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A adequada colostragem das bezerras permite a reposição eficiente das vacas leiteiras

NOVIDADES DOS PARCEIROS

EM 22/08/2023

9 MIN DE LEITURA

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Em geral, cerca de 25-30% das vacas leiteiras precisam ser substituídas a cada ano. O objetivo de um programa de reposição, como sabemos, é criar novilhas para obter animais saudáveis ??aos dois anos, prontas para substituir as vacas descartadas ou mortas, melhorando possivelmente o valor genético e, consequentemente, o rendimento leiteiro. Para conseguir isso e ao mesmo tempo maximizar o lucro, é necessário que existam novilhas disponíveis da melhor qualidade e com o menor custo possível. Porém, apesar de ser bem claro esse princípio, tende-se a esquecer as bezerras, logo após o parto, lembrando-se delas somente perto da primeira inseminação.

Enquanto se monitora com frequência a atividade produtiva e reprodutiva das vacas leiteiras, o desenvolvimento das bezerras e novilhas é menos avaliado. Como se criar uma novilha é improdutivo em curto prazo, o processo, muitas vezes, não é visto como uma oportunidade de aumento da renda futura.  

Porém, uma vaca leiteira de alta produção não cai do céu, ela deve ser formada do zero. Uma vaca que pode ser definida geneticamente como "média", ainda pode garantir uma alta produção se for criada de maneira ideal desde os primeiros dias de vida. Por outro lado, uma bezerra filha de pais "excepcionais" nunca poderá expressar todo o seu potencial genético se o seu desenvolvimento encontra obstáculos após seu nascimento. Foi estimado que uma taxa de mortalidade pré-desmama de 20% nas bezerras pode reduzir o lucro líquido de todo o rebanho em 38%, isso considerando também a morbidade, crescimento reduzido, menor eficiência alimentar e a menor produção de leite ao longo da vida (Martin e Wiggins, 1973).

Um dos obstáculos é que, como se sabe, a placenta dos ruminantes não permite a transferência direta de anticorpos da mãe para o feto, e durante as cinco primeiras semanas de vida, a bezerra não possui ainda imunidade ativa. Portanto, as imunoglobulinas presentes no colostro formam a base do sistema imunológico da bezerra no início de sua vida.

As elevadas taxas de morbilidade e mortalidade, que podem ultrapassar 50% e 11% respetivamente nas primeiras 3 semanas de vida, a diminuição do estado de saúde e a redução da longevidade, são aspectos atribuíveis à falha na transferência de imunidade passiva. As bezerras que não recebem suficientes anticorpos (IgG, IgM, IgA) após o nascimento, além de apresentarem maior mortalidade, também apresentam menores taxas de crescimento. Para garantir a imunidade passiva funcional, a concentração limite de IgG no soro sanguíneo das bezerras com 24-48 horas de idade deve ser no mínimo de 10 mg/ml. As bezerras com menor concentração sérica de IgG têm duas vezes maior probabilidade de morte.

Uma ingestão ideal de colostro de qualidade (transferência passiva bem-sucedida) se traduz em benefícios a curto e longo prazo. Até a desmama evidencia-se uma diminuição da morbidade e mortalidade nas bezerras. Posteriormente, há melhoria na saúde, eficiência alimentar, idade ao primeiro parto, fertilidade e produção de leite, tanto na primeira quanto na segunda lactação, e, consequente redução da taxa de descarte das vacas.

Para o manejo ideal da colostragem e para que se atinja o supracitado valor limite de 10 mg IgG/ml, existem quatro critérios básicos, simples, que devem ser observados: tempo, qualidade, quantidade e limpeza. Alguns estudos mostraram que bezerras com seis horas de nascidas são capazes de absorver apenas 66% das IgG do colostro. Já 24 horas após o nascimento, as células do epitélio intestinal perdem a capacidade de absorver macromoléculas, como as imunoglobulinas.

