Hoje (15/10), com um oferecimento da Lactotropin, ocorreu nosso segundo encontro do MilkPoint Experts Feras da Consultoria, uma verdadeira imersão em experiências práticas da rotina do leite. Como temática, contamos com o painel: o que você contaria para o seu "eu" do início de carreira? O que você faria diferente?
Iniciando nossa manhã de palestras, Régis Carvalho, Médico Veterinário e Consultor. Carvalho explicou que atua desde o início de sua carreira na área de reprodução de vacas leiteiras. “A diferença é muito grande de como fazíamos antes e fazemos agora,” disse. Régis também apontou que enxerga uma diferença na graduação atual e a de antigamente. Como exemplos citou: o acesso e a velocidade das informações, a difusão da tecnologia e diversidade da área de trabalho.
Além disso, ressaltou a importância de uma visão 360° na pecuária leiteira. “Tudo é uma roda de bicicleta. Se um elo rompe ou um dente quebra, lá na frente teremos problemas. Então, não adianta ter a melhor nutrição possível se a vaca está passando calor.”
Sobre o que faria de diferente em sua carreira, Carvalho apontou que “nós mudamos. Nós temos que mudar, a mudança é importante. Então, desde quando eu comecei faço muita coisa diferente.”
Contudo, ponderou que certas coisas são primordiais, “precisamos ser bem formados no básico.” Além disse, elencou pontos como: dividir seus conhecimentos; estar bem-informado em toda cadeia de trabalho; levar ao produtor mais do que ele espera; fazer diferença no processo; ser um líder dentro de sua atuação; motivar sua equipe de trabalho e ter sentimento de dono.
Cristiane Azevedo, Médica Veterinária e CEO da Qualy Calf Consultoria, também nos contou o que contaria para o seu “eu” do início de carreira.
A palestrante ressaltou que no começo de sua carreira quando resolveu ser consultora, “os desafios foram inúmeros.” Azevedo citou pontos desafiadores como: trabalhar o conceito de medicina veterinária preventiva; levantamento e organização de dados; quais indicadores e referências utilizar; desenvolvimento do material de trabalho; gerenciamento da parte financeira e quanto tempo duraria a consultoria.
Azevedo apontou que uma forma de agregar valor ao trabalho “sem dúvidas é a gestão de números.” De acordo com ela, é necessário “transformar números em informações e indicadores, para mostrar para o produtor quanto custa uma mastite, uma consultoria e quando ele terá de retorno.”
A CEO encerrou sua apresentação dizendo o que contaria para o seu “eu” do início da carreira: “precisamos ter muita resiliência, buscar soluções e pensar positivo” e ponderou que se pudesse a oportunidade de mudar algo no começo de sua carreira, equilibraria mais a vida pessoal e profissional, trabalharia seu marketing pessoal e faria especializações.
Continuando o segundo painel do MilkPoint Experts Feras da Consultoria, tivemos a palestra do Carlos Alberto Ohara, Engenheiro Agrônomo e sócio Fundador da ViaVerde Consultoria Agropecuária. Em sua apresentação, Carlos listou alguns pontos que fizeram falta no começo de sua carreira, sendo eles: não ter se aprofundado no inglês e espanhol; não ter feito um mestrado e ter morado fora do Brasil por alguns meses.
Por outro lado, também compartilhou pontos que considera ter sido fundamentais em sua carreira, dizendo que “a consultoria é tão difícil como qualquer outro trabalho.” Ohara pontou, por exemplo: a resiliência e persistência; acreditar que fazer o que gosta é o melhor caminho; não apostar todas as fichas na consultoria e ter outras fontes de renda. “É um começo mais difícil, com um meio e um final melhores,” acrescentou.
Nesta manhã, também contamos com a visão de quem está começando a vida profissional com a palestra do Leonardo Dias de Oliveira, consultor graduado em Zootecnia pela UFVJM, com colação de grau em setembro de 2021.
Oliveira explicou que atualmente trabalha com assistência técnica e gerencial, e gestão de pessoas. “O que eu faço é ser grato, ser feliz com o que eu trabalho,” disse.
Sobre as dificuldades enfrentas, Leonardo disse que trabalha com pequenas propriedades rurais. “Esse é um desafio para nós, técnicos e consultores. Parece que estamos indo na contramão de muitos outros técnicos, porque todos querem ir para o confinamento, compost barn.”
“Até o produtor quer chegar nesse nível [de grandes propriedades], mas alguns não entendem a parte da gestão e planejamento,” acrescentou. “Então, esse trabalho com pequenas propriedades é mais difícil.”
