A Autoridade de Normas e Segurança Alimentar da Índia (FSSAI) declarou que o leite no país é em grande parte seguro, após os relatórios de sua Pesquisa Nacional de Qualidade do Leite 2018. Segundo o material, as "práticas agrícolas ruins" são ainda as principais responsáveis pelas contaminações atuais.
De acordo com a FSSAI, de uma grande quantidade de amostras (mais especificamente 6.432), pouco menos de 10% tinham contaminantes provenientes principalmente de práticas agrícolas inadequadas, como resíduos de pesticidas, antibióticos, aflatoxina ou sulfato de amônio. Mais de 90% das amostras foram consideradas seguras na pesquisa. O CEO da FSSAI, Pawan Agarwal, se recusou a revelar a origem das amostras contaminadas remanescentes devido às preocupações de que elas fossem "falsos positivos".
A agência também descreveu como sendo ‘de longe’ a maior pesquisa sistemática em termos de tamanho de amostra e parâmetros testados, embora ela cobrisse apenas leite líquido e não produtos lácteos. "A pesquisa também não cobriu o exame microbiológico das amostras", acrescentou.
Esclarecendo "interpretações erradas"
Agarwal explicou que este relatório teve como objetivo esclarecer a má interpretação da informação divulgada após outra pesquisa também da FSSAI sobre leite realizada em 2011, na qual constou que 68,4% das amostras não estavam em conformidade com os padrões da FSSAI. Segundo ele, havia algumas fraquezas nela, analisando o tamanho da amostra, coleta de dados e métodos de estudo. E esta última pesquisa teve por objetivo obter uma imagem real sobre a qualidade do leite na Índia.
No início deste ano, um representante do Conselho de Bem-Estar Animal da Índia expressou preocupação com as conclusões de que cerca de 68% de todo o leite e produtos lácteos na Índia foram adulterados. O fato foi investigado em novembro pela FSSAI. No relatório, dizia que cerca de 25% de amostras de produtos comestíveis (incluindo leite) que foram testadas durante o ano estavam adulteradas ou violadas conforme os padrões da FSSAI.
Apesar disso, Agarwal disse ao New Indian Express que há um relato falso que diz que um grande número de indianos está sob grande risco de doenças graves devido ao consumo de leite altamente contaminado. “No entanto, não existe tal evidência para tal inferência”.
Preocupações com a qualidade
Um outro relatório recente divulgado pela Sociedade de Orientação ao Consumidor da Índia (CGSI) disse que mais de 78% do leite na Índia não atende aos padrões de qualidade. De acordo com o relatório, apenas 20,7% das amostras de leite de marca e 22,5% das amostras sem marca, respectivamente, eram compatíveis com os padrões.
“O leite precisa estar em conformidade com os padrões estabelecidos. Em comparação com os resultados dos testes do ano passado, a venda de leite de má qualidade na verdade aumentou”, disse o presidente do CGSI, Sitaram Dixit.
Preocupações com a qualidade, níveis de gordura e sólidos também foram avaliados pela FSSAI neste estudo de 2018, e segundo o mesmo, 39% das amostras não atenderam aos parâmetros exigidos.
Agarwal contou que é necessária uma tolerância zero à adulteração do leite, mas as preocupações com a qualidade devido aos contaminantes precisam ser resolvidas ao longo de um período de tempo, levando-se a uma conscientização em grande escala e educação pública no nível primário de produção.
As informações são do Dairy Reporter, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.