Mais de cem países, entre eles o Brasil, assinaram um compromisso global que prevê reduzir as emissões de metano em 30% até 2030, ante os níveis do ano passado.
O anúncio foi feito em Glasgow nesta terça-feira, 2, na Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-26). O Brasil é o quinto maior emissor de metano do mundo. Contudo, três dos maiores emissores – China, Rússia e Índia – ficaram fora do acordo.
O metano tem potencial 80 vezes maior de aquecimento em relação ao gás carbônico, sendo o segundo maior poluente do planeta. Uma das principais fontes de metano é a atividade agropecuária, principalmente a criação de gado – responsável por 27% das emissões mundiais.
Por isso, a preocupação do país em reduzir as emissões, visto que a atividade é de grande importância econômica para o Brasil. Segundo o vice-presidente, Hamilton Mourão, a pecuária do País terá de fazer "uma adaptação" para cumprir a meta acordada. A agropecuária é a principal fonte das emissões de metano do Brasil.
Segundo o anúncio, as nações que aderiram ao plano representam 70% das emissões de metano no planeta. Por outro lado, as ausências de China, Rússia e Índia expõem as dificuldades de chegar a acordos mais ambiciosos nesta COP.
Segundo o professor de Física da USP Paulo Artaxo, que integra o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas das Nações Unidas, o IPCC, medidas simples podem reduzir as emissão de metano. “Como o metano tem uma meia vida curta na atmosfera, [a diminuição nas emissões] tem impacto muito rápido na redução do aquecimento global”, apontou. “O metano é muito importante na redução das emissões no curto prazo e o CO2 no longo prazo".
Um exemplo, segundo ele, são estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que apontam aumento da produtividade da pecuária e menor impacto ambiental se houver elevação na qualidade das pastagens.
Outro exemplo que ressalta é do setor petrolífero, em que grande parte do metano emitido é oriundo de vazamentos. “Ou seja: se estancar os vazamentos, além de reduzir as emissões, tem ganho de produção."
As informações são do Estadão, adaptadas pela Equipe MilkPoint.