar em conta, como você, apenas e tão somente, os gastos, sem se ater ao planejamento.
Comecei com mil litros/dia e hoje, estou nos dois mil, vou chegar a três mil em 2014 e estaciono. Não saí de imediato do patamar que me encontro hoje. Por lado outro, já tinha benfeitorias avançadas (a fazenda já produz leite há mais de setenta anos) - somente melhorei as existentes (gastei muito menos, no início) e pude implantar, aos poucos, o sitema atual. As vacas já eram holandêsas puras, muito embora o abandono genético e alimentar as limitava como produtoras de leite - só fiz selecionar, ainda mais, o rebanho, concentrar indivíduos, descartar diversos que não se enquadrariam, comprar outros tantos, melhorar a alimentação (não construi mansão, piscina, campo de futebol, churrasqueira, não comprei carro do ano, máquinas do outro mundo, não construi locais sofisticados, apenas o necessário, à medida que o sistema ia evoluindo e exigindo e quando a perspectiva de planejamento e lucro ia possibilitando).
Outro engano seu, minhas vacas não comem só cana, mas, também, silagem, soja, fubá, polpa cítrica, caroço de algodão, aditivos e muitos outros componentes em sua dieta total, assim como as suas não comem só pasto (rsrsrs).
Por fim, não quero convencer a ninguém de nada, não tenho gado para vender, não vendo tecnologia, máquinas, implementos, nem ofereço assistência técnica a quem quer que seja. Não sou dono de nenhuma verdade, não sou candidato a nada e não tenho nenhum interesse em enganar, mentir, dissimular. Prove-me que eu estou errado e passo a utilizar o seus sistema na mesma hora. Até aqui, você ainda não logrou êxito neste empreendimento (rsrsrs).
Finalmente, não me veja como inimigo a ser vencido, mas como um pesquisador frustrado por falta de conhecimento que luta para compreender o emaranhado técnico em que se encontra mergulhado.
Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 06/12/2012

Prezados participantes.

Apenas complementando, vamos dar sequência a nossa discussão e proponho que venhamos a apresentar conceitos e dados interessantes sobre o tópico do post: e proponho o seguinte desafio:

Qual foi a melhor medida que vocês implantaram em suas propriedades nos últimos anos que proporcionou aumento de produtividade e redução de custos?

Em outras palavras, qual foi a tecnologia empregada que melhor proporcionou os resultados esperados?

Abraço à todos!
JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 06/12/2012

Prezados Michel e Guilherme,

Considero fundamental debatermos constantemente os aspectos que envolvem os desafios da produção de leite.

Devemos lembrar, entretanto, que nosso objetivo não é o confronto e o estabelecimento de uma "verdade universal", pois todos nós sabemos que essa discussão, apesar de estimulante e interessante, acaba sendo, muitas vezes inócua e cansativa porque, infelizmente, poucos conseguem separar as os fatores emocionais (paixão/aptidão/preferência) dos fatores racionais, para analisarmos e compararmos sistemas.

Dessa forma, tenho sempre promovido discussões e direcionado debates e comparações entre sistemas semelhantes, ou seja, quão melhor é um sistema a pasto em relação à outro sistema à pasto, fazendo o mesmo com o confinamento. Acredito que chegamos à conclusões mais interessantes e acabamos aprendendo mais porque comparamos índices gerados mediantes propostas semelhantes.

Dizer que produzir em regime de confinamento é melhor porque a vaca é explorada ao máximo não tem fundamento, assim como afirmar que o sistema à pasto é mais eficiente porque a vaca busca o seu próprio alimento, sem termos que investir em maquinário e infraestrutura de cochos e armazenamento de alimentos para termos sucesso.

Ambos os sistemas apresentam vantagens e desvantagens. Se tivermos um sistema à pasto bem conduzido e um sistema confinado mal conduzido, teremos maior lucro com o primeiro. Se tivermos o primeiro mal conduzido e o segundo muito bem trabalhado, este será o melhor sistema do mundo. Logo, o ponto onde quero chegar é que tudo é muito relativo e depende de como abordamos a questão.

