Olá amigos ouvintes! Chegamos na 10ª edição dos 'PointCasts' e nada melhor do que comemorar esta marca batendo um papo com Marcelo Pereira de Carvalho, CEO da AgriPoint e fundador do MilkPoint.
Marcelo está há anos no 'mundo do leite' e ninguém poderia responder melhor a esta questão: para onde o leite está indo?
Na conversa, ele fala sobre as principais mudanças pelas quais o setor leiteiro no Brasil vem passando, quem ele acha que vai ficar no futuro da atividade e até se ele acredita que o leite será um bom negócio daqui pra frente.
Vale reforçar que agora os “PointCasts” também podem ser encontrados no Spotify
Vale a penar conferir o podcast completo abaixo:
Confira a foto do making off:
Editor do podcast: Maicon Moreira
Acesse as edições anteriores dos PointCasts aqui.
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DIEGO MARTINIRIO CLARO - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS EM 27/03/2019
Hoje, valeria a pena um grande investimento para montar uma fazenda Leiteira?
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MARCELO PEREIRA DE CARVALHOPIRACICABA - SÃO PAULO EM 28/03/2019
Olá Diego,
O mercado de leite no Brasil oferece condições interessantes para projetos com escala, qualidade e boa localização, principalmente pelos preços mais altos que esses produtores recebem. A atividade também oferece um baixo risco técnico (claro que se bem executado) e um risco de mercado menor do que outras atividades. Por isso, os top 100 tem crescido continuamente mais do que a média do mercado. Porém, como dificuldades, está o fato de ser uma atividade bastante intensiva, 365 dias por ano, não ter ferramentas de mercado para proteção do risco de preço e não ter competitividade internacional, o que sempre coloca no jogo o risco das importações. |
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MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHOCAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 23/10/2018
Marcello
Você falou que para deixarmos de ser exportadores ocasionais precisaríamos produzir leite a US$ 0,30/litro. Na Europa os custos, mesmo descontados os subsídios, estão significativamente mais elevados do que os preços que os produtores estão recebendo nos últimos 5 anos e me parece que recebendo U$ 0,30,00/litro pouco produtor Europeu vai aguentar. Gostaria de ter as sua resposta para as seguintes perguntas: Quais os países do mundo onde o produtor produz leite a U$ 0,30/litro de forma sustentável sob o ponto de vista econômico e financeiro? O leite ofertado por estes produtores a esse preço pode cobrir a necessidade mundial de leite? Considerando que o mercado é regido pela lei de oferta e procura ,se oferta a U$ 0,30 for menor do que a procura a tendencia seria: de aumentar o preço pago ao produtor ou da demanda por leite no mundo cair? Abraço Marcello de Moura Campos Filho |
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MARCELO PEREIRA DE CARVALHOPIRACICABA - SÃO PAULO EM 23/10/2018
Caro Marcello,
Obrigado pelas colocações, sem dúvida interessantes. Se analisarmos os últimos 5 anos, o nosso preço em dólar foi US$ 0,40/litro, e nossas exportações, pífias. Isso quer dizer que, nas condições dos últimos 5 anos, esse preço não é suficiente para nos possibilitar uma inserção consistente no mercado externo - e olha que tivemos um período de recessão interna, em que sofremos com o consumo, sendo a exportação um caminho importante. Concordo com você que muitos países não são competitivos a US$ 0,30/litro. Os países da Europa, como você mencionou, se incluem entre eles. Porém, Nova Zelândia, Uruguai, Argentina e talvez Estados Unidos (marginalmente) fazem parte do grupo dos países competitivos. Claro que analisar valor em dólar é sempre complicado, porque há forte variação cambial. US$ 0,30 com dólar a R$ 4,00 é uma coisa; a R$ 3,00 é outra. Mas o fato é que, se nosso objetivo é ser exportador estrutural, mas condições atuais de mercado, não tem muito como fugir de US$ 0,30-US$ 0,35/litro, pelo menos no leite em pó. Há, sim, possibilidade de desenvolvermos outros produtos, como queijos, em que seja possível atuar em nichos de mercado, mesmo a preços um pouco mais altos. Em relação aos preços externos, a percepção que tenho é que foi subestimada a capacidade do mundo de produzir leite caso a relação de troca fique muito favorável. É um 8 ou 80: a partir de certo valor, muitos países fortes em produção ficam competitivos, e o resultado é a sobre-oferta que vimos em outros anos. Veja os estoques da Europa e EUA. Por outro lado, preços muito mais altos afetam o consumo, já que os grandes importadores são países com restrição de renda. Tudo somado, o fato é que não há muita margem para preços médios muito acima dos US$ 3.000-3.300/tonelada, pelo menos hoje. Grande abraço, Marcelo |
