Patricio Oyarzún e René Garcés das Faculdades de Engenharia e Tecnologia e Medicina Veterinária levantam em pesquisa: “Rumo à rastreabilidade de antibióticos e genes de resistência bacteriana em leite cru e alimentos de origem pecuária, no âmbito do Plano Nacional de Resistência a Antimicrobianos”.
No Chile são produzidos 2,650 bilhões de litros de leite por ano, sendo um grande produtor a nível regional. As exigências do comércio internacional obrigam-nos a ser cada vez mais competitivos e a cumprir exigentes padrões em matéria sanitária para garantir a segurança e inocuidade dos alimentos.
Nesse contexto, o uso massivo de antibióticos na pecuária e na produção leiteira em todo o mundo gera resistência aos antimicrobianos. Essa resistência é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das 10 ameaças globais à saúde pública. Esses medicamentos são usados ??pela indústria pecuária e outros no tratamento de doenças (uso terapêutico) e para a prevenção de infecções (profilaxia).
Propostas
Por isso, acadêmicos das Faculdades de Engenharia e Tecnologia e de Medicina Veterinária realizaram uma pesquisa onde foram revistas as normas existentes no país e a nível internacional para o controle do uso de antibióticos no setor da pecuária leiteira, propondo quatro medidas para avançar em direção a um sistema de rastreabilidade para esses medicamentos no leite e outros produtos derivados da produção animal.
Estes são traduzidos em normas e procedimentos que ajudam a implementar programas de rastreabilidade e/ou vigilância da resistência aos antibióticos e antimicrobianos, no âmbito do Plano Nacional contra a Resistência Antimicrobiana.
Impacto
“Embora os produtores de leite e carne tenham melhorado no uso e controle de antimicrobianos, atualmente não existem mecanismos de rastreabilidade e regulamentos que permitam certificar que os alimentos de origem animal estão totalmente livres de resíduos desses medicamentos”, disse Patricio Oyarzún, pesquisador do FIT.
René Garcés acrescentou que “a presença de resíduos de antibióticos nos alimentos representa um risco para a Saúde Pública, com efeitos tóxicos diretos e indiretos. Os primeiros são produzidos pelo uso de antibióticos em doses terapêuticas adequadas, mas não respeitando os períodos de proteção no consumo de alimentos de origem animal, de forma que os consumidores finais possam apresentar manifestações clínicas diversas, hipersensibilidade e reações alérgicas, sendo as mais graves mortes por antibióticos que podem ocorrer devido a bactérias resistentes, o que poderia ter sido evitado se o antibiótico tivesse controlado o ataque bacteriano. Em relação aos tipos de tóxicos indiretos, é importante indicar que no caso de subdosagem de antibióticos em animais doentes, também contribui para a criação de resistência aos antibióticos”.
Medidas Propostas
- Atualizar o Regulamento Sanitário de Alimentos.
- Modernizar os sistemas de rastreabilidade animal, implantar sistemas de controle e registro da presença de resíduos em toda a cadeia produtiva e de distribuição.
- Promover um projeto de lei para a criação de um Sistema Nacional de Segurança e Qualidade Alimentar.
- Organizar um programa nacional de vigilância da resistência antimicrobiana sob a visão “Uma Saúde”.
As informações são do Portal Lechero, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.