Em seu relatório de encerramento de 2018, a Arla Foods anunciou que pagaria seu lucro líquido total para 2018 - de 290 milhões de euros (US$ 329 milhões) - para os produtores de leite de fornecem a matéria-prima para a companhia. Também, discutiu o progresso do programa interno de redução de custos, Calcium, e os esforços pendentes de sustentabilidade.
A Arla anunciou o pagamento dos lucros graças ao seu "balanço patrimonial historicamente forte". Neste ano de 2019, inclusive, os cooperativistas receberão um extra de 2,3 centavos de euro (2,6 centavos de dólar) por quilo de leite. A Arla queria ajudar a pagar seus produtores após a seca na Europa no verão passado, que desacelerou a produção de leite e aumentou os preços dos alimentos para os animais.
Natalie Knight, CFO da Arla, disse: “normalmente o pagamento suplementar é de 1 centavo (1,13 centavos de dólar). Então, eles vão receber um pouco mais do que o que normalmente estaria ocorrendo nessa época do ano. Eu não quero sugerir que isso conserte tudo, mas acho que uma das coisas boas em ser uma cooperativa é que estamos em uma posição que quando nosso balanço é forte e quando o ambiente macroeconômico requer isso, nós somos capazes de apoiar os produtores”.
O efeito Calcium
A Arla começou em 2018 com um "primeiro trimestre difícil", de acordo com Knight, mas viu as vendas e a receita se recuperarem no segundo semestre do ano. A receita total foi de € 10,4 bilhões (US$ 11,8 bilhões) em comparação com € 10,3 bilhões (US$ 11,7 bilhões) em 2017.
Já com relação ao primeiro ano do Calcium, um programa interno de economia de custos, a Arla viu um ótimo desempenho. A empresa estabeleceu uma meta de € 400 milhões (US$ 454 milhões) de “economias anuais sustentáveis até 2021 e € 300 milhões (US$ 341 milhões) serão investidos em preços competitivos para os proprietários e 100 milhões de euros (US $ 114 milhões) serão investidos na empresa para financiar futuras oportunidades de crescimento”.
A empresa esperava que o Calcium produzisse 30 milhões de euros (US$ 34 milhões) em economias em 2018, e entregou acima dessa meta, resultando em 114 milhões de euros (US$ 129 milhões) economizados. Essas economias foram possíveis graças a redução de custos de marketing, na cadeia de fornecimento e nos custos indiretos.
Com relação a demissões, Knight disse: “não há nada especificamente planejado. Mas obviamente este é um programa para os próximos três anos, então não posso descartar nada. Nós prometemos permanecer transparentes e, se estivéssemos olhando para qualquer alteração, certamente comunicaríamos isso”.
Para o Calcium em 2019, ela estima que 80% das economias da empresa provavelmente virão das cadeias de fornecimento. Eles querem se concentrar no processo de desperdício - como reduzi-lo, otimizar a capacidade dentro da cadeia de fornecimento, etc.
Este foco em otimização será pesquisado em um novo centro de inovação, planejado para abrir em 2021 na Dinamarca. A construção está programada para começar neste outono. Na fábrica, o negócio de ingredientes da Arla funcionará com tecnologia de separação avançada e tecnologia de pasteurização por calor.
Knight disse que a visão para isso é extrair o máximo de seu leite e soro da tecnologia de separação, aumentar a funcionalidade e prolongar a vida útil através da pasteurização. Serão 830 metros quadrados com uma mini fábrica piloto no local.
'Incerteza política e volatilidade'
A Arla viu um forte crescimento de marca em toda a Europa em 2018, atingindo uma participação de marca de 50,4%. Ela é mais bem sucedida no Reino Unido, Suécia e Alemanha, o que tem sido importante no planejamento devido a um possível acordo Brexit potencialmente prejudicial. “Se a extrema volatilidade ocorrer por causa de um Brexit difícil ou de um acordo fechado no final de março, isso nos desafiaria e a outros grandes participantes do mercado”, disse Knight.
Outras áreas de crescimento foram no Oriente Médio e no Norte da África, onde a Arla anunciou recentemente um acordo para adquirir um negócio de queijo processado da marca Kraft da Mondelez. Espera-se fechar o negócio em maio e assim feito, ocuparia o segundo lugar no mercado.
Knight disse: “isso também nos dá uma instalação de produção de última geração na região. Então, teremos acesso a novos produtos, receitas e embalagens, mas também e, mais importante, à capacidade. É um dos nossos mercados de rápido crescimento e um mercado de margem muito alta”.
No geral, os negócios internacionais da Arla tiveram um crescimento de receita de 4,6%, apesar dos impactos negativos das taxas de câmbio fora da Europa.
Peder Tuborgh, CEO da Arla, disse: “nós operamos em um mercado global com tendências de consumo de alimentos em rápida mudança, incerteza política e volatilidade. Apesar disso, nossos mercados ao redor do mundo apresentaram bons resultados que podemos construir em 2019. Com nossa estratégia de bom crescimento, estamos no caminho certo para fortalecer nossos negócios de maneira sustentável”.
Em 21/02/19 – 1 Euro = US$ 1,13451
0,88144 Euro = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint.