Dairy Vision: especialista em varejo falará sobre mudanças que impactam as empresas lácteas

“O mercado hoje, não só o de consumo, com o advento da tecnologia, trouxe ‘na roda’ duas questões extremamente importantes para os dias atuais: o e-commerce e o uso dos smartphones. O que aconteceu ao longo dos últimos 10 anos, e de uma forma mais intensa nos últimos cinco, é a maior facilidade do consumidor ao acesso às informações na palma da mão”, disse Marcos Luppe, professor doutor do curso de Marketing na EACH-USP. Ele também proferirá uma palestra no Dairy Vision 2018 com o seguinte tema “Explorando novos canais de vendas: exemplos de empresas que estão indo além do varejo tradicional”.

Segundo Marcos, hoje os movimentos dos consumidores são ‘rastreados’ pelas empresas que em cima disso, conseguem desenhar novas estratégias para os seus negócios. “Se você está com o seu smartphone no bolso, entra no shopping e vai até a praça de alimentação, com certeza esse seu caminho já foi registrado. A palavra mais apropriada para isso é mobilidade, que se traduz em uma série de oportunidades para as empresas”, explica ele. Ao mesmo tempo, Luppe afirma que todas essas circunstâncias são acompanhadas de alguns desafios.

“Antes, não tínhamos muitas opções. Se nós quiséssemos comprar algo, as lojas físicas eram a primeira escolha. Porém, com a tecnologia mais acessível, outros canais de venda se tornaram mais populares. Os números apontam um crescimento acelerado do e-commerce não só no Brasil, mas no mundo todo. Com isso, as indústrias precisam se preparar a fim de ‘moldar’ seus itens para esse novo público”.

A principal sugestão dada pelo Professor Marcos é que as empresas devem estudar com detalhes o perfil desses novos consumidores, que são muito mais informados e têm maiores exigências. “Sempre trabalhando bem os dados e atenta aos movimentos do seu público, as marcas conseguem melhor se posicionar frente às novas demandas”.

O especialista em canais de varejo recorda que o Brasil ainda está passando por um momento de recessão, mas, comparativamente a outros setores, o varejo alimentar não foi altamente afetado. “De qualquer forma, ocorreram mudanças nos hábitos de consumo devido às restrições orçamentárias, o que por sinal, contribuiu para o ‘boom’ de atacarejos no país. Uma vez que os custos de operação tendem a ser mais baixos para os ‘atacarejistas’, eles conseguem oferecer menores preços pelos produtos”.

Dados recentes do Euromonitor International indicam que o crescimento do canal atacarejo foi de 11% no Brasil em 2017, movimentando R$ 48,4 bilhões em vendas para o consumidor final, enquanto o varejo alimentar como um todo, que inclui supermercados, hipermercados, lojas especializadas em alimentos/bebidas e lojas de conveniência, apresentou um crescimento de 3,7%. Assim, o atacarejo ganhou mais relevância no varejo no Brasil e já representa 5% do total de vendas.

“Hoje 60% do faturamento do Carrefour é oriundo da sua rede de atacarejo Atacadão. Além desse atual e importante canal, as redes também começam a se movimentar no sentido das ‘lojas de bairro’ como o Minuto Pão de Açúcar, que objetivam uma maior aproximação com os clientes e compras mais enxutas. Nas minhas análises, observo estagnação e até mesmo – declínio – dos hipermercados”, completa ele, que ainda destaca que seguindo essa linha, o tipo de produto ofertado e inclusive, as suas embalagens, também precisam ser reestruturados visando uma maior aceitação.

Marcos ainda lembrou que outros formatos de canais também já começaram a ‘pintar’ entre as opções, como lojas diretas (indústrias entrando diretamente no varejo) como as da Swift e da Nestlé.

“O que também tenho acompanhado de perto e que é ‘quente’ no momento são os destaques que as lojas estão dando para a saudabilidade dos alimentos e a produção orgânica. Com esses segmentos, há uma ampla oportunidade de diferenciação, inclusive nos lácteos. Outra possibilidade é a atenção à faixa etária da população alinhada ao lançamento de novos produtos, como opções focadas no envelhecimento das pessoas. Sempre precisamos estar de olhos abertos a todos esses quesitos para que tenhamos ‘tacadas’ mais certeiras”, concluiu.

Saiba mais sobre Marcos Luppe > além de Professor Doutor do curso de Marketing na EACH-USP, ele também é Coordenador do CEPEV/USP – Centro de Estudos e Pesquisas do Varejo, Coordenador do MBA Varejo e Mercado de Consumo Online (ESALQ-USP), Professor de diferentes programas de Pós-Graduação/MBA da FIA e oferece apoio técnico em programas internacionais na NRF (National Retail Federation).

Chegando em sua 4ª edição, o Dairy Vision contribuirá (e muito!) com o setor por meio de vários insights apresentados sobre as tendências na área de alimentos e bebidas no Brasil e no mundo. Assim, é fundamental que o Dairy Vision 2018 esteja na sua agenda! Ele mostrará oportunidades e clareará ao público os principais desafios de todas essas mudanças, principalmente para o setor lácteo. Então, nos vemos em breve! Até novembro!

O evento é uma iniciativa da AgriPoint e da Zenith Global e tem como:

• patrocinadores GOLD: CHR Hansen, Polyone (Colormatrix) e SealedAir;
• expositores: Ecolean, DuPont, Duas Rodas e RMB Pack;
• table top: Noluma, NovoZymes e Paques;
• apoio institucional: Fepale; Viva Lácteos; ABIQ, ITAL E ABLV
• apoio de mídia: Revista Indústria de Laticínios, Revista + Leite e The Dairy News.