O crescimento exponencial das startups penetrou nos diversos segmentos, com destaque para o de alimentos. As chamadas “Foodtech’s” vão muito além de um novo modelo de negócio, ao passo que redesenham, remodelam e criam um setor mais inovador.
A Food Ventures, um hub de inovação, conexões e conteúdo para o food, criada no final de 2017, por meio do conhecimento, apoia diversas startups desde seu desenvolvimento até a sua inserção no mercado. Augusto Terra, Engenheiro de Alimentos e Fundador da Food Ventures, em entrevista ao MilkPoint, compartilhou a jornada da empresa, sua visão sobre o setor e prospecção para o futuro. Confira abaixo como foi este bate-papo:
1) Letícia Mostaro, MilkPoint: Como e quando surgiu a ideia da Food Ventures?
Augusto Terra, FoodVentures: nasceu no final de 2017. Com o crescimento do interesse do mercado de Venture Capital — capital de risco — no setor de alimentação, vimos uma oportunidade de estruturar um fundo dedicado ao setor no Brasil, que para nós tem o potencial de ser o berço para as grandes empresas do futuro dos alimentos.
2) Letícia Mostaro, MilkPoint: comente um pouco sobre o objetivo, missão e atuação da empresa.
Augusto Terra, FoodVentures: como toda boa ideia, aprendemos na prática e execução que a verdadeira dor para os empreendedores do setor não estava na captação, mas sim na falta de um ecossistema robusto de conexões entre empresas, centros de pesquisa, venture capital e empreendedores.
O objetivo da FV, desde essa constatação, é criar um ambiente favorável para o desenvolvimento de negócios no setor de alimentos, que busquem aproveitar a transformação digital para revolucionar a forma como alimentamos o mundo.
3) Letícia Mostaro, MilkPoint: quantas startups/parceiros estão conectadas atualmente à FoodVentures (existe startups lácteas? Se sim, quantas?)? Qual a expectativa para os próximos anos?
Augusto Terra, Food Ventures: A FV desde 2021 vem migrando seu modelo de negócio de uma plataforma para uma rede colaborativa. Hoje temos 50/60 startups plugadas dentro desse ecossistema, lácteas temos 5. Nossa projeção com o novo modelo de comunidade é ter 100 startups conectadas até final de 2023.
4) Letícia Mostaro, MilkPoint: qual vocês enxergam ser o maior desafio e a maior oportunidade das foodtechs?
Augusto Terra, FoodVentures: o maior desafio é entender que uma cadeia de produção para ter escalabilidade precisa de infraestrutura. E que ninguém vai criar um negócio grande repetindo a forma como as empresas sempre criaram negócios (capex em fábrica e investimento em mídia para adquirir clientes).
A maior oportunidade está em criar uma infraestrutura que ajude a crescer produtos físicos (copackers, embalagens, co-produção, parcerias, redes) e construir modelos de negócios e aquisição de clientes que sejam mais eficientes.
5) Letícia Mostaro, MilkPoint: especificamente em relação aos lácteos, quais as maiores dificuldades e inovações nos serviços oferecidos hoje por esse modelo de negócio? Qual a visão de vocês para os próximos anos?
Augusto Terra, FoodVentures: a cadeia produtiva de lácteos é desafiadora - é uma cadeia que demanda muita estrutura para ter escala. Hoje vemos poucas empresas entrando nesse setor para mudar a forma como ele é.
A maior dificuldade para quem está nesse setor é balancear a nova relação de consumo que o plant-based trouxe e construir categorias e produtos que olhem também para o consumidor que busca “produtos mais sustentáveis”, mas que venham do leite animal. Para as startups, buscar novas formas de consumo e aproveitar a cadeia estruturada para crescer, torna os lácteos uma grande oportunidade.
Augusto Terra será um dos palestrantes do Dairy Vision 2022. Em sua palestra, “Um olhar sobre startups inovadoras em alimentos: inspiração e oportunidades,” na quinta sessão do evento, no dia 23 de novembro, o Fundador da FoodVentures adiantou que participantes podem esperar de sua apresentação “outras formas de conectar e ver estratégias futuras para o setor. Não sou especialista, mas meu perfil generalista vai ajudar no debate a entender as dinâmicas futuras que o setor pode ter e como inspirar para criar um setor de lácteos mais “inovador.”
Em 2 dias intensos, oferendo o melhor conteúdo e reunindo temas inovadores e palestrantes de peso, do Brasil e de fora, o Dairy Vision atualmente é um dos mais relevantes eventos de estratégia e tendências do setor lácteo.
Este ano, o Dairy Vision chega a sua 8ª edição, a qual ocorrerá em Campinas/SP, na Expo Dom Pedro, nos dias 22 e 23 de novembro. Clique aqui para conferir a programação completa do evento e fazer a sua inscrição!
Dairy Vision 2022: entendendo o cenário de mudança e encontrando as oportunidades
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