Nesta sexta-feira, 22/3, é comemorado o Dia Mundial da Água. A data tem como objetivo valorizar esse bem precioso para a vida, com a promoção de ações de preservação dos recursos hídricos. O Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e da Emater-MG, desenvolve ações para a preservação e o uso racional da água. Um exemplo é o trabalho realizado nos municípios de Dionísio, Marliéria e São Domingos do Prata, nas regiões Central e Leste do estado, que pertencem à bacia hidrográfica do Rio Doce. A iniciativa tem como foco a construção de bacias de captação de águas de chuvas e enxurradas.
Entre as instituições parceiras estão a Emater-MG, Associação Rural de Dionísio, Rotary Clube, Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômica e Social (BNDS). Os recursos são provenientes das instituições bancárias no valor de aproximadamente R$ 240 mil. Além da construção das bacias de captação, esse dinheiro foi usado, por exemplo, na compra de uma retroescavadeira e custeio de combustível. Em contrapartida, os produtores arcaram com 50% dos custos das obras.
“O trabalho visa o abastecimento do lençol freático do Ribeirão Mumbaça, afluente do Rio Doce”, explica o extensionista da Emater-MG, Nilton Martins. O projeto teve início em 2016. De lá para cá foram construídas mais de 900 bacias de captação, em mais de 100 propriedades dos municípios.
A Emater-MG é responsável pela execução do projeto, mobilização dos produtores e acompanhamento das obras. Para Nilton Martins, “os ganhos principais são a contenção de erosão, recarga do lençol freático, revitalização das nascentes e o não assoreamento dos rios e córregos”. De acordo ainda com o técnico da empresa, os “impactos social e ambiental se deram graças ao maior acesso à água que, além do consumo humano, serve para dessedentação de animais domésticos e silvestres.
Segurança hídrica e sustentabilidade ambiental
A Seapa e a Emater–MG desenvolvem diversos projetos no Estado, voltados para a educação, conservação ambiental e promoção de práticas produtivas que não agridam o ambiente. A Emater-MG atua diretamente nas comunidades rurais, estimulando o equilíbrio entre o crescimento econômico e a preservação do meio ambiente, buscando a harmonia entre a tecnologia da produção rural e a sustentabilidade. Nesse trabalho, em 2018, foram atendidos 125.581 agricultores familiares, 486 organizações e 7.339 pessoas da área urbana.
“A Emater-MG trabalha com a parte de educação ambiental, proteção das nascentes e plantio de espécies nativas, por exemplo. A empresa também faz um trabalho nas áreas produtivas para evitar a erosão e a contaminação dos cursos d’água. Mas também promove ações que facilitam a infiltração da água da chuva no solo”, afirma o coordenador estadual de Meio Ambiente da Emater-MG, Ênio Resende.
Um exemplo da atuação da Emater-MG em parceria com a Fundação Banco do Brasil é o trabalho desenvolvido nos municípios de Porteirinha, Araçuaí e Brasília de Minas, no Norte de Minas. Nos três municípios foram construídos 17 quilômetros de terraços, 1.091 bacias de captação de água de chuva e a adequação de 18 quilômetros de estradas vicinais.
Proteção do Rio São Francisco
Uma das principais ações do Governo de Minas Gerais na área ambiental é a revitalização da bacia hidrográfica do rio São Francisco, desenvolvida em parceria com a Seapa, Emater-MG e Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Nos municípios de abrangência da bacia, foram construídas bacias para captação da água da chuva, terraços e a proteção de nascentes. Com investimentos de aproximadamente R$ 3,3 milhões, em 2018, foram desenvolvidas ações em 23 municípios banhados pela bacia hidrográfica do rio São Francisco.
São elas: mais de 8 mil bacias de captação de águas de chuva, 410 quilômetros de terraços, além da adequação ambiental de 18 quilômetros de estradas vicinais.
“Estas intervenções promovem a infiltração de água no solo com a consequente melhoria na qualidade e quantidade da água nas sub-bacias, contribuindo para a manutenção da vazão nos córregos e rios, além de garantir o abastecimento humano, a oferta de água para os animais e a manutenção de pequenas culturas durante quase todo o ano. São ações fundamentais não só para revitalização do ‘Velho Chico’ como para o desenvolvimento rural sustentável”, afirma o assessor técnico da Seapa, Roberth Rodrigues e Silva.
A formalização do convênio entre os governos mineiro e federal foi feita em 2008. Ao longo de uma década, as ações de proteção de nascentes, áreas de matas ciliares e topos de morro, a adequação ambiental de estradas vicinais e a construção de bacias para a captação de águas de chuva foram desenvolvidas em vários municípios.
As informações são da Emater-MG.