Diagnóstico de gestação, qual a sua importância dentro dos indicadores zootécnicos?

A partir do momento que se começa a falar em indicadores zootécnicos em uma fazenda de leite nos deparamos com muitas informações a serem coletadas se iniciado do zero, as quais se bem agrupadas e interpretadas irão mostrar como foi o passado recente, o momento atual e o futuro próximo do rebanho, e claro, o reflexo de tudo isso nos ganhos econômicos da fazenda. 

Quando começamos a olhar números, consegue-se observar o que está dentro das metas estabelecidas na fazenda e principalmente o que está fora do esperado, assim podendo agir de maneira rápida para reverter à situação. O diagnóstico de gestação é peça fundamental na rotina da fazenda, seja ela com visitas semanais, quinzenas ou mensais do Médico Veterinário responsável.  

Ao se deparar com uma vaca vazia, aos 30 dias depois da última inseminação, já temos o primeiro “prejuízo” nos indicadores. Os principais indicadores afetados em função disso, são os dias em aberto (DEA) que representa o intervalo entre parto e a inseminação que a vaca veio a conceber, os dias em lactação (DEL) esperado para encerrar a lactação dessa vaca, o DEL médio do rebanho e nada menos importante, as taxas de serviço, concepção e prenhez do rebanho.  

Com ação imediata, pode-se servir/inseminar essa vaca em poucos dias de acordo com a decisão combinada entre as partes responsáveis pela reprodução e depois de um período de em torno de 30 dias novamente será feito o diagnóstico de gestação. Supondo que essa vaca siga não emprenhando, as metas traçadas para ela vão se distanciando cada vez mais e de forma grosseira, o que vai aos poucos tendo um impacto no rebanho todo.  

E se for aquela vaca de sucesso que todo o produtor quer? Saiu do período de espera voluntária, foi inseminada e 30 dias depois deu diagnóstico de gestação positivo. Maravilha! Os indicadores afetados pelos números da vaca acima, voltam a ter um equilíbrio. 

Primeiro pensamento que muitas vezes temos é que se uma vez foi confirmada a prenhez, não precisamos mais dar atenção para essa vaca na rotina de diagnósticos, mas isto não é uma boa ideia, devemos estar cientes que essa vaca, por exemplo, pode vir a ter uma absorção e passar despercebida até ciclar novamente. E se a fazenda não tiver uma boa identificação de cio ou o próprio animal não expressar tanto o comportamento, pode passar vários ciclos sem esse animal ser inseminado e os indicadores zootécnicos deste animal, ficam longe do esperado. 

Com isso, a importância de uma segunda confirmação de prenhez, para evitar que a vaca de sucesso, em caso de algum imprevisto, extrapole os indicadores mais do que a primeira vaca que sempre foi dada como vazia. 

Quando podemos fazer a segunda confirmação de prenhez? Considerando uma fazenda que tem visitas mensais e a vaca de sucesso confirmou com 30 dias, faz-se a segunda confirmação com 60 dias, por exemplo, podendo se estender, mas não muito, para ter uma ação mais rápida possível. 

Com duas confirmações, podemos ficar tranquilo em relação à vaca de sucesso? Digo que não, as eventualidades inesperadas não se descartam. E já pensou chegar a hora de secar a vaca de sucesso, esperar em torno de dois meses e descobrir que ela não era uma vaca de sucesso por estar vazia?  

Pode acontecer de ela ter um aborto, claro que a probabilidade de aparecerem sinais de um aborto é maior, mas tem se o risco de passar despercebido, então uma dica importante além dessas duas primeiras confirmações, é fazer uma terceira confirmação, com a gestação mais avançada, próximo á secagem. 

Pode-se fazer mais que três confirmações? Claro que sim, vai de acordo com o planejamento da fazenda, três confirmações bem estratégicas já dão uma boa garantia de que os indicadores zootécnicos estão na realidade do rebanho e que as metas sejam alcançadas com méritos das vacas de sucesso e as pessoas envolvidas. 

Fabrício Antonio Grzelak 

Acadêmico de Zootecnia  

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