A disputa entre Burger King e McDonald's ganhou novos capítulos nas últimas semanas. Dias atrás, a informação de que o McDonald's teria perdido a liderança para o rival no ranking de marcas de fast-food preferidas do consumidor brasileiro, segundo levantamento da Ipsos, levou o McDonald's a questionar a empresa de pesquisas, apurou o Valor. No mesmo dia em que a informação foi publicada em sites, a Ipsos soltou nota com explicações.
"Temos o dever de informar que os resultados não fundamentam esta conclusão", afirmou a Ipsos em comunicado de 17 de agosto. A questão era a margem de erro. A pesquisa apontava que Burger King era a marca preferida por 35% dos consumidores de sete cidades no segundo trimestre e McDonald's, por 31%. Mas a margem de erro é de três pontos. "O que podemos dizer é que há praticamente um empate técnico. Mas com ou sem margem de erro, o fato é que esses são os números", disse Iuri Miranda, presidente do BK Brasil.
Não é a primeira vez que as marcas se estranham nos últimos meses. Em dezembro, às vésperas da abertura de capital do BK Brasil, a Arcos Dorados, que opera o McDonald's na América Latina, mandou uma carta à outra empresa de pesquisas, a Euromonitor, refutando dados de participação de mercado das duas redes de restaurantes, que foram citados em relatórios de corretoras e bancos de investimento, segundo uma fonte ouvida. Segundo dados dos balanços das duas redes no segundo trimestre, o Burger King fechou junho com 583 restaurantes próprios, administrados pelo BK, excluindo franquias. Já o rival somou 581. Foi a primeira vez que se inverteram as posições nesse critério.
Considerando o total de restaurantes, próprios e de terceiros, o Burger King tem 717 e o McDonald's, 933 (sem contar quiosques). O segundo opera no país desde 1979 e o primeiro, desde 2004. Na prática, esse ambiente de competição se acirrou nos últimos anos tendo como pano de fundo a expansão mais acelerada do Burger King e a crise econômica, que reduziu os gastos do brasileiro e exigiu que as redes entrassem num disputa mais ferrenha por vendas.
As informações são do jornal Valor Econômico.