O espaço está aberto para vocês discutirem o quanto quiserem, não me oponho, de forma alguma. Apenas questiono: qual será a conclusão final? Acredito (por acompanhar a participação e colocações de ambos em diferentes fóruns e debates) que o Guilherme continuará defendendo o sistema confinado e o Michel, o pastejo.

Precisamos ter maturidade e consciência de que a escolha de um sistema de produção é multifatorial. Quando atuo como consultor procuro saber os motivos que levaram o produtor a produzir leite e os motivos da escolha de um dado sistema de produção. É importante aceitarmos que existem preferências que sobressaem às questões técnicas e racionais. Se um produtor tem paixão e adora o confinamento, ele direcionará todos seus recursos para isso. Neste caso, eu defendo-o e procuro ajudá-lo na sua busca, a menos que tenhamos uma situação extremamente indesejada para a produção confinada. O mesmo faço com o sistema à pasto. Propor uma troca de sistema de produção, numa fazenda com anos de atividade dentro de um manejo é muito complicado. Concordam?

Acredito que o melhor sistema de produção é aquele cujo produtor consegue conduzí-lo de forma adequada e eficiente mediante parâmetros (benchmarks) compatíveis ao mesmo.

Abraço à ambos!
MARCELO ERTHAL PIRES

BELÉM - PARÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 06/12/2012

Meus caros,
sistemas mistos, as vacas andam bem menos, e tem menos estress, por poderem dar uma voltinha, sem perderem muita enérgia .

Um grande abraço à todos !
m.erthal
MICHEL KAZANOWSKI

QUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 06/12/2012

Caro Ronaldo e Guilherme,

Realmente temos que contabilizar os gastos de energia do pivo, lembrando é claro que o pivo não esta la para esse fim, mas para garantir que a comida seja produzida, o que seria impossivel sem que ouvesse irrigação, já que naquela regiao não chove boa parte do ano.
Também temos que contabilizar o custo de se construir um free-stall, instalar nele climatização, que talvez consuma mais energia que o proprio pivo (e vai funcionar fora de horario também) para ventilar e nebulizar agua nas vacas, gastar um bom dinheiro em armazenagem e distribuição de dejetos, 550 vacas cagam e urinam pra danar (no pasto elas fazem isso sozinhas), no confinamento tu precisa de bombas, canos, aspersores, ou caminhao distribuidor (puxando centenas e centenas de viagens durante o ano), um trator para colher o pasto, vagão distribuidor (que não pode ser pequeno para tratar 550 vacas), combustivel para todo esse maquinario, contabilizar que equipamentos e instalações necessitam de manutenção e depreciam ao longo dos anos, operador para estes equipamentos, incluir na conta as despesas com tratamento de claudicações, comum em vacas que permanecem o dia todo sobre o duro concreto. O que mais podemos citar?
Ah! 3 litros de perda diaria para ir atras do alimento, só se elas andarem 15 km por dia (em terreno plano para andar um quilometro uma vaca gasta 1 MJ de energia, equivalente a necessidade de produção de 200ml de leite), duvido que alguma vaca por la ande tudo isso.
Realmente temos que nos aprofundar se o aumento individual da produção vai pagar todos estes investimentos e gerar um aumento significativo na produção por area e na renda do produtor.

Caro Guilherme, eles são defensores sim do confinamento, mas não é sobre confinamento que falamos.
Os indices apresentados pelo senhor não são alcançados por mais ninguem nesse país. Não há um produtor no PR ou no Brasil que tenha média de produção de 46,5, os seus indices reprodutivos e sanitarios, e consiga comprar terra, montar um tie-stall, sala de ordenha, trator, mixer, comprar vacas de alta produção, pagar todas despesas e quitar todo o investimento em menos de 5 anos. E mais ainda, em uma região de terreno montanhoso e com as vacas comendo cana. A Fazenda Sesmaria é digna de um evento não somente nacional, mas internacional, para demonstrar in loco toda a excelencia apresentada pelo senhor aqui.