Apenas o colostro com teor de IgG igual ou superior a 50 mg/ml (≥ 22° Brix) e administrado em quantidades iguais ou superiores a 3 litros (consumo igual a 150-200 g de IgG), nas primeiras 2 horas após o nascimento, pode assegurar a transferência efetiva de imunidade passiva (Faber et al., 2005).

Tabela 1. Saúde, custos veterinários, crescimento e desempenho reprodutivo e produtivo de vacas alimentadas com duas quantidades de colostro

 

Colostro

2 litros

4 litros

Incidência de patologias (%)

21,6

16,1

Custos Veterinários ($)

24,51

14,77

Ganho de peso corporal (kg/d)

0,8 ± 0,02

1,03 ± 0,03

Idade à primeira concepção

13,97

13,54

Produção 305 EM (kg, 1° lactação)

8952

9907

Produção 305 EM (kg, 2° lactação)

9642

11294

Produção 305 EM: produção de leite real equivalente maduro aos 305 dias

Fonte: Faber et al., 2005

A contaminação bacteriana do colostro, em particular por coliformes, além de ser uma fonte potencial de patologias, incrementa a falha na transferência de imunidade passiva. De fato, as bactérias podem se ligar a imunoglobulinas livres no trato gastrointestinal, reduzindo efetivamente sua absorção pela parede intestinal. Para atingir bons padrões de qualidade, o colostro deve conter, no máximo, 100.000 UFC/ml de contagem bacteriana total (CBT) e menos de 10.000 UFC/ml de coliformes totais. Para minimizar o risco de contaminação bacteriana do colostro durante a coleta, é necessária a adequada limpeza e higienização não só do teto, mas também dos equipamentos utilizados para a coleta e administração. O colostro que não for fornecido imediatamente deve ser refrigerado ou congelado de 30 a 60 minutos após a coleta. Isso permitirá reduzir o aumento significativo da carga bacteriana, preservando o conteúdo de IgG. Outra solução para reduzir a concentração bacteriana colostral, mantendo a de IgG, poderia ser a pasteurização (60 °C por 60 minutos).

Ainda que o fornecimento do colostro e sua adequada ingestão pelo bezerro sejam muitas vezes fatos considerados óbvios, ao intervir na gestão dessas práticas, muito pode ser feito para melhorá-la. Fatores individuais, como a saúde da vaca no momento do parto, duração, manejo, alimentação durante o período seco e fatores ambientais, como o estresse térmico ou a superlotação, podem influenciar o teor de imunoglobulinas e nutrientes do colostro, com consequências diretas no desempenho da bezerra.

A transferência de imunoglobulinas da circulação materna para as secreções mamárias começa algumas semanas antes do parto, mas acaba quase abruptamente nesse momento. Portanto, um período seco muito curto, balanços energéticos marcadamente negativos, cetose ou níveis de cálcio alimentares pré-parto muito baixos também terão um impacto negativo na qualidade do colostro. Manejar bem uma vaca seca significa, portanto, também investir na saúde futura das bezerras que nascerão.

Adicionalmente, uma ingestão correta de colostro pela bezerra tem efeitos positivos que vão além da transferência isolada de imunoglobulinas. Outros nutrientes contidos no colostro podem, de fato, contribuir para um ótimo crescimento dela. A colina, por exemplo, está presente em altas concentrações no colostro (0,7 mg/ml; Foley et al., 1978; Waugh et al., 1947), sugerindo uma necessidade específica do nutriente no recém-nascido. Os mecanismos de ação ainda permanecem incertos, mas parece que a exposição à colina no útero e sua absorção desde o colostro desempenham um papel fundamental na imunidade e no desempenho da bezerra. Uma hipótese plausível é que bezerras nascidas de mães suplementadas com colina protegida da ação ruminal durante o pré-parto apresentam melhor desenvolvimento e maturação mais rápida do trato gastrointestinal. Adicionalmente, a fosfatidilcolina é um elemento chave do muco, constituindo parte da barreira intestinal contra os patógenos.