Em relação às oportunidades, Dias destacou o papel das mídias sociais para a divulgação do trabalho realizado no dia a dia das propriedades. “Não é só mandar currículo, o networking também é importante.”
Além dos aspectos técnicos, o Feras da Consultoria também trouxe a perspectiva do marketing pessoal. Encerrando nossa manhã de palestras, Miguel Cavalcanti, Fundador e CEO da Agrotalento, trouxe a temática: marketing e vendas de serviços de consultoria.
Em sua apresentação, Miguel abordou sete “verdades inesperadas sobre a consultoria no agro.” De acordo com ele, são “verdades que a maioria das pessoas não aprenderam.”
Em sua opinião, a primeira verdade é: ser um excelente técnico ou profissional é apenas o primeiro passo para ter um negócio de consultoria no agro. “A verdade é que não é eficiente. Você precisa estruturar o seu negócio e ficar bom e marketing e venda de consultoria,” argumentou Miguel.
Carvalho apontou como a segunda verdade: não venda o que você faz, venda o que você entrega. Explique sua proposta de valor. “Não fale o que você faz, fale o que acontece na vida do seu cliente após ele virar o seu cliente. Isso tem que ser específico para o perfil de cliente no qual você quer atuar.”
Já a verdade número três, Miguel ressaltou que “você precisa ser um conselheiro confiável. Por isso, precisa ser um excelente técnico e continuar se atualizando.” Em relação à quarta verdade, Carvalho ressaltou que vender bem é essencial. “Cada cliente vitrine é um imã de novos clientes, torna as próximas vendas mais fáceis.”
Miguel abordou as demais “verdades inesperadas” ao longo de sua palestra, e concluiu dizendo que “produto de qualidade é apenas o primeiro passo. Mas, além disso, você precisa ter ativos, habilidades, propósitos e história.”
Além disso, Jozivaldo Prudencio Gomes de Morais, Engenheiro Agrônomo e Professor titular da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Campus Araras, trouxe o trabalho que realizou que envolveu o desempenho de vacas holandesas tratadas com duas formulações de somatotropina bovina recombinante em um grande rebanho leiteiro comercial no Brasil.
O objetivo do trabalho foi avaliar o desempenho de vacas suplementadas com duas formulações diferentes de bST, avaliando os seguintes parâmetros: escore de Condição Corporal (ECC), qualidade e quantidade do leite. Jozivaldo apontou que “os tratamentos com bST aumentaram a produção de leite quando comparado com as vacas de controle.”
Ao final das palestras, tivemos uma mesa redonda com todos os palestrantes, moderada por Beto Carvalho, técnico em agropecuária, consultor e formador de gestores. Inicialmente, Beto compartilhou sua experiência profissional como gestor, destacando a importância desse profissional e pontou a importância da gestão preventiva, na qual, de acordo com ele “diminui o tempo gasto com problemas e desenvolve pessoas.”
Dando início ao bate-papo, Miguel abordou as vendas em redes sociais, dizendo que o melhor lugar para vendar é olhando no olho do cliente, mas é o jeito mais caro. Contudo, ponderou que as redes podem ser um bom começo. “As mídias sociais têm a capacidade de chegar em mais pessoas.”
Ainda sobre o papel das redes sociais na consultoria, Leonardo reforçou utiliza a fermenta para “networking e disponibilidade de conteúdo. “Quando eu estou na fazenda, gerando resultados, meus próprios clientes me indicam. Minha maior captação de clientes é por indicação.”
No mesmo raciocínio sobre geração de resultados, Régis disse que “o produtor que é uma solução. Ele quer ligar para gente e tente resolver o problema, estarmos do lado dele.” Para quem ainda está na graduação, Jozivaldo ressaltou que a melhor opção são os estágios. “Começando dentro da instituição com a área de maior afinidade e posteriormente acompanhar profissionais externamente.”
Já para os profissionais que já atuam na área, Carlos abordou a precificação da consultoria, dizendo que essa sempre foi e sempre será uma pergunta difícil de responder. “Isso precisa estar alinhado com preço de mercado, pensar no que você vai entregar e sentir um pouco a situação de cada cliente.”
Reiterando a importância da sensibilidade de captar a demanda e o perfil de cada propriedade, Cristiane ressaltou que é “preciso lembrar que cada cliente é um cliente. Não existe uma receita de bolo” e completou dizendo que o grande sucesso “é saber trabalhar com pessoas.”
Como podemos observar, o segundo encontro do Feras da Consultoria foi uma verdadeira imersão em vendas, pessoas, negócios, carreira, experiências e demais fatores que compõe a consultoria na pecuária leiteira.
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