Com os custos elevados de produção, falta de políticas públicas específicas para o setor e oscilações de mercado que inviabilizam a gestão da atividade, o presidente do Sindicato Rural de Uberaba, Romeu Borges Júnior, em cerimônia realizada na sede da entidade, leu e entregou um documento com um quadro atual da situação da atividade leiteira de Uberaba e no Brasil, além de apontar possíveis soluções para o desenvolvimento do setor lácteo. Segundo Romeu, a situação precisa ser discutida porque é preocupante o futuro da atividade leiteira no país.
“Discutir a cadeia produtiva do leite é de suma importância para a segurança alimentar e a permanência de homens e mulheres no campo. Sem investimentos no setor, teremos ainda mais o êxodo rural e a extinção da atividade, principalmente de pequenos e médios produtores. Precisamos buscar soluções e tentar levar às famílias rurais assistência técnica, modernização, implantação de tecnologias, gestão, renda e todos esses tópicos estão no documento que entregamos ao ministro”, explicou o presidente do SRU, Romeu Borges Júnior.
Estiveram presentes no evento o Prefeito de Uberaba Paulo Piau; o Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária Deputado Federal Marcos Montes; o Secretário de Política Agrícola do MAPA Neri Geller; Rodrigo Alvim, Presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA; o Presidente da ABCZ Arnaldo Manoel de Souza Machado Borges; o presidente da Certrim - Cooperativa dos Empresários Rurais do Triângulo Mineiro, Luiz Henrique Borges Fernandes, além de diversos representantes dos poderes executivo e legislativo, sindicatos rurais, cooperativas e associações de produtores rurais.
Para o Ministro Blairo Maggi, todas as questões repassadas pelo sindicato serão analisadas por equipes do MAPA e muitas delas poderão ser implantadas com maior rapidez, como é o caso da sugestão sobre linhas de créditos específicas para a atividade. Ainda segundo Maggi, questões sobre as possíveis irregularidades na importação de leite em pó já estão sendo investigadas. Para ele, a melhor forma de melhorar a situação da cadeira produtiva do leite é aumentar a produção nacional. Em termos de indústria, a existência de uma política de preços médios mais duradouros, para que as grandes oscilações deixem de existir. “Enquanto os preços não forem remuneratórios, não há entusiasmo e ninguém quer ficar em uma atividade que não gere dinheiro”, disse ele.
O ministro ainda ressaltou a importância da aproximação entre governo e população.
“Desde que cheguei ao Ministério tenho ido ao encontro das cadeias produtivas para conversar, passar o dia e entendê-las. Como agrônomo, tenho a obrigação de conversar com os segmentos e sentir na pele o que cada um pensa e o que deseja e, depois, claro, dentro das políticas de governo, tomar as decisões mais sensatas e corretas para ajudar. Estar no sindicato rural é conviver com quem produz e ouvir reclamações e elogios".
As informações são da SRU, resumidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.