A maior disponibilidade de colina contribui positivamente para a melhoria do transporte de nutrientes (lipídeos e vitaminas lipossolúveis), bem como para um aumento da síntese de quilomícrons (lipoproteínas). As imunoglobulinas são capazes de se ligar aos quilomícrons; isso significa que, à medida que eles aumentam, a absorção e transporte de IgG melhorará. Parece também que a ingestão de colina, mesmo via parenteral, através da ingestão do líquido amniótico pelo feto, tem um efeito positivo no desenvolvimento da mucosa intestinal.

Quando comparadas com as bezerras das vacas não suplementadas (controle), as filhas de vacas suplementadas com colina protegida 3 semanas pré-parto tiveram maior eficiência aparente de absorção e nível sérico de IgG nas primeiras 36 horas de vida, resultando em maior taxa de sobrevivência. Essas bezerras também consumiram mais leite e concentrado, alcançando melhor crescimento durante os primeiros 21 dias de vida. Embora a quantidade de colostro não mudou, as vacas suplementadas produziram colostro com concentração de IgG numericamente maior do que as vacas controle (Zenobi et al., 2018).

Para garantir o bom funcionamento do sistema imunológico, também é importante um correto fornecimento de selênio (Se). Uma boa integração com Se durante o período seco não é útil apenas para a mãe, mas também para a bezerra. Um aumento da concentração sanguínea de Se na vaca no momento do parto também permite um aumento do elemento no sangue e no fígado da bezerra, pois o Se é capaz de atravessar as membranas fetais e também pode ser transferido do colostro e do leite. De fato, alguns estudos mostram que a suplementação da dieta materna com Se permitiu um aumento na concentração colostral de IgG e sua absorção em bezerras. Uma maior disponibilidade de Se na bezerra recém-nascida ajuda a melhorar sua imunidade e auxilia sua resposta ao estresse e patógenos, reduzindo sua mortalidade nas primeiras semanas de vida. Além disso, por meio da ação de enzimas seleno-dependentes responsáveis ??pela ativação dos hormônios tireoidianos, o Se está envolvido na termorregulação do bezerro recém-nascido. Um resumo bibliográfico diagnosticando as deficiências e as respostas dos bovinos à suplementação do mineral no Brasil está disponível aqui.

Para obter sucesso na reposição das vacas leiteiras, é necessário trabalhar as bezerras mesmo antes de nascerem. A suplementação adequada da dieta da vaca em transição com nutrientes funcionais permite um melhor manejo não só da saúde da mãe, mas também da bezerra, que já se beneficia dela no útero ou desde o colostro. O manejo ideal da vaca em transição assume assim, ainda mais importância, influenciando não só na eficiência da lactação da mãe, mas também da futura bezerra que se gesta.

O Ruprocol®, a colina protegida da ação ruminal da Vetagro, é um produto de biodisponibilidade testada (Fontoura et al., 2019). A avaliação de duas fontes de colina protegida durante a transição de vacas leiteiras mostrou resultados de produção que se tornaram mais favoráveis ??ao Ruprocol® na medida que a lactação progride (interação tratamento x tempo) (Sáinz de la Maza-Escolà et al., 2022). Efeitos positivos da suplementação de Ruprocol® durante a transição de vacas leiteiras no rendimento leiteiro, consumo pós-parto e saúde das vacas foi também observado em condições comerciais de fazendas nos EEUU.

O SmartSel®, é a solução de selênio microencapsulado da Vetagro. A microencapsulação diminui as reações químicas de redução no rúmen, favorecendo a absorção do selenito no intestino, de modo que sua biodisponibilidade é similar ao selênio orgânico (Grilli et al., 2013). O SmartSel® é uma alternativa eficaz e econômica para melhorar o aporte do micromineral nas dietas das vacas leiteiras.

Os produtos da Vetagro são importados e distribuídos exclusivamente no Brasil pela parceira comercial Nutrivital.

Quer saber mais? Fale conosco!

 

Artigo original de Tamas Kertesz e Richard Paratte, disponível na língua italiana aqui

Traduzido por Luis Depablos (luis.depablos@vetagro.com)

Este é um conteúdo da Vetagro

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