Uruguai: Produtores de leite afetados por seca e preços de insumos

Os produtores de leite do Uruguai, que já estavam bastante preocupados com a falta de água do país, agora estão também tendo que arcar com a crescente diferença existente entre o aumento do preço da maioria dos insumos e o preço que recebem pela sua produção. Por isso, o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Leite (ANPL) manteve na semana passada uma reunião com o diretor da Cooperativa Nacional dos Produtores de Leite do Uruguai (Conaprole), Alvaro Lapido Bove, para informar à indústria sobre a preocupação do setor.

Segundo o presidente da ANPL, Wilson Cabrera Rava, os técnicos da associação estimam que houve um aumento de 20% a 25% nos preços de alguns insumos no último mês.

Além disso, esta situação se agrava pelo fato de que, apesar de os produtores terem tido um aumento de 5% no preço do leite no mês de janeiro, isto não se concretizou totalmente devido à baixa no teor de gordura e proteína nos dois primeiros meses do ano.

Rava também expressou sua preocupação com relação à seca que já acomete muitas regiões do país. "Regiões onde tinha chovido nos dois primeiros meses do ano, agora apresentam seca, que afeta o crescimento de pastagens de inverno, o que pode ser muito grave ao produtor".

Bove respondeu aos produtores dizendo que a Conaprole está sempre preocupada com o preço do leite e que a intenção da cooperativa é de pagar o preço combinado durante os próximos meses e, caso haja uma modificação, esta será somente no final do exercício, quando os números da cooperativa forem fechados, o que ocorre em junho.

Produção

Apesar da seca, a remissão de leite não apresentou queda no Uruguai. Segundo a ANPL, a queda pode ser importante caso não chova nos próximos dias, porque esta é a época de parição nas propriedades leiteiras e os produtores não terão alimentos de qualidade para seus animais no período de lactação. No entanto, Rava disse que espera uma ajuda da Conaprole nesta questão da seca. "A Conaprole sempre nos ajuda quando há seca, dando, por exemplo, prazos para pagar os concentrados".

Fonte: El País (por Pablo D. Mestre), adaptado por Equipe MilkPoint