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Leite Futuro [EP02]: quando o Brasil será exportador de lácteos?

PROGRAMA LEITE FUTURO

EM 14/06/2023

5 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 14/06/2023

O segundo episódio do Leite Futuro, uma iniciativa do MilkPoint que tem a participação de Marcelo P. Carvalho, Paulo do Carmo Martins e Ricardo Cotta Ferreira, contou em sua segunda edição, cujo tema é a discussão sobre a competitividade internacional do leite brasileiro, com dois convidados ilustres: Caio Vianna, presidente da CCGL e Carla Bittar, professora da ESALQ/USP.

O primeiro episódio, “O que acontece no leite Brasileiro?”, que tratou sobre as transformações estruturais do setor lácteo , teve mais de 1100 visualizações no Youtube, e dezenas de comentários. O objetivo do programa é pensar o leite de uma forma diferente, abrindo espaço para o contraditório e aprofundando as análises, algo relativamente raro nos dias de hoje.

 

Brasil exportador de lácteos?

Em um momento como o de hoje, em que os dados consolidados de Maio/23 indicam que cerca de 8% do nosso consumo está sendo suprido por leite importado, nos fazendo lembrar uma realidade de 20 anos atrás, levantar um questionamento que envolve a exportação de lácteos parecer soar até como piada de mau gosto: “Onde esses caras vivem?”

É válido ressaltar, porém que o sempre presente risco das importações está atrelado à falta de competitividade crônica do leite brasileiro. Portanto, no longo prazo, se quisermos que importações sejam coisa do passado, o caminho sustentável é produzir com competitividade internacional. Falar é fácil, mas a realidade é bem mais complicada. E esse foi o assunto do segundo episódio do Leite Futuro.

Caio ressaltou que outras áreas do agronegócio já foram grandes importadoras e hoje são players importantes no setor de exportação. “Já fomos importadores de milho há não muito tempo, já tivemos grandes quantidades de carne bovina importada, e hoje somos um dos grandes players de exportação. Então não acredito que em algum momento o Brasil não possa se posicionar como exportador de lácteos..., mas a distância entre a média geral de eficiência é muito distante da média dos grandes produtores. Temos que pensar em como encurtar essa distância para nos tornarmos mais eficientes e ocupar o lugar de exportador assim como outras áreas que o agro brasileiro ocupa”.

 

Temos que nos tornar um país exportador?

“Mas é mesmo necessário se tornar um país exportador? O que isso agrega para o setor? Com o nosso amplo mercado (grande e crescente população) não poderíamos estruturar o nosso mercado de uma forma melhor para abastecer o consumo interno, protegendo as fronteiras e deixando para lá a competitividade?” Essas foram provocações levantadas por Marcelo, dando uma de advogado do diabo.

 “Temos que exportar para aprender a ser competitivo, porque se a gente não exporta não aprendemos a ganhar eficiência. Só ganhamos eficiência quando temos desafios”, respondeu Paulo.

 

Política publica e setor lácteo

“A coordenação de cadeia é essencial. Enquanto nós tivermos o que tivemos ano passado, onde o preço saiu de R$2,40 para o produtor e foi para R$4,40, e, em 90 dias retornou aos R$2,40, a gente não tem coordenação. Esses 8% que vem sendo importado, não sei realmente se é necessário. Então, enquanto não resolvermos essa questão de coordenação de cadeia, que passa pela indústria brasileira, onde muito laticínios estão tomando decisões próprias, fica muito difícil ser competitivo”, salientou Paulo.

 

Cotta destaca que a aproximação entre o setor e o governo é um tema que assusta. “Todo setor que a gente pede intervenção pública, a chance de piorar é muito maior do que de melhorar”, segundo ele, usando de exemplo a situação atual da Argentina que teve intervenções governamentais seguidas, que pioraram o país.
 

O que tem de novo no Leite?

Um novo bloco do programa Leite Futuro traz o que tem de novo acontecendo no setor. No segundo episódio, a participação é da professora Carla Bittar, especialista em criação de bezerras.

