No início de outubro, a Nestlé lançou a primeira flagship da marca KitKat no Brasil, a Kit Kat Chocolatory. O projeto, que já existe há cinco anos, conta com unidades em Tóquio, Melbourne, Londres e Toronto. No Brasil, São Paulo foi a cidade escolhida para receber a loja que fica no Shopping Morumbi. Para engajar, especialmente a Geração Z, a unidade foi desenvolvida pensando no conceito de “ambiente instagramável”.
A KitKat Chocolatory vai disponibilizar todo o portfólio da marca, assim como produtos importados e 17 sabores diferentes do chocolate best-seller da Nestlé. Com foco em personalização, a loja se propõe a explorar a experiência do usuário dentro da flagship. Na unidade, é possível criar seu próprio KitKat, customizar a lata que embala os doces e até imprimir sua foto no chocolate.
Loja foi instalada no Shopping Morumbi, em São Paulo (Crédito: Divulgação)
A tecnologia também está presente em um game com realidade virtual e uma tela interativa que mostra toda a cadeia de produção de cacau utilizada pela Nestlé. Outra exclusividade da flagship é uma parceria com Nespresso, que traz uma linha com 13 opções de expressos, cappuccinos e gelados que harmonizam com os chocolates da marca.
Todo o investimento é parte dos esforços da Nestlé para dinamizar seus negócios e se conectar com as novas demandas do consumidor. Em visita à primeira unidade brasileira da KitKat Chocolatory, Laurent Freixe, vice-presidente global da Nestlé para a Zona Américas, afirmou que a operação no País representa uma evolução para a marca. “O Brasil está levando conectividade e personalização a um novo nível para KitKat”, disse Laurent.
Conexão e experiência
Apesar de ser a primeira experiência da marca KitKat no Brasil, em julho, a Nestlé já havia inaugurado o Cake Point by Moça, cafeteria temática da empresa, que vende doces, coberturas, recheios e bebidas. Segundo Laurent, essas iniciativas nascem do desejo da Nestlé de explorar a força das marcas que a companhia consolidou no país. O modelo também é um passo à frente na relação das bandeiras com seus consumidores e o que o executivo enxerga como o futuro da maneira de fazer compras.
“O que nós queremos é trazer as marcas para perto dos consumidores. Dar às pessoas a oportunidade de interagir e se conectar com a empresa de diferentes formas”, afirmou na ocasião. É nessa toada que a companhia trouxe a oportunidade de o consumidor personalizar a experiência com a loja e o produto como pilar central da unidade brasileira.
Além de engajar o usuário, a unidade está sendo vista como um ambiente de experimentação para novos sabores e serviços, assim como as preferências do consumidor. De acordo com o vice-presidente, o futuro modelo pode ser promissor dentro da Nestlé. “Se for bem-sucedido, pode ser implantado em escala”, relatou.
Os desafios do consumidor omnicanal
Embora o clima seja de empolgação com o lançamento, a equação não é simples. Com o avanço do streaming, atrair o consumidor para a experiência do ponto de venda tem se tornado um desafio cada vez mais complexo. “Você precisa dar motivos para que o consumidor venha até a loja, precisa oferecer coisas muito únicas, que ele não pode encontrar em outro lugar”, afirmou o executivo.
É nesse sentido, que a marca investiu em ativações que possam trazer não apenas experiências exclusivas, mas informação e entretenimento para o consumidor. A parede interativa que mostra a cadeia de produção da marca, por exemplo, é reflexo da busca por transparência, atributo valorizado pelas gerações mais novas e a cultura da conectividade.
O investimento, no entanto, não significa competição com os outros formatos. “O que nós queremos é que o consumidor nos encontre onde ele quiser seja no supermercado, em uma loja KitKat ou na web”, explicou Laurent. O executivo explicou ainda que os canais de venda se tornam complementares, uma vez que a loja gera interesse e conversas sobre a marca, o que aumenta a busca pelos produtos no varejo.
Davi e Golias
Para produzir essa inovação, a Nestlé também precisou repensar seus projetos. O executivo lembra, que há alguns anos, a indústria buscava por produção em massa, com grandes fábricas e escala. Hoje, para conquistar flexibilidade, agilidade e dinamismo, a empresa teve que rever toda a sua cadeia de abastecimento. “Gosto de dizer que nós tentamos e queremos ser, ao mesmo tempo, Davi e Golias. Nós queremos ser grandes, porque nós somos grandes, mas também ser rápidos, ágeis e inteligentes”, contou Laurent.
Nesse dilema, apesar de ser uma companhia global, a empresa investe ainda no trunfo da localidade para se manter próximo ao consumidor. Bandeiras como Moça, Nescau e Ninho são trabalhadas exclusivamente no Brasil. Ao mesmo tempo, Nestlé ganha escala com as globais Nespresso, KitKat e Purina. “No Brasil, nós não queremos ser suíços, queremos ser brasileiros”, explica o executivo que conta com uma equipe local para os negócios no País.
As informações são do Meio & Mensagem.