Setor de lácteos não acredita em reciprocidade do Mercosul

Os fabricantes de produtos lácteos consideram que será difícil obter reciprocidade do Mercosul na liberalização das barreiras de importação para bens processados. A principal resistência diz respeito aos subsídios dados aos produtores de leite na União Européia. "Acho difícil oferecermos maior abertura", afirmou Jorge Rubez, da Leite Brasil.

Ele lembra que desde o início dos anos 90, o Brasil já aplica o direito de ter uma alíquota compensatória na importação de lácteos europeus, exatamente pelas questões de subsídio. Além disso, Rubez julga improvável um acordo entre os países do Mercosul sobre como abrir este mercado. O Brasil move ações contra a Argentina e Uruguai por dumping na produção de lácteos.

Para Rubez, o setor já minimizou a importância de maior acesso ao mercado europeu. "Não exportamos quase nada para União Européia", explica. Neste ano, a previsão é de que as vendas externas de lácteos dobrem de tamanho, chegando a US$ 100 milhões. De acordo com o presidente da Leite Brasil, isso será conseguido principalmente com novos mercados no Oriente Médio e o México.

O presidente dos laticínios Itambé, Jaques Gontijo, também compartilha da opinião que será difícil chegar um acordo com a UE caso o bloco exija reciprocidade do Mercosul na abertura de mercados. "Não queremos importar subsídios", pondera.

Fonte: Valor OnLine (por Gustavo Faleiros), adaptado por Equipe MilkPoint