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Crédito rural a juros controlados começa a ficar escasso

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 13/12/2018

4 MIN DE LEITURA

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O forte aumento da demanda por crédito rural a juros controlados nos primeiros cinco meses desta safra 2018/19 (julho a novembro) começou a preocupar produtores, cooperativas, bancos e o próprio governo. Algumas linhas de financiamento do Plano Safra já estão com os recursos esgotados e outras caminham aceleradamente na mesma direção, e o risco de a torneira secar antes do fim do ciclo, em junho, é palpável.

O problema — causado pela maior demanda diante da alta dos grãos puxada pelo apetite crescente da China e de taxas de juros mais baixas — não impedirá mais uma safra recorde, já que o plantio foi garantido com os desembolsos feitos até agora e por outras fontes de financiamento, inclusive por recursos dos próprios produtores. Mas poderá limitar investimentos represados após anos de adversidades na economia, por mais que haja fontes de crédito a juros livres disponíveis. Dentro do Plano Safra, os juros controlados variam entre 5,25% e 9,5% ao ano. Os juros livres, por sua vez, variam de 12% a 15% ao ano. 

Do montante total de crédito rural liberado pelos bancos de julho a novembro — R$ 89,5 bilhões, considerando as agriculturas empresarial e familiar, 20,8% mais que em igual intervalo da temporada anterior —, 78,2% foram em recursos a juros controlados. Apenas os desembolsos para investimentos, usados na compra de tratores e colheitadeiras e na construção de armazéns, por exemplo, cresceram 40% na comparação, para R$ 21 bilhões.

A situação mais complicada envolve as linhas alimentadas por recursos do BNDES, principal fonte de empréstimos para investimento. O banco já suspendeu as operações de três de suas linhas por causa do esgotamento de recursos: o Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), muito usado para recuperação de pastagens e cujos desembolsos já alcançaram R$ 1,06 bilhão, o Pronamp Investimentos, voltada a médios produtores, e o Prodecoop, focado em cooperativas.

Quem ainda tem interesse nessas linhas e acessa a página do BNDES na internet já se depara com o seguinte aviso: “ATENÇÃO: O protocolo de pedidos de financiamento nesta linha encontra-se suspenso em razão do comprometimento total dos recursos disponíveis”.

Outra linha mantida com dinheiro do BNDES que também corre riscos de minguar é o Moderfrota, utilizado na compra de máquinas agrícolas. Do total reservado pelo governo para o programa (R$ 8,9 bilhões), as instituições financeiras já aplicaram R$ 4,63 bilhões, um aumento de 53% ante os primeiros quatro meses da temporada 2017/18.

“Realmente houve um maior desembolso nesta safra até agora. O banco continua operando normalmente, mas já começamos a perceber um esgotamento mais amplo de recursos. Se esse fluxo for mantido, faltarão recursos no fim do primeiro trimestre de 2019”, afirmou ao Valor o vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Tarcísio Hubner.

O BB lidera o mercado de crédito rural no país, com participação da ordem de 60% e carteira total de quase R$ 190 bilhões.

Segundo Hubner, o montante de depósitos à vista e de poupança rural, principais fontes de recursos do crédito rural a juros controlados, vêm sendo alocados para os contratos de financiamento ao agronegócio e aos pequenos agricultores (Pronaf) a uma velocidade acima do esperado.

Como termômetro dessa forte demanda por crédito rural, o executivo lembra que as linhas com recursos do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) voltadas ao setor agropecuário, que sempre registram sobras, neste ano se esgotaram em outubro. Esses financiamentos, no entanto, não contam com recursos controlados.

Diante desse quadro, o BB e outros bancos, públicos e privados, além de entidades do setor já pediram ao governo para ampliar os gastos com equalização das taxas de juros do crédito agrícola no sentido de também aumentar a oferta desses recursos. O Banco do Brasil já desembolsou R$ 38 bilhões de julho a novembro deste ano, uma alta de quase 18% ante o ciclo anterior.

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Wilson Vaz, disse que a Pasta, em conjunto com a equipe econômica da gestão Temer, avalia remanejar recursos de outras linhas menos procuradas para complementar a demanda que vem sendo observada principalmente por crédito para investimento, mas pondera que o governo não tem folga para subsidiar mais essas operações. “Não descartamos que poderia haver uma demanda mais forte que o esperado, só que a oferta de recursos a taxas controladas é limitada pelo teto de gastos que nós temos”, afirmou Vaz. “Mas aquilo que foi anunciado no Plano Safra será cumprido”, garantiu.

Se houver de fato um esgotamento das fontes de recursos, a alternativa serão os bancos intensificarem a oferta de financiamentos a juros livres — que são mais caros, ainda que não sejam tão desvantajosos neste momento diante do cenário de juros mais baixos. “Já há casos de produtores que procuraram sua agência bancária para tomar crédito para plantar milho safrinha no ano que vem e o gerente disse que não há mais recursos. Estamos bem preocupados e já acionamos o governo”, disse Bartolomeu Braz, presidente da Aprosoja Brasil.

Já o vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Mário Schreiner, afirmou que o tabelamento de fretes levou a uma demanda reprimida por crédito entre muitos produtores, que preferiram “segurar” a tomada de crédito, à espera de juros mais baixos na virada do primeiro para o segundo semestre, quando se iniciou a atual safra.

As informações são do jornal Valor Econômico. 

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