Foi-se o tempo em que um produto era apenas um produto e isso bastava para conquistar os consumidores. Atualmente, os clientes estão cada vez mais exigentes. Tornou-se, então, fundamental para as empresas criarem narrativas próprias e genuínas de consumo que sejam capazes de dialogar com o público. Mais do que um vendedor, é preciso ser um bom contador de histórias!
No leite, construir uma narrativa torna-se ainda mais crucial, uma vez que o setor, historicamente, é marcado por fake news, seja em relação à produção no campo até mesmo ao consumo de leite e derivados. Adicionalmente, temos outros dois pontos: a acirrada competitividade entre as empresas do setor e o protagonismo do consumidor.
Os consumidores, como dito anteriormente, estão cada vez mais exigentes em relação ao que consomem. Tendências como a saudabilidade e produtos com menor quantidade de ingredientes são crescentes.
Sabendo desse forte e crescente comportamento de consumo e disposta a construir uma narrativa, a Embaré, dona da marca de lácteos Camponesa, lançou no mercado o “Leite Origem,” um produto com 3,5% de teor de gordura.
“O Leite Origem Camponesa não possui estabilizantes e todo o seu processo, da ordenha ao envase, é feito em até 24 horas, garantindo mais frescor ao produto. Além disso, o leite possui 3,5% de gordura, o que confere mais sabor e cremosidade,” explicou Yago Silveira, Gerente de Captação e Fomento da Embaré, em entrevista ao MilkPoint.
De acordo com Yago, o projeto do Leite Origem Camponesa surgiu a partir de pesquisa de tendências de consumo e de mercado. “Observando esse movimento, pudemos perceber nos últimos anos um interesse crescente dos consumidores em relação aos aspectos como valorização da naturalidade, autenticidade e pureza dos alimentos, produtos minimamente processados e com composições simples, além de uma preocupação maior quanto a saudabilidade dos alimentos.”
Foto: Leite Origem Camponesa, Fonte: Site Embaré, Montagem: MilkPoint
Além de atender as demandas de consumo, o Leite Origem Camponesa também dialoga com o campo, visto que é necessária uma matéria-prima com elevado teor de gordura e com bons padrões microbiológicos que permitam a produção sem a adição de estabilizantes.
“No projeto do Leite Origem Camponesa, fizemos uma seleção bastante criteriosa para chegar a uma fazenda que atendesse a todas as nossas exigências técnicas e de produto para essa linha especial da companhia. Hoje, nossa parceira é a Fazenda Cobiça, localizada em Três Corações/MG, uma das maiores produtoras de leite do Brasil, com produção diária de 45 mil litros,” disse Silveira.
O Gerente de Captação e Fomento apontou que a produção de um leite com 3,5% de teor de gordura só é possível devido à padronização e ao controle de todas as etapas do processo dentro da fazenda, que vão desde a nutrição, sanidade do rebanho, higiene das instalações até ao bem-estar animal.
“Trabalhamos com um leite que tem uma Contagem Bacteriana Total (CBT) muito baixa. Para se ter uma ideia, a CBT da legislação brasileira é de 300 [mil UFC/mL] e essa fazenda tem cerca de dois. A Contagem de Células Somáticas (CCS) também é muito baixa, a legislação do país indica uma CCS [mil células/mL] de no máximo 500 e a fazenda trabalha com 90. Então, é um leite muito acima da média na questão de qualidade.”
Aliada à qualidade do leite, segundo Yago, a otimização na logística também é um dos fatores que contribui para que o Leite Origem Camponesa não tenha adição de estabilizantes. “As melhorias no processo e o curto espaço de tempo entre a saída do leite da fábrica e o envase nas caixinhas também são grandes diferencias no processo. O Leite Origem Camponesa desde a ordenha até o envase nas caixinhas é feito em menos de 24 horas (bem mais rápido que um leite UHT regular).”
“Além disso, desde a ordenha até o envase, é realizada a separação deste leite, fazendo com que a proteína do leite esteja “forte” para poder passar pelo processo térmico (UHT) sem desnaturar e sedimentar no fundo da embalagem, garantindo um produto mais encorpado e cremoso,” completou.
Foto: Fábrica Embaré, Lagoa da Prata/MG, por: Patrício Gontijo de Souza, Fonte: Assessoria de Imprensa
Em relação à logística que permite o envase do leite em até 24 horas, Yago explicou serem dois aspectos principais que possibilitam. Primeiramente, a captação desse leite é realizada diariamente em apenas uma fazenda, que fornece exclusivamente para a Embaré uma quantidade suficiente para preencher um caminhão de 44 mil litros, agilizando o processo logístico. Em segundo lugar, Silveira apontou a distância da fazenda até a unidade fabril, que corresponde um raio de 300 quilômetros, permitindo que o caminhão realize a rota com maior agilidade.
Para o futuro, a empresa disse que tem grandes perspectivas em relação ao produto e vê uma grande oportunidade de atuação nessa categoria. “O Leite Origem Camponesa tem sido muito bem-aceito entre os consumidores. O produto foi lançado no final de 2020 e hoje a Camponesa, marca de lácteos da Embaré que assina essa linha, já tem 45% do market share de Leite Origem no Brasil de acordo com os dados da Kantar, 2021,” finalizou Yago.