Sindicalistas querem que diretoria da Parmalat Brasil seja afastada

Sindicalistas da indústria de alimentação ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) querem que o governo federal promova intervenção na Parmalat do Brasil e afaste a atual direção da companhia. Os trabalhadores temem que a gigante alimentícia feche suas oito fábricas no País, eliminando seis mil empregos diretos.

"Para nós, a administração Parmalat não existe mais. Queremos intervenção imediata do governo para salvar as fábricas", afirmou

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Alimentação (Contac), Siderlei Silva de Oliveira, e o presidente da CUT, Luiz Marinho, pedirão audiências nesta semana com os ministros Roberto Rodrigues (Agricultura), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) e com o presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Lessa, para buscar uma solução para a crise da companhia.

Segundo Oliveira, a intenção é formalizar a saída dos atuais diretores da Parmalat e estabelecer um novo sistema de administração, independente, com participação de funcionários e credores.

Também é rejeitada a transferência das operações da multinacional italiana no Brasil para outras empresas, em especial para a Nestlé. "A Parmalat é importante para governo, trabalhadores e consumidores, pela capacidade de equilibrar oferta de preços e produtos no mercado. É urgente a necessidade de manter a empresa em pé".

O sindicalista acredita que os fornecedores só manterão o fornecimento de matérias-primas com uma garantia do governo de que receberão pela entrega. "Os produtores familiares de leite, por exemplo, não entregam mais sua produção por medo de calote. A situação está quase insustentável".

Fonte: O Estado de S.Paulo (por Jander Ramon), adaptado por Equipe MilkPoint