Quem produz o leite brasileiro: discussão sobre os dados

Hoje foi ao ar mais uma edição do Leite Futuro, uma iniciativa do MilkPoint que tem a participação de Marcelo P. Carvalho, Paulo do Carmo Martins e Ricardo Cotta Ferreira.

Com o quarto episódio batendo recorde de visualizações, o quinto e mais novo tema do debate é a pesquisa do MilkPoint Ventures, recentemente publicada, sobre as características de produção do leite brasileiro.

Um setor constantemente em mudanças como o lácteo, exige informações atualizadas e precisas para embasar decisões e estratégias para o futuro. Tendo em vista que o último Censo do IBGE foi realizado em 2017, a pesquisa visou trazer informações recentes a respeito da cadeia.

“Muita coisa mudou do último Censo para cá e acabamos ficando sem um Norte, sem uma referência atualizada do que vem acontecendo, e isso dificulta desde formações de políticas públicas para o setor, até decisões estratégicas dos agentes envolvidos na atividade”, destacou Marcelo, justificando a importância e relevância da pesquisa para toda a cadeia leiteira.

Paulo destacou a importância do caminhar em direção a obtenção de dados. “O setor precisa valorizar dados. Com dados, temos informação. Com informação, temos conhecimento. E com conhecimento nós reduzimos o risco na tomada de decisão”, disse.

O que você vai ver nessa conversa?

• Estimativa do número de produtores formais no Brasil;
• Questões sociais sobre o leite;
• Futuro dos vários níveis de produtores de leite;
• Concentração do volume do leite;
• Futuro da produção como um todo;
• E muitos mais! 

Assista o episódio completo no YouTube ou a seguir:

Dentre os vários dados ressaltados na pesquisa, Cotta revelou surpresa ao se deparar com aumento do volume de produção dos produtores cooperados ser superior ao de produtores não cooperados. “Vejo uma quebra de paradigmas muito grande. Uma impressão errada é a de que os produtores que vão para cooperativas são aqueles que não conseguem entrar em grandes laticínios, produtores pequenos. Mas obviamente os dados mostram que não é assim”, ressalta.

A pesquisa indicou que, em 10 anos, os produtores cooperados saltaram de 224 para 505 litros diários – crescimento de 125%, enquanto os produtores não cooperados saíram de 267 para 399 litros/dia em 2023, uma alta de 49%. Martins destaca a importância do cooperativismo brasileiro nesse avanço: “Eu estou surpreso mesmo com os números. Palmas para o cooperativismo brasileiro. Os produtores cooperativados, em média, duplicaram sua produção. É um mérito muito grande”, relatou.

Outro dado comentado por Cotta, foi que embora tenha sido relatado um aumento de 77% no volume de produção do médio do produtor em comparação a 2013, o avanço ainda é pequeno. “Eu acho pouco demais, esse número nos leva a um patamar muito baixo se avaliarmos a composição média dos produtores dos 10 maiores concorrentes mundo a fora. Nós ainda vamos, seguramente, crescer muito esse número. Observando o levantamento Top100, os grandes produtores têm crescido muito mais rápido. Certamente, nos próximos 10 anos esse valor será muito maior na média”, destaca.

Quer ter acesso a todas as análises e dados da pesquisa?

As informações estão disponíveis gratuitamente.

Os feras que fizeram parte dessa conversa:

Marcelo P. Carvalho é engenheiro agrônomo formado pela ESALQ/USP em 1992, com Mestrado em Ciência Animal e Pastagens também pela ESALQ/USP, em 1998. Fundador e CEO da MikPoint Ventures e Co-fundador da AgTech Garage (hoje, pertencente à PwC).

Paulo do Carmo Martins é economista pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Mestre em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Doutor em Economia Aplicada pela USP/Esalq. Atualmente é professor da FACC/UFJF.

Ricardo Cotta Ferreira é economista Mestre em Economia Aplicada pela ESALQ/USP e MBA pela Fundação Dom Cabral (FDC) com mais de 20 anos de experiência em Agronegócios e Indústria de Alimentos.