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Compost Barn: planejamento sem mistério

POR LUMA MARIA SOUZA MACHADO

EDUCAPOINT

EM 24/08/2023

7 MIN DE LEITURA

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O sistema em Compost Barn nada mais é do que um galpão com uma área de cama coletiva, destinada ao descanso dos animais. O principal objetivo é garantir aos animais conforto e um local seco para ficarem durante o ano e obviamente a compostagem do material da cama. Além disso, trata-se de uma construção com valor razoável e que vai durar por pelo menos 20 anos e que ainda pode envolver financiamento bancário.

Quando o produtor escolhe implementar este sistema além de envolver bastante expectativa, muito planejamento é necessário. Assim, na elaboração de um projeto de instalação do tipo Compost Barn é preciso ficar atento em alguns pontos. 

Para onde a fazenda vai

Como citado acima, o barracão é um investimento de longo prazo. Portanto é absolutamente necessário saber para onde o negócio está indo e até onde pode chegar. O primeiro ponto aqui é a produção de alimento x número de animais. Assim, é indispensável pensar se a fazenda consegue produzir principalmente volumoso para o número de vacas e recria projetados para os próximos anos. 

Seu técnico pode te ajudar nisso, fazendo as contas em cima da capacidade reprodutiva do rebanho, possibilidade de compra ou venda de animais e aumento de consumo com os diferentes grupos que vão comer. Lembre-se, animais confinados comem mais e contar com pasto será mais difícil depois de tudo adaptado para o compost.

Local da instalação

O primeiro ponto que precisamos levar em consideração é o local onde será posicionado o galpão. O ideal é que o local tenha uma capacidade para possíveis ampliações futuras e que seja de fácil acesso, sendo necessária uma área mínima de circulação ao redor da área construída de preferência com 5m de largura. Desenhe mil vezes se necessário o terreno e as estruturas ao redor do barracão como galpão de ração, tanque de expansão, ordenha, silo, etc.

Isso é importante pois um dos gargalos da construção ou de dificuldade de manejo é levar ou buscar vacas durante a coleta do leite, ou quando um lote está indo e outro voltando e ao mesmo tempo o vagão sendo abastecido. O tratador acaba atrasando muito seu trabalho quando precisa que determinado lote termine de voltar ao seu local para daí continuar passando o trato. Este é um exemplo, mas pensar no desenho e em todas as possibilidades de trânsito de máquinas, animais e pessoas ao redor do barracão é de grande valor para não atrasar processos.

Além disso, o local precisa conter um escoamento adequado para chuvas já que isso pode provocar o umedecimento de cama no Compost Barn, assim como das áreas de trânsito de veículos e animais adjacentes à estrutura . No entanto, já existem medidas como aterros e drenagens que conforme a situação podem contornar a situação. 

Outro ponto que vale a pena destacar é a questão dos dejetos. A legislação brasileira é muito rígida em relação às distâncias que um confinamento de animais deve garantir para escoamento de dejetos numa piscina, por exemplo. Infelizmente existem casos reais de fazendas que foram autuadas e o projeto embargado pelos dejetos estarem próximos demais de mananciais ou matas.

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Região e clima

A região e o clima da localidade influenciam bastante na definição de área de cama por animal. Regiões onde a estação chuvosa é mais longa, a área de cama por animal precisa ser maior, porque será mais difícil manter a cama na umidade adequada - entre 40% e 60%. Ou seja, é possível trabalhar com uma certa segurança em 12 m² por animal, enquanto num período mais seco é possível trabalhar com 10 m². Porém, não é apenas o clima que influencia a metragem de cama por animal, um fator tão ou mais importante é a produção dos lotes, já que vacas que produzem mais, estercam mais. Portanto muita atenção a lotes de alta produção e estações chuvosas. Lembrando que animais que produzem mais, comem mais também, então nada de apertar esses lotes.

Por outro lado, em locais com pouca chuva, tanto em volume quanto em dias do ano, a área de cama pode ser mais reduzida, visto que, com a umidade relativa do ar mais baixa, será mais fácil manter a cama com a umidade ideal. Vale ressaltar que o comprimento do comedouro e o dimensionamento dos bebedouros devem seguir as recomendações mínimas por animal, independentemente da região.

Orientação do galpão

Precisamos pensar no detalhe que faz a total diferença: a orientação do galpão. É preciso oferecer ventilação na orientação certa, ou seja, os ventiladores precisam estar dispostos no sentido das correntes de ar. Caso seja posicionado ao contrário, irá reduzir a eficiência dos ventiladores e da secagem da cama, especialmente se a corrente de ar natural do local for muito forte. Não sendo, os ventiladores podem não estar em total concordância com os ventos locais. Um estudo de correntes de ar e sazonalidade ao longo do ano é sempre bem vindo e pode economizar energia e manutenção de ventiladores.

