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Vamos falar de compostagem?

NOVIDADES DOS PARCEIROS

EM 20/01/2017

4 MIN DE LEITURA

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Por Carlos Giovani Pancoti - nutricionista de bovinos de leite da Agroceres Multimix

Nunca se falou tanto em sistema “Compost Barn” na pecuária leiteira brasileira como nos últimos dois anos. No entanto, por mais contraditório que seja, o processo de compostagem não acompanhou o mesmo ritmo. Em minhas visitas nas fazendas em todo o país, trabalhando como nutricionista de ruminantes, não é raro encontrar “Compost” em péssimas condições, como nas imagens abaixo. Por isso, hoje falaremos de compostagem.

Figura 1: Cama extremamente compactada.



Figura 2: Cama extremamente úmida.



A compostagem ocorre naturalmente no ambiente e é referida como a degradação de matéria orgânica. No sistema de produção em “Compost Barn”, ela é induzida através de um processo aeróbio controlado, realizado por intermédio de uma população diversificada de microrganismos.

Os materiais utilizados para a compostagem podem ser divididos em duas classes: a dos materiais ricos em carbono (C), em que podemos considerar os materiais lenhosos como a casca de árvores, as aparas de madeira, cascas de grãos, palhas e fenos; e a dos materiais ricos em nitrogênio (N), entre os quais incluem-se os dejetos animais (fezes e urina).

A relação C/N ideal para a compostagem é frequentemente considerada como 30 (relações entre 25 e 35 também são citadas para uma boa compostagem). Dois terços do C são liberados como CO2, que é utilizado pelos microrganismos para obter energia, e o outro terço do C em conjunto com o N é utilizado para constituir as células microbianas. Nota-se que o protoplasma microbiano tem uma relação C/N próxima de 10, mas para efetuar a síntese de 10C com 1N – e assim constituir o seu protoplasma – os microrganismos necessitam de aproximadamente 20C para obter energia. Por essa razão a relação C/N ideal é considerada 30.

As perdas de N podem ser muito elevadas durante o processo de compostagem dos materiais orgânicos, particularmente, quando faltam os materiais com elevadas concentrações de C. Para relações C/N inferiores, o N ficará em excesso e poderá ser perdido como amônia. Do contrário, com o aumento dos materiais ricos em C, o período de compostagem requerido aumenta.

O processo de compostagem é dividido em três fases: uma inicial e rápida de fitotoxicidade ou de composto cru ou imaturo, seguida da fase de bioestabilização, e por último a humificação, acompanhada da mineralização de determinados componentes da matéria orgânica.


Figura 3: Fases da compostagem (Adaptado de D’Almeida & Vilhena, 2000).

Segundo Kiehl (1998), a maturidade do composto ocorre quando a decomposição microbiológica se completa e a matéria orgânica é transformada em húmus. Esse produto final da decomposição (húmus) é comumente utilizado para fins agrícolas.

No processo de compostagem, a energia produzida pelos microrganismos promove um incremento de temperatura. Os microrganismos termofílicos são responsáveis pela decomposição acelerada da matéria orgânica, em que as temperaturas ultrapassam 55°C. Este calor gerado forma vapor, ou seja, também contribui para a secagem da cama. Acima de 65°C, a maioria dos microrganismos serão eliminados, incluindo aqueles que são responsáveis pela decomposição, necessitando assim, controlar a temperatura com umidade e aeração, mantendo a níveis desejáveis.

A faixa de umidade considerada ótima para se obter um máximo de decomposição está entre 40 e 60%, principalmente durante a fase inicial, pois é necessário que exista um adequado suprimento de água para promover o crescimento dos organismos biológicos envolvidos no processo e para que as reações bioquímicas ocorram adequadamente durante a compostagem (MERKEL,1981). Quando a umidade é excessiva há aglutinação de partículas, restringindo a difusão de oxigênio. Esse fato reduz a temperatura no material, pois a velocidade de degradação da matéria orgânica diminuirá e condições anaeróbicas se instalarão na massa de compostagem, promovendo consequências indesejáveis. O teor de umidade elevado, além de tornar a operação de reviramento mais difícil, faz com que o material apresente temperaturas termófilas por um reduzido período de tempo, apresentando assim elevada contagem de patógenos não desejáveis, predispondo os animais a maiores riscos sanitários. Por outro lado, teores de umidade menores do que 40% inibem a atividade microbiológica, diminuindo a taxa de estabilização.

Na prática da compostagem, a aeração é o fator mais importante a ser considerado, sendo que quanto mais úmida estiver a cama, mais deficiente será sua oxigenação, requerendo portanto, providências para reduzir a umidade (reposição, ventilação, revolvimento, quebra de torrões, mudança em lotação, etc.).

É importante – como em qualquer outro sistema de criação de bovinos – conhecer a fundo cada detalhe, para que não surjam “surpresas” inesperadas que comprometam os objetivos da fazenda, que é a produção de leite seguindo caráter socioeconômico e sustentável. O sistema de “Compost Barn” vem – assim como o “Free Stall” – se tornando mais uma opção entre outras, com suas vantagens e desafios, e o primeiro passo na escolha deste sistema é o conhecimento do processo de compostagem.


Figura 4: Sistema de “Compost Barn” com cama em perfeitas condições de compostagem e com excelência em conforto animal (100% dos animais deitados). Fonte: Fazenda Minas Gerais; Barbacena MG.

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