Solução para fábrica da Parmalat em Carazinho pode sair em março

O arrendamento da fábrica da Parmalat em Carazinho poderá ser definido a partir de março. Essa é uma das hipóteses já admitidas pelo interventor da Parmalat Brasil, Keyler Carvalho Rocha, que ontem se reuniu em Brasília com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto. Antes, Rocha pretende resolver os problemas de curto prazo das unidades no país, como a necessidade de capital de giro. A empresa precisa de R$ 70 milhões para garantir a sobrevivência.

"Podemos estudar alternativas como o arrendamento das unidades porque a empresa terá mesmo que reduzir o tamanho" reconheceu o interventor, que considera a fábrica de Carazinho uma das mais importantes entre as oito do grupo no país.

Hoje, em São Paulo, Rocha tem encontro com o presidente do Banco do Brasil, Cassio Casseb Lima, para discutir a liberação de recursos. A verba seria utilizada para assegurar o funcionamento de algumas fábricas, além do pagamento de funcionários e quitação de débitos com fornecedores de leite.

O ministro Rossetto afirma que o governo está disposto somente a financiar novos empreendimentos como cooperativas interessadas em alugar as unidades. "Não vamos interferir no processo de negociação da Parmalat com os bancos", reforçou o ministro, que estará hoje em Porto Alegre para encaminhar a questão.

A Parmalat Brasil aguarda também definição do relatório do interventor da empresa na Itália, que definirá, no próximo dia 24, se a matriz vai se desfazer das unidades em outros países.

No Rio Grande do Sul, o Ministério do Desenvolvimento Agrário já estimula a organização das cooperativas de leite interessadas na planta de Carazinho. Uma proposta de reestruturação do setor leiteiro na Região Sul já está pronta e prevê o aluguel ou comodato da fábrica da Carazinho, a captação de leite junto a produtores gaúchos catarinenses e paranaenses e até a permissão para uso das marcas e patentes da Parmalat. O documento saiu de reunião realizada na última terça-feira, em Porto Alegre, entre representantes do governo, de cooperativas e agricultores.

Segundo o delegado do ministério no Estado, Jeferson Miola, que ontem também estava em Brasília, está em estudo a forma como essas cooperativas serão organizadas para entrar no negócio e a modelagem de gestão. Hoje, o secretário da Agricultura do Estado, Odacir Klein, deverá se reunir com o interventor da Parmalat em São Paulo para debater o futuro da produção gaúcha. "O governo se empenhará para evitar a concentração de mercado".

Fonte: Zero Hora/RS (por Carolina Bahia), adaptado por Equipe MilkPoint