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EM RESPOSTA A MARCELO PEREIRA DE CARVALHO
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHOCAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 23/10/2018
Marcelo
Concordo que os USA podem contribuir para as exportações marginais marginalmente pois os produtores já questionam, os preços e a tendência com a restrição à mão de obra de mexicanos face o posicionamento do Trump. Ficamos então com Nova Zelândia, Uruguai e Argentina como produtores que poderiam produzir leite a U$ 0,30/L de forma sustentável. A pergunta que fica é: se a capacidade de produção desses países pode atender a demanda mundial em termos de importações, considerando a perspectivas de consumo da África e da Ásia? Grande abraço Marcello de Moura Campos Filho |
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EM RESPOSTA A MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO
MARCELO PEREIRA DE CARVALHOPIRACICABA - SÃO PAULO EM 23/10/2018
Oi Marcello, no longo prazo, não. Mas também não sabemos se a África em si pode produzir de forma competitiva. Há investimentos sendo feitos por lá. O ponto é que contar com a possibilidade de preços acima de US$ 4.000/ton, por exemplo, não é uma boa estratégia, até porque nessa faixa mais gente entra na briga. O que recomendo (e isso de certa forma vem sendo pensado pelo setor) é olhar para dentro da nossa ineficiência e buscar melhorar a competitividade. Vale dizer que, após 2007, muita gente falava que os preços haviam alcançado um novo patamar, dado o consumo crescente e a dificuldade do mundo em produzir para este consumo. Vimos que não foi bem assim, e os preços passaram a oscilar em valores bem mais baixos do que os US$ 5.000 de então.
Abraço, |
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EM RESPOSTA A MARCELO PEREIRA DE CARVALHO
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHOCAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 24/10/2018
Marcelo
Concordo que um patamar de U$ 5.000,00/ton. de leite em pó, que corresponderia a U$ 0,50/litro de leite fluído ou R$ 1,85/litro de leite fluído para um câmbio de R$ 3,70/U$ é difícil de se esperar quando se olha o passado. O patamar de US$ 4.000,00 /ton. de leite em pó, correspondente para o leite fluído a U$ 0,40/litro ou R$ 1,84/litro para um câmbio de R$ 3,70/U$ já é uma perspectiva mais plausível com base no passado. Já U$ 0,30/l que corresponderia a U$ 2.400,00/ton. é um valor muito baixo para se considerar quando se observa o passado. Pensando no futuro a médio prazo penso que: 1) Com U$ 0,30/l (R$ 1.11/l) poucos produtores no Brasil e no mundo terão condições de permanecer na atividade, as importações tendem a crescer e a oferta pelos países que podem produzir a esse preço é limitada levará ao aumento de preços de forma geral para não haver desabastecimento; 2) A U$ 0,50/l (R$ 1,85/l) é um valor sustentável para o produtor de leite no Brasil e no mundo, as importações serão bastante limitadas e serão atendidas pelos países que podem produzir de forma sustentável a US(0,30/l) e que exportarão com valores um pouco acima disso; 3) Ao meu ver U$ 0,40/l (R$ 1,48/l) é um valor que é sustentável para produtores eficientes no Brasil e no mundo, havendo uma necessidade de importação para complementação de mercados interno, e os países mais eficientes exportarão leite para suprir essas necessidades a um preço variando entr U$ 0,30/l a U$ 0,40/litro. Grande abraço Marcello de Moura Campos Filho |
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MARIUS CORNÉLIS BRONKHORSTARAPOTI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE EM 22/10/2018
Muito bom e atual Marcelo
Obrigado pelo MilkpointRadar |
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