A professora Carla apresentará no Interleite Brasil o tema “Beef on Dairy”, prática que vem sendo crescentemente utilizada nos EUA desde 2010, assunto que também abordou em um artigo de sua coluna no MilkPoint. Carla ressaltou a importância de outros destinos para os machos leiteiros que não o abate. “O fato de abater os machos leiteiros me incomoda desde sempre. Acredito que isso seja incompatível com a produção animal, então temos que aproveitar os machos de alguma forma”.

A prática consiste em utilizar o sêmen – geralmente de touro angus - em vacas leiteiras. A professora ressalta a importância da estratégia. “O Beef on Dairy foi uma estratégia muito comercial devido a demanda da melhoria na qualidade da carne associado ao fato de que os animais leiteiros puros são mais lentos em crescimento. E quando associamos o sêmen de angus com o macho leiteiro, melhora a qualidade da carne e acelera o desempenho do animal”.

 

Confira alguns destaques do deste episódio do Leite Futuro:

  • Precisamos mesmo exportar leite ou devemos proteger nosso mercado?
     
  • O que falta para o Brasil atingir um patamar de eficiência para se tornar exportador de lácteos?
     
  • Políticas públicas são necessárias para alcançarmos a competitividade no setor?
     
  • Se somos competitivos nos insumos para a produção de leite, por que o leite ainda não é competitivo mundialmente?
     
  • A transformação já está em curso. O futuro nos aguarda e seremos exportadores de leite. Mas talvez demore.

Você pode clicar aqui para assistir no Youtube, ouvir no Spotify ou confira no vídeo abaixo:
 

 

 

Sobre os participantes

Marcelo P. Carvalho é Engenheiro agrônomo formado pela ESALQ/USP em 1992, com Mestrado em Ciência Animal e Pastagens também pela ESALQ/USP, em 1998. Fundador e CEO da MikPoint Ventures e Co-fundador da AgTech Garage (hoje, pertencente à PwC).

Paulo do Carmo Martins é Economista pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Mestre em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Doutor em Economia Aplicada pela USP/Esalq. Atualmente é Professor da FACC/UFJF.

Ricardo Cotta Ferreira, é Economista com Mestrado em Economia Aplicada pela ESALQ/USP e MBA pela Fundação Dom Cabral (FDC) com mais de 20 anos de experiência em Agronegócios e Indústria de Alimentos.

Caio Cezar Fernandes Vianna, é diretor-presidente da Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL).

Carla Maris Bittar, é professora do Depto. de Zootecnia da ESALQ/USP. Formou-se em 1994 em Eng. Agronômica pela ESALQ/USP, obteve seu Master of Science pela University of Arizona em 1997 e concluiu o doutorado em Ciência Animal e Pastagens na ESALQ/USP.

Essa foi só uma amostra desse rico episódio, que conta ainda com dicas de leitura e de podcast, comentários sobre notícias relevantes e os sorteados que ganharam o livro “A desRazão Laticinista”, de Almir Meireles.

E você, o que achou dessa conversa? Participe conosco e até o próximo Leite Futuro!

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RAFAEL GARBOGGINI POMPERMAYER LOPES

PIRACICABA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 19/06/2023

Muito bom!
CARLINHOS PATREZZI

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 19/06/2023

Precisamos sim, sermos exportadores de derivados do leite, principalmente dos queijos!
GABRIEL SELE MANCILHA RANGEL

CAXAMBU - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/06/2023

O Brasil só será auto suficiente na produção de leite qdo políticas voltadas para o setor, entenderem que ; o que realmente incentiva o produtor é o preço justo para o produto. Não adianta ter planilhas tentando justificar isso ou aquilo…
O pequeno produtor, que é o carro chefe do setor, só entenderá que o leite é compensador qdo não precisar vender o almoço para comprar o jantar, ou seja : o leite deverá acompanhar o preço dos insumos utilizados na produção do mesmo. Infelizmente o que ocorre hj é uma distorção absurda neste setor. Como simples exemplo temos o custo da ração animal: preço do milho e soja (insumos básicos) em declínio, mas o preço não condiz com a realidade atual no custo da mesma, que se mantém nas alturas. Medicamentos idem… e assim vai. E cá para nós: receber pelo litro de leite o valor irrisório de hj , é um tapa na cara do produtor….

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