Após as transformações do leite brasileiro abordadas no primeiro bloco, o Interleite Sul, realizado pelo MilkPoint, da MilkPoint Ventures, com o apoio do Sistema FAESC/SENAR, abriu as palestras da tarde com um olhar voltado para a agenda do futuro, digitalização e sustentabilidade.
Renne Granato, Superintendente de Novos Negócios & Produção Animal, Cotrijal - RS, iniciou o segundo bloco da 10ª edição do Interleite Sul com a palestra “A pecuária 4.0 para melhorar o bem-estar animal, a eficiência econômica e para trazer competitividade ao produtor familiar.”
“Tecnologia não elimina o básico, existem coisas que ela não entrega. (...) Senão linkarmos a tecnologia como fator de produção, não estamos pensando correto.” Granato ressaltou que a tecnologia precisa estar aliada ao processo, dizendo se há algo de errado ou não. “Quando eu digitalizo a vaca, eu passo a digitalizar o meu rebanho,” disse.
Foto: Renne Granato, Interleite Sul 2023. Fonte: Equipe MilkPoint.
Como um impacto do olhar digital, de acordo com Renne, hoje temos uma nova geração de dados, mais complexos, diversificados e abundantes, que conduzem para um futuro de pecuária de precisão. Em relação à visão do agora, os dados e os processos (POP’s) são embasados pelas tecnologias e suas ferramentas, de forma a completar o manejo correto e responsável.
Além da tecnologia, a sustentabilidade também esteve em foco no segundo painel do Interleite Sul 2023. Conceitos de agricultura regenerativa aplicados à pecuária, bem como seus desafios e oportunidades foram apresentados por Sérgio Raposo de Medeiros, da Embrapa Pecuária Sudeste.
Foto: Sergio Raposo, Interleite Sul 2023. Fonte: Equipe MilkPoint.
Sérgio esclareceu que, dentro do nome agropecuária regenerativa há muitas coisas diferentes, com várias opções disponíveis com boa relação custo-benefício. Entre suas vantagens com a integração com a agricultura, Medeiros destacou a melhoria das propriedades químicas, físicas e biológicas do solo.
Por outro lado, apontou que também há desafios, como custo de implantação, maior necessidade de manejo e baixa persistência da leguminosa. “A integração dá tão certo, porque no coração do sistema está a pastagem,” explicou.
Rafael Luiz da Silva, Gerente de Marketing Gado de Leite Brasil na MSD Saúde Animal, trouxe a temática “Compromisso com a pecuária hoje e sempre.” Rafael pontuou que a MSD está diversificando para reforçar o compromisso com a pecuária, investindo parte do seu faturamento em Pesquisa e Desenvolvimento. “Isso faz com que conseguimos lançar todos os anos novos produtos no mercado,” explicou.
Foto: Rafael Luiz da Silva, Interleite Sul 2023. Fonte: Equipe MilkPoint.
Além do bem-estar animal, o Gerente de Marketing da MSD disse que a empresa também entrou no segmento de tecnologia, de modo a unir todos os elos e entregar melhores resultados aos pecuaristas. “Vivemos para conectar saúde, bem-estar e tecnologia,” finalizou.
Ainda na linha ambiental, o CEO do NoCarbon Milk, Luis Fernando Laranja da Fonseca, trouxe a perspectiva de como a sustentabilidade pode se tornar um ganha/ganha para o leite brasileiro. Laranja começou pelo fim!
Tomando por base que, as mudanças climáticas são os maiores desafios da humanidade (o palestrante retirou essa informação do chatGPT), é preciso pensar o que impacta nessas alterações, como a energia e o uso do solo. Luis mostrou que, a linha do tempo da ocupação territorial humana do solo é marcada claramente por um processo de remoção de estoque de carbono do solo.
Foto: Luis Fernando Laranja, Interleite Sul 2023. Fonte: Equipe MilkPoint.
E, daqui para frente? “Nós só temos duas certezas: precisamos produzir mais produtos, tudo que vem da terra. E, precisamos produzir com menos impacto. Então, essa é a pergunta: é possível? Talvez, o que responda isso, é a quarta revolução agrícola, que no meu ponto de vista, é digital e tecnológica. Talvez, seja possível fazermos algo inimaginável. Ou coisas inimagináveis acontecem, ou não tem solução. O inimaginável é o caminho do futuro e, é aqui que pode estar o ganha-ganha,” expôs Laranja.
“Se 77% da terra agricultável do Planeta é destinada à atividade da pecuária, portanto, é justamente aqui que reside a maior oportunidade de transformar um passivo em um ativo de negócios, em um cenário de economia de baixo carbono,” disse. Laranja completou dizendo que “as mudanças no agro serão rápidas e radicais. Esse será um jogo mais de serviços que de produtos.”
Com a presença de mais de 800 agentes do setor, além dos participantes online, o Interleite Sul 2023 acontece nos dias 10 e 11 de maio em Chapecó. Todo o conteúdo do evento ficará disponível por 30 dias! Ainda não está participando? Não fique de fora, faça agora a sua inscrição, clique aqui!
Veja também:
- Evolução e aspectos de crescimento do leite sulista são evidenciados no 1º painel do Interleite Sul 2023
- O consumidor em foco no 3º painel do Interleite Sul 2023