Com o avanço da tecnologia e do mundo digital, a forma como olhamos para o mundo vem sendo moldada sob a ótica, facilidade e praticidade do universo online. O surgimento da pandemia da Covid-19 acelerou os comportamentos de consumo digitais, remodelando os hábitos de compra.
O setor alimentício, até então, dominado pelas lojas físicas, se viu na necessidade de adaptar-se a nova e crescente realidade: o e-commerce, ou seja, o comércio via internet e lojas virtuais. Neste contexto, várias empresas do ramo já estão inseridas no universo do e-commerce, em graus de maturidade diferentes.
Contudo, “o mais importante é entender o que é essa jornada, como isso impacta no comportamento do consumidor, qual o tamanho desse universo e entender um pouco mais, de maneira geral, principalmente, a cesta de alimentos,” destacou Arthur Campos, Coordenador de Marketing da Tetra Pak Brasil, em sua palestra no quarto painel da 12ª edição do Fórum MilkPoint Mercado, realizado nesta quarta-feira (06/04) e oferecido pela Tetra Pak.
De acordo com Arthur, conforme dados da Edge, o e-commerce se tornará o principal canal de crescimento, com a expectativa que represente 40% de todas as vendas totais [globais] até 2026. “Isso é bem significativo,” ressaltou.
Especificadamente sobre o Brasil e a cesta Fast Moving Consumer Goods (FMCG), isto é, os chamados bens de consumo rápido — que encontramos nos supermercados —, Campos trouxe dados da Kantar, que demonstram que o e-commerce atinge mais de 8 milhões de domicílios brasileiros em compras de FMCG. “Nós estamos falando de um faturamento de quase R$ 3 bilhões nos últimos 12 meses.”
“O mais importante para nos atentarmos é a penetração dentro dos lares. Quando falamos da cesta FMCG, a penetração já é de 15% dos lares, lembrando que estes dados são de agosto do ano passado. Provavelmente, essa penetração nos lares [atualmente] deve ser maior.” Sobre os lácteos, Arthur destacou como exemplo o leite UHT, que está inserido na categoria de commodities, a qual já representa 4,5% de penetração nos lares brasileiros.
Campos também pontuou os quatro tipos de canais existentes no e-commerce: pure, non-pure, app e WhatsApp, e destacou o “non-pure,” que são varejos que têm o e-commerce por meio de aplicativos ou sites, mas também têm as lojas físicas, como, por exemplo, Carrefour, Lojas Americanas e Pão de Açúcar. De acordo com o Coordenador de Marketing, eles tiveram um crescimento muito acelerado nos últimos anos.
Considerando este contexto de crescimento, Arthur abordou quatro pilares para impulsionar as vendas online: tráfego, conversão, tamanho da cesta e frequência – Figura 1.
Figura 1. Pilares para impulsionar as vendas online.
Fonte: palestra Arthur Campos, Coordenador de Marketing da Tetra Pak Brasil, 12ª Edição Fórum MilkPoint Mercado.
Ao explicá-los, destacando os dois primeiros pilares (tráfego e conversão), Arthur reforçou que ambos devem ser trabalhados em busca de aprimorar a experiência do usuário, incluindo aspectos como título, texto e o tamanho da imagem dos produtos.
Além do trabalho de experiência do usuário nas lojas virtuais, o palestrante ressaltou o foco na sustentabilidade, um comportamento de consumo cada vez mais presente. No caso do e-commerce, Arthur exemplificou que a sustentabilidade pode ser trabalhada em produtos de origem, por meio de embalagens QR Code — utilizando a tecnologia de Blockchain —, e na entrega dos produtos, de modo a reduzir emissão de CO², como a utilização de bicicletas como meio de transporte.
Para as indústrias lácteas se inserirem na jornada do e-commerce, Arthur destacou que não existe apenas uma forma. “Existem clientes que têm departamento próprio e um foco específico para e-commerce, outros que começam a ter esse ‘braço’ no time comercial e alguns que começaram até com o departamento de TI.”
O palestrante relembrou que no passado foram criados os times de trade marketing para entender um pouco do posicionamento, testar espaço de gôndola, abordagens ou degustação. “Todo esse trabalho de trade também deveria ser pensado para o e-commerce [...] Não tem uma fórmula mágica, mas essa comparação com o trade é muito importante,” salientou Arthur no debate realizado após a palestra com a participação de todos os palestrantes.
Após os dados expostos por Arthur, podemos perceber que o e-commerce é um canal crescente e promissor, já estando inserido na rotina dos brasileiros e pode ser mais um canal de venda para as indústrias de laticínios.
A próxima edição do Fórum MilkPoint Mercado acontecerá dia 02 de agosto, em Goiânia, antecedendo o Interleite Brasil, que acontecerá nos dias 03 e 04 de agosto também em Goiânia. Nos vemos lá!
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