Em Free Stall comumente, o ideal é posicionar no sentido leste-oeste, no sentido da cumeeira do telhado, evitando-se que os raios solares fiquem sobre os animais nas horas mais quentes do dia.

A orientação do barracão não é tão restrita quanto para a construção de um freestall já que não tem camas delimitadas, porém mesmo que um pouco mais flexível, uma orientação Leste-Oeste pode permitir maior aproveitamento da construção. No caso de galpões fechados, em sistema de ventilação cruzada ou em túnel de vento, essa posição não é tão relevante, visto que as laterais serão fechadas por meio de lonas.

Definir as estruturas 

É importante definir, no planejamento, se as estruturas como sala de ordenha, sala de espera, sala de leite e fossa de dejetos serão anexadas ao galpão. Essa decisão interfere na elaboração de corredores para levar os animais até essas estruturas. 

Além disso, o dimensionamento dessas estruturas deve ser atrelado ao objetivo do projeto final, para que as instalações não tenham que ser readequadas futuramente, gerando gastos indevidos. Geralmente, a área de escritório, banheiros e farmácia não sofrem considerável influência em futuras ampliações.

Sistema de resfriamento

O tipo de sistema de resfriamento a ser utilizado também interfere em fatores da construção de um "Compost Barn". Os sistemas de ventilação podem ser: 

Esse é um ponto importante, pois o Brasil, tende a apresentar elevadas temperaturas na maior parte do ano, ou no ano todo, dependendo de algumas regiões. Como a pecuária leiteira é uma atividade em que as margens apertadas, em geral é preciso ganhar em escala de produção. Assim a escolha do sistema primeiro passa pela disponibilidade de energia na propriedade e depois escolha do sistema que deve considerar manutenção dos equipamentos, eficiência, etc. 

Em geral, as fazendas optam por ventiladores tradicionais que devem ser posicionados entre 10 e 15 metros de distância um do outro (não acredite em ventiladores que podem ser colocados a 20 metros, suas vacas provavelmente vão sofrer!). Para ter mais segurança na compra visite fazendas que já tem instalados e verifique até qual distância eles sopram. O vento deve ser em torno de 2m/s, é um vento de tirar o chapéu da cabeça.

  • Pontos importantes sobre escolha da raça a ser confinada: a maioria das raças especializadas para produção de leite é de origem europeia, sendo assim mais sensíveis a elevadas temperaturas. Além disso, uma vaca mais produtiva come muito mais e portanto apresenta maior taxa metabólica, gerando mais calor, o que dificulta o controle de temperatura corporal desse animal.

  • Ponto importante sobre uso de ventiladores e banhos de resfriamento: O momento de estresse térmico é invertido em relação a sistemas a pasto, ou seja a pasto elas passam calor durante o dia e no compost durante a noite já que a construção absorve calor ao redor do dia e a noite acaba dissipando e os animais sofrem com isso. Portanto não se deve desligar os ventiladores durante a noite e mais do que isso, se possível deve-se fazer o resfriamento dos animais a noite também. Uma vaca resfriada em um ambiente agradável vai ficar fora de estresse térmico por várias horas.

Material do cama

A disponibilidade de material de cama é um dos pontos cruciais, pois é necessário avaliar quais materiais estão disponíveis e qual seu custo. O material mais amplamente utilizado é o resíduo de madeira, a maravalha ou a serragem moída fina. Esse material apresenta bom resultado nesse sistema, no entanto, de acordo com a disponibilidade de cada região, outros materiais poderão ser usados, como palha de arroz, palha de café, palha de trigo, feno finamente picado, casca de amendoim, bagaço de cana, entre outros. Normalmente, utilizar exclusivamente materiais alternativos pode não ser possível, a sua associação com a serragem pode produzir bom resultado.

Bom, falamos de alguns pontos que precisamos nos atentar no planejamento e agora pergunto a vocês, quais os principais pontos da adaptação das vacas no Compost Barn? 

A Médica Veterinária Ma. Hayla Fernandes traz uma perspectiva bem prática e objetiva em seu curso no EducaPoint sobre “5 pontos principais da adaptação em Compost Barn ” que trata das primeiras semanas no confinamento e de alguns pontos que podem ajudar bastante a começar corretamente. Fique por dentro do assunto, clicando aqui! 

LUMA MARIA SOUZA MACHADO

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