Abraço

Michel Kazanowski
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/12/2012

Prezado Michel,

Realmente é possível irrigar vacas com pivot, o custo da energia elétrica fora do horário de valor reduzido é que é proibitivo. Mas como estamos discutindo sobre tecnologias, fica a seguinte questão, o que devemos levar em conta na hora de fazermos uso de determinada tecnologia? Devemos nos basear no retorno que ela pode nos dar, no gosto pessoal independente do retorno? Afinal, se queremos alta produção por animal, não seria mais racional investir em conforto para as vacas e alimentação de qualidade? Não seria mais economico um unico trator andando para buscar alimentos para as vacas do que colocar 550 vacas andando atrás do alimento como os NZ fazem em cada pivot deles? Vacas andando atrás do alimento vão consumir cerca de 3 litros/vaca/dia, se multiplicarmos isto por 550 veremos que isto é muito mais que o consumo diario de um trator.
Creio que precisamos aprofundar mais sobre o tema tecnologia.

Um abraço

Ronaldo
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/12/2012

Prezado Michel Valter Kazanowski: Por certo entendeu minha ironia quanto à produção por hectare.
Este é o maior engodo, pois, se considerarmos que produzo dois mil litros dia e utilizo, apenas e tão somente, sete hectares para tanto, minha produção anual é esta mesmo: em torno de 102.000 quilogramas hectare/ano (2000 X 30 : 7 = 8571 X 12 = 102857).
Agora, quanto ao convite ao Arthur e ao Vidal, não é preciso, pois, como todo mundo sabe, eles são defensores do sistema confinado não é de hoje.
Há produtores mundiais que, se levarmos em conta esta história de produção por hectare, você se supreenderia com a enorme quantidade de leite a ser assim considerada, centenas de vezes maior que a minha.
Tenho capacidade de dobrar meu rebanho confinado e, portanto, dobrar a minha produção, mas não tenho interesse nisso, pois não conseguiria manter o nível de excelência que encontro no rebanho diminuto. Para mim, não valeria a pena Questão de planejamento e de eficiência.
Só mais uma coisa: qual produtor brasileiro pode ter o investimento que o Leite Verde (não tão verde assim, já que o suplemento é constante) teve, comprar o volume de terras que eles compraram, e quanto custa o tão sonhado "pivô" onde as vacas andam, o dia inteiro "nebulisando água sobre elas" ? Muito mais que o sistema de ar condicionado, que faz com que a temperatura do ambiente esteja sempre na base ideal, que um confinamento integral de alto nível possui.
Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
MICHEL KAZANOWSKI

QUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 05/12/2012

Caro Ronaldo,
O volumoso deles é composto de pasto, nada impede que se use concentrado. Não estamos na Nova Zelandia onde não existe produção agricola. A Leite Verde esta ao lado do oeste da Bahia, importante produtora de soja, milho e algodão. Se o sistema mudar de nome, qual a diferença?
Cobras não andam de dia mas vacas andam debaixo de pivo nebulisando agua sobre elas.

Caro Guilherme,
Eu acho incrivel que o senhor ainda não tenha feito um convite ao Arthur Chilelato da Embrapa, ao Dr. Vidal Pedroso da Esalq, a equipe do Milkpoint para conhecer sua propriedade e la ver in loco o que pode ser considerado eficiencia de produção. Assim tu podes ensinar a eles a produzir leite e ganhar dinheiro de forma correta. Dessa forma eles abriram suas cabeças e poderam sair por ai difundindo as suas ideias e ideais.
Tenho a total certeza que nenhum produtor do mundo chega perto dos seus 102.000 litros/ha/ano. Ainda mais que ressaltas que tem capacidade de dobrar tal volume.

Abraço

Michel Kazanowski

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